forty.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Sentar naquele sofá fora quase impossível, porque eu sabia que em poucos minutos eu estaria encarando aqueles malditos olhos castanhos que me faziam delirar. Eu não sabia porque isso doía tanto, era para ser simples me sentar aqui e encarar a realidade, mas eu parecia estar em outro mundo desde que eu pisei dentro de casa e tudo estava em estilhaços.

Quem eu havia me tornado desde a sua chegada, desde a traição daquele que eu mais amava? Nunca fui assim, me envolvendo em brigas, bebendo como a minha mãe pela falta daquele que faz o meu coração acelerar intensamente, vendo a bagunça tomar conta da minha volta pelo ato que eu nunca conseguira fazer, seguir em frente sem Tom. Agora a minha vida sem ele parecia vazia e realmente era, tudo se tornou um borrão, um quadro negro e eu não queria ser assim, eu queria ter o meu valor e reconhecer isso.

── Minha Lili... ── Bill sussurrou ao se aproximar de mim, segurando as minhas mãos com leveza. Podia sentir seu olhar de pena sobre mim, eu sabia que a minha aparência não era das melhores. ── Nunca vou perdoar Emmett e Tom por trazerem um furacão na sua vida.

── Não é culpa de Tom. ── Sussurrei de volta, forçando um sorriso fraco.

── Você sabe que é. Eu o amo, você o ama, mas nós sabemos como ele realmente é. ── Tive que usar todas as minhas forças para não derramar lágrimas novamente. Céus, eu parecia uma criança chorona. ── Vou chamá-lo aqui. ── Assenti com a cabeça.


( ★ ) ── 𝐓𝐎𝐌'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Deixei a minha cabeça encostar na parede logo atrás de mim, sentado na cama, sentindo apenas as vibrações da guitarra no meu colo. Minha cabeça doía, tudo ainda girava, tinha certeza de que ainda havia álcool presente em meu organismo, mas eu não reclama disso, eu queria estar inconsciente para evitar pensar nela. No fundo eu sabia que isso seria impossível.

Ouvi as batidas na porta do meu quarto, mas preferi ignorar como havia feito durante a manhã inteira. Eu sabia que era Bill, mas eu não queria ser consolado agora, eu queria ficar sozinho, assim como já havia feito em um momento instável da minha vida.

── Abre essa porta, Tom! ── Aumentei as vibrações da guitarra, a tocando com vigor, na tentativa de ouvir menos a voz do garoto. ── Porra! ── O moreno se descontrolou, passou a dar murros na porta freneticamente.

Aquilo me irritou por completo, tentei ignorar, mas o som era estridente para a dor na minha cabeça. Me levantei nervoso, abrindo a porta de forma agressiva, o observando com o cenho franzido logo em seguida.

── Qual parte de eu quero ficar sozinho você não entendeu ainda? ── Questionei.

── Lilith está aqui. ── Tive certeza de que perdi o ar por alguns segundos. Não fazia muito tempo desde que havíamos nos visto, mas saber que ela estava à poucos metros de mim trazia as borboletas de volta ao meu estômago. Merda, eu estava tão apaixonado por ela que chegava a ser dolorido. ── Não seja um babaca e seja sincero sobre a merda que você fez na madrugada passada, ela merece saber, e se você não contar, eu conto.

Kaulitz se afastou de perto de mim e pude perceber uma presença junto a ele, Klara o acompanhou até o fim do corredor. Respirei fundo antes de me retirar do quarto, eu não estava arrumado e sabia que meus olhos estavam caídos, mas isso pouco me importava, eu precisava vê-la, precisava ouvir a sua voz e sentir o seu cheiro de baunilha, com aquele seu jeito angelical que tanto me conquistava.

desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora