Capitulo 25 A partida que partiu meu coração

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Gostaria de falar que o resto do meu dia com Lulian foi perfeito, mas na verdade, não foi nenhum pouco. Até por que ele recebeu uma ligação urgente e teve que correr para empresa resolver algum erro de um dos seus ajudantes.

O resto foi a mesma monotonia, tirando o fato de quando Joana me achou fazendo minhas malas sem aviso prévio. Ela saiu correndo para cotar para o meu, e acredite se quiser, chorando e gritando.

Eu realmente não entendo essa mulher, penso que ela gosta demais de uma cena. E se for analisar melhor, era isso mesmo que se passava em sua cabeça.

Todo dia com Joana era um episodio de novela mexicana. Lembro que mesmo Nandi ficou acentuando um 'ARRIBA' com aquele sotaque gozado mexicano quando ela não estava olhando.

Em fim, ela ficou falando que eu não respeitava o seu lar, que havia largado mão do seu 'quartinho de yoga' para poder me fazer um quarto e eu estava indo embora sem os avisar antes...

Acabou que meu pai deu pouca moral para ela, Bruno se sentia visivelmente satisfeito e Cecilia estava, de uma forma muito interessante e nada hostil, conformada com a minha ida.

No jantar, quando analisei a reação do meu pai, senti que ele estava chateado, mas não acho que zangado. Ele sabia que em algum momento eu teria que voltar para São Paulo.

E no dia seguinte ele me levou até o aeroporto, somente eu e ele. Joana até quis nos seguir, mas meu pai deu um corta nela e ela ficou lá plantada na porta de casa com aquela cara de – seis sabe do que.

Até esse dia, eu nunca realmente havia conversado com o meu pai. Uma conversa de pai para filho... Meio que eu evitava isso, e ele também.

Nos sentamos na sala de espera, meu pai conhecia alguém que o deixou entrar para esperar comigo a hora de partir.

- Filho... – meu pai tentou dizer algo, mas não conseguiu.

- Pai. – comentei dando um suspiro.

Meu pai me olhou e tocou o meu ombro, ele teve que respirar bem fundo para falar o que veio a seguir.

- Me desculpe não ter sido presente na sua vida. Se eu soubesse... – meu pai estava tentando juntar as palavras, ele estava profundamente emocionado – Meu relacionamento com a sua mãe, durou muito pouco, mas o suficiente para eu ama-la profundamente. Você, - disse segurando o meu rosto com os olhos avermelhados – foi gerado com muito amor... Eu quero que saiba disso.

Eu não aguentei.

Sou muito fraco emocionalmente, e vendo meu pai cedendo com tanto sentimento eu desmoronei.

Abracei meu pai com força, transbordando pelos olhos os sentimentos que eu estive guardando dentro de mim por tanto tempo.

- Eu não sou muito bom com as palavras, mas quero que saiba, que independente de tudo, você sempre vai ter um canto aqui garoto. – disse esfregando meu cabelo.

Pateticamente eu não consegui dizer nada mais, somente chorar, abraçar e sentir seu cheiro paterno. Isso até anunciarem que meu voo havia sido liberado, pois quando a mulherzinha irritante o fez eu tive que me despedir do meu pai e correr para dentro do avião.

Era muita coisa deixada para trás.

Meu pai, Lulian...

Ok, nem tantas assim...

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Aoww pessoal, peço 1.000.000 de perdões por demorar a postar!! Vou voltar a postar 'E se eu ficar?' E digo que ele está perto do fim... Do livro 1 pelo menos, pois a continuação vai ter um gostinho bem mais 'pimenta com chocolate' < quem sabe sabe<.

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora