forty-one.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

3 meses depois.

Eu sinto como se um vazio me preenchesse desde que saí por aquela porta na casa dos Kaulitz, como um amor pode consumir alguém em tão pouco tempo da forma como o amor de Tom me consumiu? Isso me fez perceber que esse sentimento não se resume em tempo, em esperar meses para dizer o quanto você ama aquele indivíduo no qual você divide parte da sua vida, mas se resume em conexão, em sentir a intensidade correr em suas veias até ocupar cada partezinha do seu coração. Minha conexão com o moreno fora instantânea, seus dedos tocando as minhas curvas era certo, era imediato, eu precisava dele e queria amá-lo cada vez mais, mas as consequências da vida resolveu nos separar e eu não tive escolha, ou era Tom, ou era a minha saúde mental.

Eu ainda o vejo em vídeos que correm pela internet, o trançado ainda toca a sua guitarra com toda a sua alma e solta seus olhares maliciosos para a câmera. Não importa quanto tempo passe, ele nunca mudaria.

Assim que as aulas acabaram e as férias de verão chegaram Emmett se mudou para outra cidade junto aos seus pais, uma notícia nunca me deixou tão feliz como aquela, distância era o que eu mais precisava. Minha mãe agora faz parte de uma terapia para alcoólatras, deixou de chegar tarde da noite com uma garrafa vazia nas mãos e agora foca a sua vida na academia, consegui a convencer que a mesma precisava mudar para não se afundar cada vez mais no lado obscuro da vida. E agora eu me sentia independente, morava em um apartamento e arranjei um emprego em uma cafeteria para conseguir me sustentar, mesmo que grande parte do dinheiro viesse da ajuda da minha mãe. Estava me preparando para entrar na universidade, eu tinha apenas mais um mês de férias pela frente.

Me sentia orgulhosa do quanto eu havia conquistado nesses três meses.

── Você passa tempo demais na frente desse espelho. ── Klara resmungou deitada na minha cama, me observando terminar de me maquiar na frente do espelho. ── Daqui a pouco já é ano novo e você ainda está ai. ── A platinada revirou os olhos.

── Deixe de ser chata! ── Suspirei. ── Quero estar bonita.

── Você já é bonita, tontona.

Hoje teríamos uma festa de ano novo, obviamente a minha primeira opção seria passar com a minha mãe, mas a mesma decidiu fazer uma viagem com as suas amigas e aproveitar o tempo juntas, então eu faria o mesmo.

── Você sabe que tokio hotel vai estar lá, certo? ── Assenti com a cabeça, optando por me calar, preferia não citar o nome de Tom em nossas conversas, tentando evitar a minha sensibilidade. ── Você não precisa falar com ele...

── Klara ── Me virei para a garota novamente. ── Se Bill está perto de você, Tom está perto de nós. Não se preocupe, não somos mais crianças, podemos ter uma conversa civilizada.

── Você ainda guarda rancor?

Seu questionamento fora o suficiente para um frio tomar conta da minha barriga, me recordando do seu ato assim que ele saiu da minha casa naquela noite fria. Poucos dias depois vazou uma foto de ambos aos beijos, naquele mesmo dia eu vomitei tudo o que havia dentro de mim, sentindo nojo de ver outra garota no meu lugar. Aquilo doeu mais do que deveria, pensei que a traição de Emmett fora a pior, mas a dele nada substituiria. 


Senti o ar abafado tomar conta do meu corpo assim que pisei dentro daquele lugar, em meio aquela multidão tudo o que podia ser observado eram as luzes que piscavam na batida da música. Havia um palco coberto por cortinas, que eu deduzia que seria onde ocorreria o show mais tarde, e também havia um bar que iluminava o local escuro.

── Vou buscar algo para beber. ── Klara gritou para que eu pudesse ouvi-la e eu assenti com a cabeça.

Me coloquei em meio as pessoas e me deixei levar, todos estavam tão felizes pelo final do ano e eu não podia estar melhor. Vivi o puro inferno nos últimos meses, estava em uma montanha russa e tudo o que eu queria era que essas memórias se tornassem nuvens.


Minhas mãos estavam entrelaçadas nos dedos de Klara, a platinada havia me arrastado para dançar com ela e agora um sorriso não deixava de se esboçar nos meus lábios. Havia bebido o suficiente para deixar o meu corpo levar sem um pingo de vergonha, apenas sentindo a música tomar conta de mim.

Meu coração disparou assim que as luzes do palco acenderam do meu lado, me fazendo dar um passo para trás por conta do susto. Não havia notado que estava tão perto do lugar, mas agora a multidão se juntava atrás de mim e não haviam mais chances de eu me afastar, senti um frio tomar conta da minha barriga assim que me dei conta que em poucos segundos Tom estaria na minha frente, tocando a sua guitarra enquanto ele mordia aquele maldito piercing e eu não queria me afastar, queria vê-lo, reencontrá-lo, não precisávamos trocar uma palavra sequer, eu apenas queria senti-lo perto de mim.


desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora