Capitulo 24 Atencioso. Pt.2

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Recadinho da Nandi no final. >>

Todo mundo tem aquele momento em que de uma hora para a outra para para pensar sobre o que está fazendo da vida, e foi sentado na frente de Lulian, enquanto enfiava um pão inteiro na boca que eu percebi que minha vida não estava tomando rumo algum. Percebi também que eu estava sendo o mais folgado dos folgados ao ficar na casa do meu pai brincando de casinha.

O que havia conseguido com isso? Briguinhas com Joana, desentendimentos com meu irmão sem falar em ter pegado o garoto Ulysses sem levar nada a diante.

Levantei meus olhos do pedaço de mamão com mel e olhei para Lulian. Está ai, o cara somente alguns anos mais velho, que mesmo comendo trabalhava no laptop, e eu aqui que tranquei a faculdade quatro meses antes de conseguir o meu diploma. Todos estavam evoluindo, e eu curtindo "sei la o que" em goiás.

Eu nunca havia gostado de ser um encosto, minha mãe sabia disso enquanto ela vivia. Sempre me dava pequenos trabalhos para fazer, e dês dos meus dezesseis anos, eu mesmo me encarregava de cuidar da casa e de pagar as contas.

Agora, eu tinha dinheiro, e não posso falar que era pouco. Mas mesmo assim, estava aqui aguentando meu pai com as suas faltas de educação, um irmão que acha que eu sou um golpista que veio roubar a sua herança e uma madrasta louca da cabeça que vive torrando a minha paciência mesmo eu tendo sido um completo cavalheiro desde o primeiro dia em que a vi.

É claro que tinhas os contras, mas também tinha que me lembrar dos prós.

Sempre quis conhecer o meu pai, e esse foi um enorme sonho realizado. Eu era, de fato, muito parecido com o meu pai, fisicamente, é claro. E ele era amoroso, apesar de ser de uma forma muito estranha... Também tinha o fato estranho e prazeroso de que eu tenha conhecido Lulian.

Não conhecia o homem a minha frente o suficiente, mas tenho certeza de o que eu faria a seguir iria certificar de que eu nem tivesse chances de o conhecer.

Lulian era um cara em que eu juro que poderia me apaixonar imensamente, e eu juro que eu não precisava disso agora.

Peguei meu celular sutilmente em cima da mesa. Quando Lulian me olhou sorrindo, eu retribui da forma mais sincera que eu consegui. Mas depois do contato de olhares, baixei-os e comecei a entrar no site da GOL.

Uma passagem só de ida era quatrocentos e vinte e um...

- Ai meu rim. - comentei colocando a mão no abdômen dramaticamente.

- Não era a perna? - perguntou Lulian levantando seu olhar novamente.

Eita, minha boca fodendo com meus esquemas, como sempre. Mas de fato um economista sempre seria um economista.

- É, é, não é nada. - disse sorrindo comendo o mamão enquanto confirmava o voo para amanha.

- Hmm. Ok, senhor Hector. - ele disse rindo.

O sorriso dele era...

Deixa.

Olhei para o meu celular e vi que Nandi estava online, mandei logo uma mensagem para ela.

Hector August: Tem como você ir me buscar amanha no aeroporto de guarulhos?

Não demorou nem dois segundos e ela já respondeu.

Nandi ;P: Of course I can! É só você passar a hora e eu vou estar na porta da saída do seu voo gritando que nem uma louca!

Eu ri um pouco, por que eu sabia que ela com certeza iria fazer isso.

Hector August: Essa coisa de gritar não precisa não. kkkkk

Nandi ;P: Hector Pinto da Silva! Tem vergonha de mim?!

Fiz bico.

Hector August: Minha filha, se eu tivesse vergonha de você... Perai, eu tenho mesmo. E dai? Quer brigar? Vem que tem vadia.

Nandi ;P: Se prepara para amanha, esse 'vadia' vai custar caro.

Revirei os olhos e quando meus olhos passaram por Lulian, eu vi que ele tinha parado de fazer suas coisas e estava me encarando com um sorriso encantador plantado em seus lábios.

- Isso não é educado. - eu disse sorrindo para ele.

- O que não é muito educado? - perguntou com aquela carinha inocente com uma mistura de safadeza...

Deus, que homem.

- Ficar encarando desse jeito. - eu disse fazendo bico.

- Dói? - ele perguntou lambendo os lábios de leve.

" Doer não dói, mas faz um formigamento no meio das minhas pernas insuportável. "

Pelo menos foi isso que eu pensei, mas como o bom moço de família que eu era, acabei falando:

- Não. - e mordi meu lábio.

- Bom, é que você reage muito fisicamente quando fala com alguém. Nem parece que eu que sou o Italiano na cozinha. - ele disse debochando de um jeito fofo.

Sim, quando eu conversa com alguém eu meio que ficava bobo. Fazia careta, olhares ameaçadores, bicos, até dava petelecos na tela do meu celular. Eu era uma pessoa bem fora do comum.

- Bom, se isso te incomoda...

- Ficou louco? - perguntou me interrompendo e sorrindo - Isso é muito fofo.

Ok. Fiquei vermelho que nem um pimentão.

Pelo resto do café da manha, ficamos eu e ele nos entreolhando e conversando um pouco sobre o que ele fazia na empresa do tio e fora. Ele era uma pessoa muito gostosa de se conversar. Acho que conseguiria conversar de calculo aplicado com ele sem me irritar.

Esses tipos de pessoas, que mexe com o nosso interior, são as piores.

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E ai galera, melhorou do ultimo pra esse? Estava sem tempo de escrever, e eu sei que o cap 23 ficou meio ruim, segundo comentários da qui e outros em chat. Pois é.
Mas a coisa é que eu passei aqui para deixar uma mensagem de Nandi para vocês meus amores. E lá vai.

Nandi 😜: DARLINGS! Vocês nem estão ligados no que vai acontecer com Hector e Lulian! Juro que eu estou quase morrendo aqui por saber que eles... Opa, ta achando que já sabe né espertinho! NANANINA NANÃO! Sabe de nada inocente.

Correndo (Romance gay) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora