forty-seven.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

O cheiro forte da cafeína invadia as minhas narinas. Adorava trabalhar aqui nas manhãs gélidas de Lípsia, sentindo o aroma de conforto e o tecido aconchegante do meu moletom acinzentado.

Sempre sentia um frio em minha barriga ao lembrar dos momentos na noite passada, das ondas se quebrando entre nós assim que Kaulitz tocou suas mãos em mim. Era nostálgico, me lembrava de meses atrás, do nosso começo, do nosso proibido, que agora já não era mais tão errado assim. Tom parecia ter saído de um livro e ele sabia que era isso que me atraía, a sua intensidade e as suas palavras bonitas.

Entrei no balcão, me virando de costas para o resto da cafeteria para preparar um cappuccino de um cliente.

── Bom dia, eu gostaria de um café, por favor. ── Uma voz familiar me fez virar no mesmo instante e eu mal pude acreditar na pessoa que invadiu a minha visão.

── Não saia dai. 

Disse antes de pegar a xícara com o líquido quente e andar rapidamente até a mesa do pedido, voltando para perto do garoto. Segurei a sua mão e o puxei para o canto do estabelecimento, cruzando os meus braços, sem evitar esboçar um sorriso fraco.

── Como você me achou? ── Falei um pouco baixo, erguendo a minha cabeça para poder ter a visão do seu rosto. ── Foi Bill, não foi?

── Não, Bill é a última pessoa que me diria onde você está. Céus, esse garoto te protege como se eu fosse um monstro. ── Ele soltou uma risada baixa. ── Bem, não vou julgá-lo.

Senti seu olhar percorrer todo o meu corpo, parando em meus lábios. Percebi que mal respirava, com o ar preso em meu peito, mas eu não conseguia soltá-lo. Por um momento me senti zonza, com a pressão baixa, era esse o efeito que apenas um olhar de Tom tinha sobre mim.

── Você está linda, Lilith. ── Sua voz era calma o suficiente para arrepiar a minha nuca, eu nunca estive tão sensível.

── Não mude de assunto, Tom. ── Sorri fraco, um tanto quanto envergonhada. ── Como me achou?

── Ontem você disse que tinha que acordar cedo para trabalhar e que era garçonete, então eu procurei todos os lugares que estariam aberto em Lípsia pela manhã. Fui em uns dez lugares diferentes, mas finalmente te achei. ── O moreno sorriu de canto. ── Acho que mereço pelo menos um abraço de oi por isso, né?

Neguei com a cabeça, brincando. Logo contornei seu pescoço com meus braços, me colocando na ponta dos pés e as suas mãos vieram de encontro com a minha cintura, me puxando contra o seu corpo. Seu nariz percorreu o meu pescoço disfarçadamente, respirando fundo ali.

── Vamos sair daqui. ── Ele sussurrou.

── Eu não posso simplesmente sair do meu trabalho.

Kaulitz se separou de mim, revirando os olhos. 

── Então venha me ver hoje a noite, vamos tocar no Spizz, metade da cidade vai. ── Fiquei em silêncio com a sua pergunta, aquelas festas me davam calafrios ao lembrar do passado. ── Vamos, Lili. Sinto a sua falta na plateia sempre que subo em um palco.

── Vou pensar.

Ouvi uma voz me chamando, um tanto quanto irritada. Betty, que trabalha comigo, estava me chamando com o cenho franzido, brava pelo meu "tempinho de folga".

── Preciso ir, te vejo mais tarde. ── Sorri antes de me afastar do mais velho. 


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⏰ Última atualização: Nov 25, 2023 ⏰

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desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora