two.

1.5K 178 35
                                    

( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Acordei com os olhos inchados naquela manhã, minha vontade era de me acomodar nas cobertas e dormir novamente, já que aquilo diminuía a minha dor, mas sabia que minha mãe se  recusaria a aceitar algo assim e a última coisa que eu precisava era ouvir os seus sermões.

Na madrugada daquele dia, quando tomei coragem para me levantar daquele meio fio e me direcionar para a minha casa, meu celular não parava de tocar. A tela se iluminava exibindo o nome de Emmett, queria jogá-lo contra o asfalto a todo minuto, até que o mesmo deixasse de tocar aquele barulho irritante.

Como um ser humano poderia fazer algo daquela maneira, estilhaçar um alguém que o ama com toda a sua alma em troca de uma noite qualquer? Sempre dei tudo o que podia, demonstrei meu sentimento até fazer o mesmo se sentir verdadeiramente amado, mas pelo jeito não fora o suficiente.

Contudo, me esforcei para pisar dentro daquela escola, saberia que os comentários se espalhariam rapidamente, afinal, uma anônima havia sido traída pelo garoto popular em uma das maiores festas no ano. Queria me encolher, entrar em um buraco para que ninguém nunca mais me visse, mas não mudei a minha postura, caminhei até o meu armário com os livros em meus braços.

Conseguia ouvir as risadas e sentir os olhares de julgamento em minhas costas, meu rosto queimava e tinha certeza de que poderia ser facilmente comparada à um pimentão naquele momento.

── Oh meu Deus, Lilith. Posso ver os seus chifres crescendo de longe. ── Pude ouvir a voz de Andreas atrás de mim. Engoli seco no mesmo momento em que risadas o acompanharam, Céus como eu queria sumir.

── Ei, Lili. ── Emmett apareceu atrás de mim como um fantasma, murmurando perto do meu ouvido. ── Podemos conversar?

Fechei o meu armário com força, o olhando por poucos segundos. Ele já sabia que a resposta era não, então pouco me importei em me afastar sem ao menos dizer uma palavra, o que fora em vão. Senti sua mão agarrar o meu braço e me puxar para a sala do zelador, fechando a porta logo atrás de nós.

Eu não estava com raiva, muito pelo contrário, estava magoada. Olhava para o seu rosto e não podia deixar de me recordar dos seus lábios no pescoço daquela garota com cabelos negros, eu o odiava, pois por culpa dele eu não podia amá-lo.

── Qual é o seu problema? ── Questionei, franzindo o cenho.

── Precisamos conversar, você sabe disso. ── Revirei os meus olhos, sentindo suas mãos tocarem o meu pescoço. O loiro segurou o meu rosto e me forçou a olhar em seus olhos, mas meu olhar fuzilava contra o seu. ── Me perdoa, Lili. Você sabe que eu te amo.

Queria gargalhar, mas prossegui séria. Suas palavras pareciam sem sentido, eu facilmente poderia voltar para os seus braços agora, acreditem, não havia dificuldades nisso. Mas eu precisava me valorizar o suficiente para me colocar em primeiro lugar, ele fora o meu primeiro amor, mas eu agradeceria aos deuses se Emmett pudesse simplesmente desaparecer da minha frente agora.

── Ah, vamos lá, diga algo princesa. Me perdoa, foi mais forte que eu! ── O garoto insistia, mas o castigo do silêncio que as crianças faziam contra mim no jardim de infância pareciam servir para algo no momento. ── Você sabe que é difícil para mim, Lilith. Você é muito para trás e eu tenho as minhas vontades.

Automaticamente senti uma pontada em meu peito. Não podia acreditar que ele havia cuspido suas palavras nojentas sobre eu não querer ter a minha primeira vez por agora sobre mim. Me soltei do seu toque com desgosto, fazendo um sinal de negação com a minha cabeça.

── Você não passa de um rostinho bonito. ── Por fim destranquei a porta daquela sala claustrofóbica, estava me sentindo encurralada dentro daquele local gélido sob as verdades nuas e cruas que saíam da boca de quem um dia eu amei de verdade. Me senti aliviada assim que me direcionei até a sala de aula, me afastando do alemão.

( ★ ) ── 𝐓𝐎𝐌'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

── Minha vontade é de arrancar os seus cabelos. Céus, esse garoto me da nojo. ── Ouvia as reclamações de Bill enquanto afinava a minha guitarra. ── Como você ainda consegue olhar na cara dele depois de tudo aquilo?

O assunto se referia a Emmett, o moreno mostrava a sua indignação desde o momento em que descobriu sobre a traição do meu melhor amigo. Confesso que aquilo não fora uma surpresa para mim, eu desconfiava de seus segredos já fazia um tempo, mas não esperava que a loira descobrisse daquela forma.

Ainda me recordava claramente de Hoffmann sentado no sofá avermelhado da sala daquela festa, com as mãos cobrindo o rosto, claramente se sentindo culpado. 

"Porra cara, a garota te amava de verdade. Você é um idiota, espero que saiba disso." Essas foram as únicas palavras que referi ao loiro naquela noite após ver Lilith descendo as escadas as pressas, com o seu rosto angelical coberto de lágrimas grossas. 

── Consigo olhar porque quem fez merda foi ele, não eu. ── Dei de ombros, vestindo a correia do instrumento em minhas mãos. ── Namorar é só problema, Bill. É por isso que eu vivo no paraíso. ── Sorri de lado, vendo o meu irmão negar com a cabeça em uma forma de sermão em silêncio.

desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora