thirty-two.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Uma roda de adolescentes se formou em volta de Emmett e Tom, os gritos ecoavam pelo ginásio junto a música romântica que não havia parado de tocar. Senti um gosto ruim em minha boca assim que Kaulitz foi colocado no chão e Hoffmann se colocou em cima do seu corpo, depositando socos fortes em seu rosto, tinha certeza de que iria vomitar ali mesmo, mas um alivio trilhou minhas veias assim que o moreno se irritou o suficiente para usar toda a sua força, mudando suas posições e passando a depositar toda a sua raiva no rosto dele, com socos fortes enquanto sua outra mão o segurava contra o chão pela gola da sua camisa.

── Chega, Tom! ── Bill apareceu no meio da multidão, puxando seu irmão com toda a sua força para longe. Tom estava com os olhos arregalados, a respiração ofegante em seu peito e havia sangue em algumas partes do seu rosto, aquilo me partia no meio. ── Já é a segunda vez que isso acontece, se estão com algum problema, sejam homens e resolvam na porra da conversa. Ninguém é obrigado a participar da briguinha infantil de vocês.

── É, Kaulitz. ── Emmett dizia enquanto se levantava, o sorriso provocador não saiu de seus lábios, mas sua voz parecia arrastada. ── Escute o bichinha do seu irmão.

Aquela frase fora o suficiente para acabar com o resto de sanidade que havia dentro do corpo de Tom, o garoto se soltou brutalmente dos braços do seu irmão e se aproximou em passos largos de Emmett, dando um soco tão forte em sua barriga que o fez cambalear para trás, mas o moreno o alcançou antes que o mesmo caísse, segurando a gola da sua camisa e o puxando contra si.

── Se você ousar colocar o nome de Lilith e Bill nessa sua boca imunda novamente eu te mato, seu merdinha. ── Seu tom de voz aumentou. ── Você ouviu? Eu te mato, porra!

── Chega Tom, isso já é o suficiente! ── Me aproximei do garoto, o puxando pelo seu blazer. Aquela cena era terrível, ver os olhos escuros e repletos de ódio de Kaulitz foram o suficiente para que eu agisse, para que aquela briga não piorasse. Sabia que o moreno não iria se controlar se mais alguma frase saísse da boca do loiro e ninguém estava preparado para ver o resto.

── O que está acontecendo aqui? ── A diretora se aproximou um tanto quanto absurdada. ──  Nunca mais pensem em pisar nesse colégio! ── A mais velha apontou para os garotos de tokio hotel e logo se aproximou de Emmett em passos lentos, cruzando seus braços. ── E você Hoffmann, estou cansada dos seus atos de rebeldia. Você está expulso!

Um sorriso se esboçou nos lábios de Tom, que estava ao meu lado. Eu odiava ver aquilo, toda aquela situação desastrosa e odiava mais ainda saber que fora tudo culpa minha. Olhava para o rosto de Kaulitz e via os cortes em sua pele, o sangue em sua boca e suas pupílas dilatadas, cobrindo quase todo o castanho dos seus olhos, aquilo me dava náuseas e uma vontade imensa de chorar, mas não podia deixar meu lado sensível vencer em um momento como esse, devia me colocar em pé e ser forte, como sempre fui durante todos esses meses.

── Não ache que isso acabou, Stein. ── Emmett disse chegando perto de mim, pude sentir seu hálito forte de bebida, o que explicava o motivo da sua raiva parecer ter sido dobrada e logo o garoto se direcionou a saída do ginásio.

── Vamos para casa, Tom. ── Falei baixo, segurando sua mão com delicadeza e seguindo o mesmo caminho.

 ★

Tom se encontrava sentado na minha frente, em cima do vaso sanitário do banheiro do seu quarto. Eu estava entre as suas pernas, logo na sua frente, limpando seus machucados com leveza o suficiente para não machucá-lo ainda mais. Não havia dito uma palavra desde que chegamos aqui, estava calada, perdida em meio aos meus pensamentos, que eram extremamente confusos. O que Emmett disse era uma ameaça, era para eu ter me afastado de Kaulitz e acabado com essa confusão, mas eu prossegui e cheguei a um ponto que eu mesma não podia suportar. Estava apaixonada pelo garoto, estava tão apaixonada que era doloroso vê-lo em uma situação como essa, tinha certeza que iria vomitar a cada soco que Tom levava em seu rosto e não suportaria ver isso acontecendo mais uma vez, cada vez pior.

── Me perdoa por estragar a sua noite. ── Seu tom de voz era baixo, soando quase como um murmuro.

── Está tudo bem. ── Foram as primeiras palavras ditas desde que estávamos a sós.

── Não minta para mim. ── Suas mãos foram de encontro com a minha cintura, acariciando o local com ternura. Havia leveza em seu toque, sentimento de culpa em sua voz e piedade em seus olhos, mas eu estava tão exausta que não tinha forças para retribuir o seu carinho. ── Obrigado por estar cuidando de mim, linda. ── O moreno deitou sua cabeça em minha barriga, fechando seus olhos logo em seguida. ── Obrigado. ── Ele sussurrou.

── Está tarde, eu preciso ir. ── Sussurrei, mordendo meu lábio inferior com força na tentativa de impedir que uma lágrima caísse.

── Quer que eu te leve?

── Não, eu preciso de um tempo sozinha. ── Depositei um selar no topo na minha cabeça e me afastei, saindo do seu quarto.

De algo eu tinha certeza, que assim que eu saísse pela porta daquela casa, tudo mudaria. Não queria mais ser um imã para brigas, não queria que Emmett virasse contra nós e descontasse sua raiva em violência, não queria sentir medo, não queria sentir um aperto no peito, não queria ver Tom com seus olhos demoníacos novamente, não queria me lembrar da traição de Hoffmann. Eu apenas queria paz e eu finalmente teria paz.

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desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora