desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩

seventeen.

( ★ ) ── 𝐓𝐎𝐌'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

── Cale a merda da boca, Bill! ── Gritei enquanto subia os degraus da escadas, os mesmos agora pareciam tão turvos que me encontrei com dificuldades.

── Você não pode agir como um marginal só porque não quer admitir o que sente! ── Sua voz soava em meus ouvidos como espinhos, minha cabeça doía por conta da ressaca. ── Você chorou nos meus braços naquela noite, chorou porque está apaixonado por ela!

Passei a noite fora, assim como havia feito nos últimos três dias. Minha cabeça estava em caos, assim que voltei para casa no dia da briga, encontrei Bill sentado no sofá a minha espera. Era tarde, mas ele estava ali e veio correndo até mim me abraçando com ternura, eu o abracei de volta e não pude evitar deixar as lágrimas caírem.

Eu estava cheio, meu peito gritava silenciosamente por ajuda. Era uma mistura de emoções, a morte da minha mãe, os sentimentos por Lilith, a briga com o meu melhor amigo e eu não sabia lidar com isso, era uma bola de neve. Então agi do meu melhor jeito, afinal, a bebida e a nicotina é a melhor forma de transformar a dor em prazer, certo?

── Ela ligou querendo saber como você está, mas ela sabe que tem algo errado. Lilith me conhece, sabe quando eu minto pelo tom da minha voz e sei que uma hora ou outra ela vai aparecer aqui.

── Então me faça um mísero favor e não deixe ela entrar. ── Me direcionei ao meu quarto e me tranquei no mesmo, suplicando silenciosamente pelo silêncio e pela minha cama. 

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Passei o resto do meu dia sentada na minha escrivaninha, já era tarde, mas não queria deixar de lado os meus estudos que durante dias foram jogados fora, então estava me esforçando mais do que o preciso.

Mesmo que estivesse vidrada em meu caderno, meus pensamentos vagavam no acontecimento de horas atrás, nos olhos famintos de raiva de Emmett, de seu aperto bruto em meu pescoço que deixou uma parte da minha pele marcada. Ver aquilo no espelho me dava náuseas, mas tentava ignorar, mesmo que fosse uma tentativa falha.

Escutei um barulho em minha janela, um barulho alto, o que me fez pular da cadeira. Tinha certeza de que era algum bandido ou algo do tipo, mas me acalmei assim que vi Tom batendo sua cabeça contra a mesma, para que eu a abrisse. Corri para a porta e a tranquei e fui até a janela, a abrindo e ajudando Kaulitz a entrar.

Era nítido como ele estava bêbado, mal conseguindo parar em pé e com os olhos extremamente avermelhados. Com isso o coloquei em minha cama para que pudesse se equilibrar, o garoto era muito pesado.

── Meu deus Tom, o que aconteceu? ── Questionei em um tom de voz baixo.

── Eu não consigo mais suportar, Lilith. Isso tudo dói muito. ── O moreno cobriu seu rosto com as mãos e só percebi que ele estava chorando quando seu corpo começou a se mexer mostrando que o mesmo estava soluçando, me sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça em meu peito, o abraçando com carinho. ── Eu perdi minha mãe, eu perdi meu melhor amigo, meu irmão está muito bravo comigo e ── O interrompi.

── Você tem a mim. ── Disse baixo em seu ouvido.

Tom levantou sua cabeça lentamente para poder me olhar e me encarou com seus olhos encharcados, estavam avermelhados e era fácil sentir a sua dor através deles. É engraçado que sempre que o descrevo a palavra 'dor' vem junto, mas era exatamente isso que Kaulitz transmitia, algo dolorido.

── Não faça isso. ── Ele suplicou.

── Não fazer o que? ── Questionei confusa.

O garoto suspirou e estávamos tão perto que pude sentir seu hálito em minha boca, logo antes dos seus olhos caírem para os meus lábios.

── Fazer eu gostar cada vez mais de você. ── Meu coração disparou, mas eu não me mexi. Só o vi se aproximar cada vez mais de mim.

── Tom... ── Fechei meus olhos, agora sentindo seus lábios roçarem nos meus.

── Diga meu nome novamente. ── O moreno sussurrou quase em inaudível, mas eu pude ouvir suas palavras claramente.

── Tom.

── Eu gosto de ouvir o som da sua voz, ela parece silenciar todo esse barulho que eu carrego dentro de mim.

Não consegui reagir ao seu diálogo, apenas sentir um frio na barriga, algo perto de um êxtase, como se suas palavras tivessem o mesmo efeito das drogas. Aquela sensação era insana, não havia sentido esse alvoroço com ninguém, nem com Emmett, mas Kaulitz conseguia trazer isso para mim apenas com a sua presença. Mas era tudo questão de atração, certo? Eu ainda não havia conseguido superar Hoffmann.

Apesar do ódio, seus beijos ainda vagavam pelos meus pensamentos como uma memória recente.

── Porra. ── O mesmo se levantou e correu até o banheiro do meu quarto como um cometa, sem nem acender a luz do mesmo. Pude ouvir seus sons de vômito, o que me fez soltar uma risadinha fraca.

── Céus, que romântico. ── Disse para mim mesma.

Me levantei e me direcionei até o garoto, acendendo a luz do cômodo e o vendo abaixado na frente do vaso sanitário. Me ajoelhei ao seu lado, segurando as suas tranças negras.

── Você não pode lidar com as coisas dessa forma, Tom. ── Acariciei suas costas com a minha mão enquanto o mesmo se afastava do móvel, com a cabeça baixa.

── Já escutei esse sermão de Bill, fique tranquila.

Suspirei com a sua falta de educação, mas tentei ignorá-la, era melhor assim. Dei descarga e o levantei com dificuldade, enchendo sua boca de água e o ajudando a escovar os dentes com uma escova nova que eu tinha guardada.

Era difícil cuidar de um alguém que mal conseguia deixar os olhos abertos, Tom estava quase dormindo em meus braços.

O levei até a minha cama e ele se aconchegou na mesma, mas nem tive tempo de me afastar, o garoto agarrou o meu pulso e me puxou para deitar junto a ele, me aninhando em seus braços calorosos. Seus lábios tocaram a minha testa em um beijo leve, o que me surpreendeu.

── Não vai embora, Lilith. ── O garoto sussurrou, me abraçando com tanta força que senti uma leve falta de ar, mas não o repreendi, seu aperto era bom. ── Prometo ir embora antes de você acordar.

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