thirty-eight.

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( ★ ) ── 𝐓𝐎𝐌'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Ter ido até o carro daquela garota nessa madrugada foi uma das coisas mais nojentas que já havia feito em toda a minha vida, em nenhum momento eu olhei para o seu rosto, evitei encarar seus olhos pela imagem de Lilith sair da minha casa. Eu estava transando com aquela estranha, mas estava imaginando que o corpo selado ao meu era de quem eu amava, estava me esforçando para lembrar da sua voz, fora como se eu estivesse sido levado novamente para o dia em que eu estava em seu quarto, para o dia em que ela se entregou totalmente a mim.

Bati na porta de casa com força, não conseguia me esforçar para achar as chaves em meu bolso e agradeci aos céus por ver a sombra do meu irmão se aproximando pelo vidro ao redor da porta.

── Por que está batendo como um louco? ── O garoto questionou um tanto irritado, era visível que o mesmo fora acordado pelo som estrondoso que soou por toda a casa. 

── Desculpa... Não consigo achar minhas chaves. ── Disse com as palavras tropeçando. Tudo na minha volta estava turvo, minha cabeça era pesada e, assim que tentei dar um passo para dentro da residência, caí nos braços de Bill.

── Ah meu Deus, Tom. ── Com esforço, o moreno fechou a porta atrás de nós e me levou para o sofá, me colocando sentado no mesmo. Consegui me manter com postura, sem cair para o lado, mas uma ânsia passou a me consumir, eu havia bebido demais e meu estômago estava revirado. ── O que aconteceu? Você só costuma beber dessa forma quando algo te deixou mal.

── Lilith. ── Murmurei, me sentindo mais sensível e fragilizado do que nunca. Seu nome fora difícil de sair dos meus lábios, era como se espinhos estivessem arranhando a minha garganta brutalmente e as lágrimas invadiam os meus olhos. Era fácil chorar em uma situação dessas, eu odiava que me vissem assim, mas não me importava de ser transparente com Bill. O garoto se sentou ao meu lado e me colocou em seus braços no mesmo instante, deixando eu me soltar enquanto o mesmo acariciava as minhas tranças com a sua mão. ── Ela não me quer.

── Isso é impossível. ── Kaulitz murmurou.

── Ela me disse isso. ── Respirei fundo, tentando prosseguir o meu diálogo sem soluçar. ── E então eu bebi, porque assim eu não pensaria nela. Mas eu fiquei com outra pessoa, foi horrível.

── Céus, Tom. ── Senti o peso da cabeça do meu irmão sobre a minha.

Meu peito doía, era como se meu coração tivesse sido literalmente estilhaçado ou partido ao meio. Eu sempre soube que o amor era dolorido, que suas decepções eram como facadas, mas eu não sabia que era tudo tão intenso, todos os sentimentos e emoções envolvidos, a forma como agimos, as sensações ou talvez esse era um dos meus defeitos, ser intenso demais e quebrar a cara facilmente.

── Eu amo a Lilith.

Minha respiração passou a ficar mais ofegante e o meu corpo suando frio, as lágrimas grossas trilhavam o meu rosto, mas outra sensação passou a tomar conta de mim. Senti uma queimação em meu estômago e na minha garganta, e logo me inclinei para colocar tudo para fora. Eu sabia que a qualquer momento eu iria vomitar, passei todo o caminho me segurando para não fazer isso no meio fio, mas não esperava que iria soltar tudo no tapete da sala de estar, isso apenas me deu mais vontade de chorar, essa bagunça em meus pensamentos e agora a bagunça que eu havia feito.

── Vai se deitar, Tom. Logo você estará melhor e amanhã, ao acordar, você toma um banho. Eu vou limpar tudo isso. ── Bill depositou um beijo em minha testa antes de se levantar. ── Eu te amo e saiba que ela te ama tanto quanto eu, essa história está muito estranha.

O obedeci, assentindo com a cabeça para o mesmo entender que eu havia compreendido suas palavras. Me levantei de dei meia volta, me direcionando ao meu quarto. Ao entrar no cômodo, mal tive forças para fechar a porta, apenas me joguei na cama e senti o conforto possuir todo o meu corpo, meus olhos se fecharam e logo eu estava em um sono pesado. 


desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora