desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩

twenty-nine.

( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Tom estacionou sua moto logo em frente a minha casa e eu desci do veículo, tirando o capacete junto ao garoto. Entreguei o mesmo a ele e, assim que meu olhos se encontraram com os seus, o vi esboçando um sorriso fraco, como se fosse algo natural, como se Kaulitz não estivesse percebendo o que estava fazendo.

── Obrigada por hoje. ── Apesar do moreno estar sentado em sua moto e eu estar de pé na calçada, o mesmo era alto o suficiente para que nossos rostos ficassem praticamente da mesma altura. ── E também obrigada por pagar o vestido. ── Agradeci um tanto quanto envergonhada.

── Não vejo a hora de te ver linda no dia do baile.

Me aproximei lentamente e pousei minhas mãos em seu rosto, depositando um selar longo em seus lábios. Terminamos de nos despedir e me direcionei para dentro de casa, esboçando um sorriso disfarçado, era difícil não me sentir fragilizada ao seu lado. Franzi o cenho assim que encontrei minha mãe sentada diante a mesa de jantar com seus braços cruzados, me olhando com sua expressão que declarava explicitamente o quão brava ela estava.

── Quem é esse garoto, Lilith? ── Ela questionou.

Senti um frio tomar conta da minha barriga, mas não um daqueles que identificam que as borboletas estão vivas em seu estômago, mas sim aqueles nervosos, que chegam a dar náuseas.

── Ninguém mãe. 

Tentei me afastar da mais velha o mais rápido possível, me direcionando as escadas em passos largos, o que fora totalmente em vão, já que ela se levantou e me alcançou no mesmo momento.

── Lilith responda a minha pergunta! ── Ela se colocou na minha frente. Podia ver seus olhos arregalados diante de mim, no mesmo momento me senti um tanto quanto assustada, talvez ela estivesse um pouco bêbada. ── Quem é aquele marginal!

── Não o chame dessa forma! ── Aumentei meu tom de voz junto a mais velha.

── Você está traindo Emmett com esse garoto? Lilith deixe de ser burra, pense em todos os luxos que aquele garoto pode te dar e sempre te deu, você acha mesmo que esse marginal irá lhe pagar jóias caras e viagens para lugares que você nunca poderia visitar comigo? ── No momento em que a mulher passou a dizer bobagens tive certeza de que havia álcool em seu organismo, sua voz parecia arrastada e ela mal se sentia culpada pelas palavras estúpidas que estava dizendo. ── Olhe para esse garoto, com aquelas tranças e aquelas roupas ridículas, olhe a pessoa com quem você está andando!

── Encontrei Emmett transando com outra garota em uma festa, mãe. ── Respirei fundo, vendo a expressão dela mudar totalmente com a minha confissão. ── Você deveria deixar de beber todos os dias pela falta do papai e arranjar alguém que realmente te valorize, assim como eu fiz.

Desviei do seu corpo e finalmente cheguei nas escadas, as subindo rapidamente antes de me trancar dentro do meu quarto. O cômodo era meu lugar de conforto, era bom sentir o silêncio por toda a minha volta sempre que tudo estava um caos.

Não me surpreendia todo aquele acontecimento com a minha mãe. Sempre que o álcool está em seu corpo besteiras saem da sua boca, normalmente besteiras que se referem a mim, mas era óbvio, ela precisava descontar sua tristeza em alguém, tirar aquele peso de si e, como eu nunca iria embora, a pessoa escolhida sempre era eu. Sentia calafrios sempre que me recordava de seus olhos arregalados quando suas palavras ofensivas eram descontadas em mim, de seu tom de voz ficando cada vez mais alto. Papai deixou um vazio em seu peito e ainda demoraria muito tempo para ser preenchido.

Ouvi a porta do andar debaixo ser batida com força, me avisando que minha mãe teria saído de casa, sabe-se lá para onde. Aquilo me preocupava, mas eu sabia que ela voltaria, poderia ser tarde da madrugada, mas voltaria para consertar seus erros. 

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