( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.
Um coral começou em meio a multidão, todos gritavam freneticamente o nome da banda 'tokio hotel' e Klara não ficou por fora, batendo palmas enquanto soltava a sua voz com toda a sua força. Estava claro que a platinada estava ansiosa para ver Bill cantar, ambos estavam nesses flertes faziam meses e nunca chegavam a lugar algum, mas todos em nossa volta sabiam dos seus sentimentos e desejos escondidos.
Bill, Gustav, Georg e Tom apareceram no palco, com a luz branca iluminando seus rostos e os seus sorrisos de felicidade. Era reconfortante vê-los avançar tanto naquilo que amam, eles mereciam muito sucesso.
Meu olhar fora de encontro com Tom, mas o moreno ainda não havia me visto, seu olhar estava fixo para a multidão. Não sabia que era possível, mas Kaulitz parecia estar mais lindo do que nunca. As olheiras que viviam abaixo dos seus olhos estavam menos aparentes e o seu sorriso parecia ser mais verdadeiro, mas além disso nada mudou, ele continuava o mesmo, com suas roupas largas, seu sorriso de canto e as suas tranças que tanto combinavam com o seu estilo. Não pude evitar sorrir largo, eu ainda guardava rancor pelos seus atos e como aquilo havia me machucado, mas eu nunca poderia sentir raiva de um alguém que ainda ocupa grande espaço em meu coração.
Um frio tomou conta da minha barriga assim que seu olhar fora de encontro com o meu, pude ver seu sorriso se desfazer pelo susto. Passei meses sem frequentar festas, quando ele frequentava quase todas, então me ver aqui talvez fora uma surpresa para o garoto. Kaulitz teve que se recompor para poder começar a tocar a música, mas seu olhar pouco desviou do meu, o moreno ao menos tentava disfarçar. Eu não me importava, sentia falta de me sentir assim.
Durante a sua segunda música 'noise', o garoto se aproximou um pouco mais da borda do palco, onde eu estava, sem desviar o seu olhar do meu ao tocar a sua guitarra. Era óbvio que Bill havia ficado confuso com o seu ato que provavelmente não condizia com os ensaios e logo o irmão me viu na plateia, então tudo pareceu fazer sentido. O trançado se colocou de joelhos, tocando a guitarra com todo o seu vigor ao tombar a sua cabeça para trás, eu sabia que era uma provocação e estava dando certo, como era possível alguém ser tão atraente dessa forma? A bebida me dava coragem de subir no palco e agarrar o seu pescoço para um beijo, mas eu sabia que era errado e que eu tinha que me segurar.
Tom abaixou sua cabeça novamente e se colocou um pouco mais perto de mim.
── Me encontre lá fora depois. ── Ele disse baixo, mas alto o suficiente para que apenas eu ouvisse a sua voz.
★
Eu pensei muito antes de pisar para fora desse local, porque sabia que se fizesse isso todos esses meses de distancia não serviriam para nada. Eu não forte o suficiente para lidar com Tom Kaulitz, eu queria tê-lo, queria beijá-lo, colocá-lo contra a parede até ficar sem fôlego. Queria senti-lo assim como o senti um dia, ou até mais, eu sentia a sua falta o suficiente para me deixar levar diante dos seus braços e as suas declarações que sempre aceleravam o meu coração. Mas eu fui encontrá-lo do mesmo jeito, porque tudo o que se passava na minha cabeça era a frase 'só se vive uma vez'.
── Pensei que tivesse ido embora da cidade. ── Ouvi a sua voz enquanto seus passos se aproximavam de mim, antes que o mesmo se sentasse ao meu lado. ── Você sumiu, eu não te encontrei e seu quarto está vazio.
── Você tentou entrar no meu quarto? ── Ri baixo, surpresa com a sua confissão.
── Eu fiz de tudo para te encontrar, Lilith. Subir na árvore para chegar na sua janela não era nada.
Fixei meu olhar no seu, mordendo a minha bochecha discretamente pelo nervoso que me consumia. Não pude evitar olhar para o seu piercing, aquele piercing que eu tanto amava.
── Foi melhor assim. ── Eu murmurei.
── Eu sinto a sua falta. ── Ele murmurou de volta. ── Te procurei em cada canto dessa cidade e finalmente te encontrei.
── Bill sabia onde eu estava.
── Bill não queria que eu te encontrasse. ── Tom retrucou, seguindo de um suspiro. Abaixei minha cabeça, seu irmão sempre se importou com os meus sentimentos e sempre soube que o trançado me machucaria, e mesmo no final protegeu o que eu sentia. Senti minha respiração descompassar assim que senti seu toque quente ao colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. ── Você continua perfeita.
Tive que me recompor e me colocar em postura novamente, afastando a sua mão do meu rosto calmamente, dei um sorriso fraco ao garoto em forma de desculpas, mas não pareceu não resolver.
── Me desculpe, Tom. ── Murmurei, o fitando com fragilidade em meus olhos. ── Você sabe que não podemos...
── Você não sente mais o mesmo por mim? ── Ele me interrompeu, mudando a sua postura totalmente, algo que o mesmo costumava usar como âncora para se defender e não mostrar o seu lado frágil.
── Eu sinto e talvez sinta até mais do que antes. ── Suspirei baixo. ── Eu não te esqueci, isso é impossível, mas tudo se tornou tão fácil desde a sua partida e eu não quero acabar com tudo isso. ── Levei minha mão calmamente até o seu rosto, acariciando a sua bochecha com o meu polegar. ── Eu ainda te amo meu amor, mas as vezes é necessário deixarmos a pessoa que amamos ir embora.
── Pare de dizer besteira, Lilith! ── Ele se levantou, aumentando o seu tom de voz e com o seu cenho franzido.
Era claro que Kaulitz nunca mudaria a sua forma de agir, eu entendia o seu lado, mas era tão fácil ter uma conversa civilizada sem se descontrolar. Com Tom não era assim, talvez por ele ter sido criado em meio ao caos, mas eu também havia sido.
── Porra, eu te amo tanto, você não percebe? Foda-se Emmett, foda-se aquela escola com aqueles alunos de merda, foda-se as merdas que eu fiz, mas eu não me arrependo de nada, porque tudo me levou a você. ── Ele lubrificou os lábios com a língua, exaltado. ── Talvez você ter sido traída tivesse sido o certo, talvez eu ter traído o meu melhor amigo tivesse sido o certo. Nós viemos de caminhos errados, mas foda-se essa merda de que tudo tem que ser impecável e cheio de flores, nós não vivemos na porra de um conto de fadas, Lilith!
Me levantei assim que o garoto terminou a sua fala, dando passos para perto do mesmo. Não queria que tudo fosse tão fácil para ele, Tom tinha que perceber que havia feito muitas besteiras e trair o seu melhor amigo fora a menor delas.
── Não esqueça que você também me traiu!
── Eu não te trai, Lilith. ── Kaulitz inclinou um pouco a sua cabeça para baixo para poder fixar seus olhos nos meus. ── Não se esqueça que foi você sem disse que eu servi apenas para uma vingança antes de eu sair por aquela janela. Você me deixou naquela noite. ── Pude ver seus olhos se tornarem um pouco avermelhados, entregando as lágrimas que estavam se juntando ali. ── E sim, eu transei com aquela garota, mas eu nunca senti tanto nojo de mim mesmo como senti naquele dia. Eu voltei para casa, mas fiquei tão pensativo antes de dormir que vomitei tudo o que eu sentia, todas as bebidas e toda a maconha que eu havia fumado.
Cruzei os braços, desviando o meu olhar do seu. Tive vontade de me colocar de joelhos naquela calçada e desabar tudo o que eu sentia, a realidade era que tudo ainda era um peso, eu ainda tinha medo de Emmett e tinha medo de me machucar.
Sempre me disseram que o amor adolescente era uma besteira, mas como uma besteira pode doer tanto no fundo do meu peito? Sinto como se esse amor nunca será sentido futuramente, o amor com intensidade, aquele que sentimos apenas quando não temos outras preocupações maiores que essas.
── Eu não sou perfeito, você sabe disso. Mas também sabe que eu sou o melhor que você já teve. ── Assim que o garoto terminou a sua fala, os fogos que sinalizavam a troca de ano começaram a tomar conta da noite estrelada, pintando o escuro com suas cores vivas acima de nós. ── Feliz ano novo, Lilith. ── Ele disse antes de dar meia volta e voltar para dentro da festa.
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desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩
Romance📂 : 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐑𝐄𝐕𝐄𝐍𝐆𝐄 ㅤ ─── 𝐥𝐢𝐥𝐢𝐭𝐡 𝐬𝐭𝐞𝐢𝐧 + | ❝ eu sei que você quer me beijar. ❞ 𝓞𝙣𝙙𝙚 𝙡𝙞𝙡𝙞𝙩𝙝 𝙚𝙣𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖 𝙨𝙚𝙪 𝙣𝙖𝙢𝙤𝙧𝙖𝙙𝙤 𝙖 𝙩𝙧𝙖𝙞𝙣𝙙𝙤 𝙚𝙢 𝙪𝙢𝙖 𝙛𝙚𝙨𝙩𝙖 𝙚 𝙙𝙚𝙘𝙞𝙙𝙚 𝙨𝙚 𝙫𝙞𝙣𝙜𝙖𝙧...