Capitulo 7 Bastardo

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Estava no carro com meus dois irmão, ao meu se sentava um irritado Bruno, atrás Cecilia entusiasmada.
Continuei silenciosamente mascando meu chiclete de canela enquanto esquivava mentalmente dos olhares de Bruno. A cada vez meu corpo ficava perto do seu, mais eu sentia o ódio incomum ao qual ele nutria. Não sabia se era influencia de sua mãe, que não gostava mesmo de mim, ou se ele próprio fazia questão de me odiar.
Isso facilmente poderia ser esquecido, se eu não dormisse no quarto ao lado.
Chegamos no clube ao qual fui guiado por minha irmã, e ela estava dando pulos de alegria quando viu o estrada de seu namorado.
- Acho que Ulysses também está aqui! - comentou ela e quanto descia do carro.
- Muito provável mana, ele vive na cola de Alam, não sei nem como vocês aguentam aquele viado. - falou Bruno em resposta.
- Não seja grosso B!
Eu somente segui-os, não estava muito afim de falar com o ignorante do meu irmão, e minha irmã estava somente muito feliz de estar no mesmo lugar que o namorado.
Acabou que a dupla estava colada. Alam e Pedro, conversando e jogando sinuca na porta do restaurante do clube, somente nos esperando.
Havia também um garoto perto, uma pequena copia de Pedro, porém mais afeminado e quieto.
Esse devia ser o tal de Ulysses.
Cumprimentei todos e descobri que ainda havia mais umas garotas sentadas à mesa dentro do restaurante. Todas elas ja conhecidas, principalmente Maria, que dês de a minha chegada brilhava como uma estrela.
Eu não gostei disso.
- Todo mundo aqui já conhece o irmão do Bruno e da Cecilia, né?
- Irmão não. - interrompeu Bruno enquanto Maria falava - Meu irmão bastando.
Não me incomodava muito com os insultos de Bruno, porém odiava-os internamente. A vontade que dava, era de soca-lo, mas minha educação havia sido muito bem privilegiada. E também, quase todos da mesa estavam horrorizados com as falas de Bruno, e eu não os culpava.
Então somente dei um meio sorriso e cumprimentei educadamente.
- Olá, prazer em conhece-los. Meu nome é Hector August. - disse enquanto movimentava minha cabeça levemente.
Bruno cuspiu meu sobrenome materno como se fosse uma praga.
Eu gostava de meu sobrenome, sempre me perguntavam se eu era de fora, mas não. Somente tinha avós excêntricos.
Passei o resto do almoço conversando com Ulysses, que por acaso havia sentado ao meu lado. Algumas das garotas sempre mantinham suas orelhas em nossa volta, pois tudo que ele me perguntava eu respondia de bom grado.
Perguntou se eu falava mais do que português, acabei revelando que falava quatro línguas pois minha escola era deveras puxada. Ele perguntou sobre a minha faculdade, sobre onde eu morava. O que eu fazia em Sampa de noite, e o que eu fazia de dia.
Revelei varias coisas, até os livros que eu lia, e meio que percebi que o garoto tinha varias coisas em comum.
Quando comecei a falar de minhas viagens, todos da mesa, até Bruno estavam prestando atenção. Mas é claro, até meu irmão falar uma merda ao qual eu não tolerei.
- É claro que viaja tanto, meu pai devia enche-los de dinheiro.
Arregalei os olhos e encarei o garoto.
- Nunca precisei do dinheiro de nosso pai. Minha mãe era uma das coordenadoras da revista época, e meu avós investidores. Nunca precisei de nada que viesse do nosso pai, somente a paternidade que me foi negada. - disse educadamente fazendo com que seu corpo estremecesse.
- Está fazendo o que aqui agora então?
O que eu estava fazendo aqui?
- Realmente, - disse me levantando, tirando uma nota de cem da carteira e emperrando ela na mesa - eu não sei. Acho que somente estava me sentindo sozinho, já que a minha família inteira morreu.
Sai daquele lugar, mas não antes de acenar com a cabeça para todos educadamente, largando seus olhos chocados sobre a mesa.
Ouvi um 'muito bem, idiota' de Cecilia, mas não a ouvi vindo atrás de mim, e assim era bem melhor.

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Pois é, Hector vai embora? Vai voltar para São Paulo? Ou vai continuar em Goiás? Recebendo alfinetadas de Bruno a todo momento ?
Fiquem ligados que essa historia está para virar se ponta cabeça.

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora