Correndo (Romance gay) Livro 1

Capitulo 23 Atencioso? Pt.1

Acabou que ele ligou o ar e a TV e ficamos assistindo filmes no HTBO até que eu peguei no sono e desmaiei na cama.
Mais uma vez, não sonhei com nada, acho que o meu corpo estava muito ocupado aproveitando a presença de Lulian ao meu lado. Depois de tudo aquilo, acho que esta foi a minha noite mais bem dormida após a morte da minha mãe.
Quando eu acordei, no relógio ao lado do computador de Lulian brilhavam meio dia, o que quer dizer que passei da hora de estar levantado. Ao olhar para o lado, ele já não estava dormindo.
Sentei-me na borda da cama e cocei meu cabelo. Eu devia ficar aqui chupando o dedo enquanto aproveitava a estadia na casa de Lulian, mas não era exatamente o que eu tinha em mente.
Havia abusado de mais dos Benacci. Tingi a piscina deles de vermelho, dormi na cama do cara e nem dei pra ele... Na verdade foi mais o caso de amarelar em ambas as partes penso eu.
Para um cara que não se aceitava virar um gay afeminado, eu estava muito 'mocinha de novela mexicana' para o meu gosto.
- Ei cinderela! - falou Lulian entrando no quarto com uma caixa branca na mão.
Ele me deu um susto tão grande, que eu coloquei automaticamente minha mão sobre o coração, como se isso fosse diminuir meu batimento cardíaco acelerado.
- Cara...! - gemi reclamando.
Só que ele cortou a minha reclamação abrindo a cortina infernal bem no meu rosto. O sol passou pela janela e foi parar diretamente na minha cara, e eu com uma ressaca inexplicável de pós acidente, me recuei na cama e chiei como um vampiro irritado de filme de comedia.
- Não vai dar o louco e sair correndo da qui a pé desta vez não, minha tia esta louca pra almoçar com você hoje. - ele disse sorrindo e sentando na cama.
Eu encarei o seu rosto com um pouco de raiva.
- Primeiro que eu estou sem roupas...
- Eu tenho roupa no meu armário, e tenho certeza que algo pode servir. - disse me cortando.
Revirei os olhos e bufei quando ele puxou minha perna machucada para cima do colo dele.
- Tenho que voltar para casa por que...
- Seu pai sabe onde você está, e você já é bem crescido, não precisa ficar dando satisfações.
Quem me dera.
Lulian limpou meu corte e gemi quando ardeu um pouco.
- Eu estou machucado, e...
- Hector, da para parar dar desculpinhas bobas? Por favor. - ele fingindo descontentamento, mas eu estava vendo muito bem o sorriso de 'você está incapaz, posso fazer o que eu quiser com você'.
Olhei para o lado escuro do quarto e mexi meu maxilar fazendo com que ele estralasse.
Lulian estremeceu com o barulho, mas foi bem de leve, e parecia que ele nem havia percebido a reação que teve ao estralo.
Enquanto ele limpava o meu corte eu fiquei observando o seu rosto calmo e sorridente. Lulian meio que rompia as barreiros do típico "Italiano gostosão", ele era muito mais do que isso, lindo não somente fisicamente, mas acho que seu interior também conquistava. Ele tem todo aquele mistério masculino, mas ao mesmo tempo sinto que ele age como se fosse um livro aberto.
Lulian olhou para cima de uma vez, me pegando de surpresa.
Merda.
Olhei para a minha perna de novo e puxei o ar pra dentro do meu pulmão entre os dentes.
- Alguma dor? - ele perguntou enfaixando minha coxa.
- Não. Não agora pelo menos. - comentei dobrando minha perna para testa-la.
- Ok. - disse levantando e estivando a mão para mim - Vamos achar uma roupa para você vestir, precisamos comer algo.
Peguei a mão dele e levantei da cama em um pé só.
- Ok.