nineteen.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Fazia três dias desde que eu não tinha nenhuma notícia de Tom, isso me acanhava, não conseguia parar de pensar na face do garoto. Por algum motivo eu queria vê-lo, queria a sua companhia, queria ouvir a sua voz, queria seu suspiro quente contra os meus lábios novamente. Eu o queria, mesmo que tentasse negar para mim mesma, no fundo sempre sabemos quando estamos mentindo.

Aproveitei o fato de que a aula havia acabado e fui direto para a residência dos Kaulitz andando, deixando meu almoço de lado, eu tinha tempo de sobra para isso depois.

Estranhei ao ouvir um som de música extremamente alto vindo do fundo da casa, mas deduzi que a banda estivesse fazendo uma festa juntos ou algo assim, então não hesitei em tocar a campainha e esperar ser atendida. Pelo menos era um sinal de que a casa não estava vazia.

── Ei, Lilith! ── Bill apareceu em minha frente com um copo de bebida na mão e um sorriso de orelha a orelha. O mesmo se encontrava usando apenas uma bermuda e um óculos de sol. ── Entra.

O mesmo me puxou antes que eu pudesse dizer algo. O moreno estava com um hálito tão forte de bebida que podia sentir mesmo estando a bons centímetros de distância.

── Você chegou na hora certa, a festa está incrível! 

Seu tom de voz era alto para que eu consegui-se ouvi-lo, o que me fez soltar uma risada singela. A situação era engraçada, era raro vê-lo tão bêbado assim, mas quando ocorria Bill conversava até com as paredes, literalmente.

── Quem era, Bill? 

Ouvi a voz de Tom se aproximar do cômodo e, assim que me virei para ele, o vi com o braço em volta do ombro de uma garota morena. Ambos estavam com roupas de banho e a mesma tinha um semblante de felicidade, seus olhos brilhavam com a presença do garoto ao seu lado.

Engoli seco, pelo jeito Kaulitz estava muito bem.

Fiquei irritada comigo mesma por me sentir brava daquela forma, mesmo que eu escondesse esse sentimento muito bem, não havia motivos para isso ocorrer e era errado eu me sentir assim. Por que eu deveria cobrar algo de um alguém que não tem absolutamente nada comigo?

── Por que você está tão vestida, loirinha? Vem, vamos dar um jeito nisso ai. ── A morena se aproximou e me puxou para o quintal da casa.

Nunca havia visto aquele local tão cheio. Já havia ocorrido diversas festas aqui, mas nunca em um ponto de que você mal conseguisse andar em meio aquela multidão.

Eram todos desconhecidos ao meu ver, me sentia um tanto quanto deslocada, mas não pareciam perceber a minha presença quando eu me escondia em uma cadeira em um canto na sombra. De alguma forma era terrível ver Tom aos beijos com aquela garota, ela era linda e muito simpática, afinal, me tratou muito bem assim que bateu os olhos em mim, mas eu faria insanidades para poder estar no lugar dela.

Meus pensamentos sempre me levavam para aquela noite em meu quarto, para as palavras bonitas que saíram da boca de Tom, mas como eu devia imaginar, fora tudo culpa da quantidade absurda de álcool que o garoto havia bebido.

── Por que está tão escondida? ── Um garoto loiro dos olhos esverdeados se aproximou de mim e se sentou logo na minha frente, tomando um gole de sua bebida. ── Você passou a maior parte da festa sozinha aí.

── Você me notou? Droga, achei que meu esconderijo tivesse funcionado. ── Brinquei, o que o fez soltar uma risadinha antes de mim. 

── Você deu azar, eu adoro brincar de esconde-esconde. ── Senti meu rosto esquentar no mesmo segundo que escutei sua frase, o que me calou por completo. ── Você não respondeu a minha pergunta.

── Não sou o tipo de pessoa que gosta de festas. ── Fui sincera, dando de ombros.

── Então por que está em uma?

── Longa história. ── Suspirei baixo, o vendo sorrir para mim.

O garoto era muito bonito, seus cabelos eram um pouco longos, o suficiente para quase cobrir seus olhos que eram tão esverdeados quanto uma folha. Eles combinavam com as suas sobrancelhas grossas, era uma ótima mistura.

── Sou Rudy. ── O garoto anônimo finalmente se aproximou.

── Lilith.

── Tipo o demônio feminino? ── Assenti com a cabeça. ── Engraçado, você está mais para um anjo do que um demônio. ── Rudy riu e eu o acompanhei, o vendo terminar a sua bebida em um gole só. ── Quer sair um pouco desse seu esconderijo e ir dançar comigo?

── Acho que posso fazer esse esforço. ── Brinquei.

O loiro segurou na minha mão e me levou para a multidão, me puxando para uma dança animada, assim como a música. Ele balançava os meus braços de um lado para o outro de um jeito bagunçado, mas essa bagunça era divertida, era bom rir junto ao garoto.

Suas mãos vieram de encontro com a minha cintura e me puxaram calmamente para perto, o que me fez pousar meus braços em volta do seu pescoço. O verde dos seus olhos agora transmitiam desejo, o que me fez esboçar um sorriso fraco.

Por instinto olhei para atrás dele, tendo a visão de Tom com a garota morena nos braços nos olhando com o cenho franzido. Ela mal percebia que o moreno não dava atenção para as coisas que a mesma dizia. Isso acendeu uma luz em minhas veias, vê-lo com raiva por não estar me tocando da forma como Rudy estava, do mesmo jeito como eu me senti ao ver claramente seus lábios tocando os lábios de outra garota. Queria que Kaulitz se sentisse da mesma forma como eu me senti, então me coloquei na ponta dos pés e grudei nossas bocas em um beijo intenso, tão intenso que me fez soltar um suspiro fraco logo de início.

Suas mãos me apertaram com força, juntando nossos corpos ainda mais e assim acabando com a distância que nos espaçava. Era bom beijá-lo, mas meus pensamentos não estavam focados nisso, mas sim no garoto que se encontrava a alguns metros de nós.

── Rudy, porra! ── Senti as mãos de Tom nos separar com brutalidade, olhando para o loiro com um semblante de raiva. Seu tom de voz era alto, mas a sorte era que a música era mais alta ainda e todos na nossa volta se encontravam em outra dimensão por conta da bebida. 

── Qual é o problema, cara? 

Olhei para Kaulitz com os olhos arregalados, minha intenção era deixá-lo irritado, mas não tão irritado ao ponto de simplesmente agir.

desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora