twenty-one.

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( ★ ) ── 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Tom me levou para a frente da entrada na casa, onde a música passou a ser abafada e o som das vozes das pessoas inexistente. Éramos apenas nós dois e eu me divertia com os beijos intensos que ele me dava em meio a suas frases quase sempre inacabadas.

── Eu te busco as oito, ok? Não esquece. ── Seus beijos desceram para o meu pescoço, o que me fez soltar um suspiro. Enfraquecia sempre que ele fazia isso, mas adorava o fato do moreno amar deixar seu rastro pela minha pele sensível pelo seu toque.

── Mas para onde nós vamos? Não sei o que devo vestir. ── Questionei.

── Só vai ter nós dois e a minha moto, não se preocupe com isso. ── Ele me olhou e depositou um último selar longo nos meus lábios. ── Não vou estragar a surpresa dizendo para onde vamos, linda.

Era gostoso vê-lo próximo e carinhoso dessa forma, suplicava pelo seus lábios colados nos meus e seus olhos castanhos me fitando como se eu tivesse as curvas de uma deusa. E ainda havia algo convidativo em nossos momentos, estavam escondidos, era um segredo apenas nosso.

── Vai jogar pedrinhas na minha janela? ── Brinquei, o que o fez soltar uma risada fraca.

── Vai sonhando.


Sempre fui uma garota sonhadora, aquela que assistia filmes de romance e sonhava em estar no lugar na garota amada. Eu queria um príncipe encantado, queria um garoto que me levasse ao paraíso se fosse preciso, um alguém que me levasse as estrelas e me tornasse um anjo. Mas isso era um sonho de uma adolescente apaixonada pelo clichê, afinal, a perfeição não existe.

Emmett foi o meu primeiro amor, tinha certeza de que ele era o meu príncipe assim que ele me beijou atrás da arquibancada do campo de futebol. Naquele dia eu sorri como uma besta, passei o resto da tarde trancada no meu quarto em meio a pequenos surtos enquanto escutava a minha playlist de músicas românticas no máximo. Céus, quando eu o vi nos braços de outra meu mundo caiu, ele deixou de ser o príncipe e se tornou o vilão da minha história tão rápido que mal tive tempo de pensar.

Minha mãe sempre me dizia que o fim do seu primeiro amor é o mais dolorido, mas é o que mais nos amadurece. Ele machuca pela nossa inocência, pela falsa expectativa de acreditar que todos aqueles momentos são eternos, que tudo é para sempre. Eu não acreditei nela, mas quando tudo acabou senti o fim me consumir pedacinho por pedacinho, e logo tudo se tornou cinza, eu me tornei cinza, ele me tornou cinza.

Estava terminando de fechar o meu colar quando escutei um barulho estranho na janela, logo vindo de outro. Por um segundo pensei que estava chovendo granizo, mas quando abri a mesma tive a visão de Tom se preparando para jogar outra pedra em minha direção.

── Ah meu Deus, você realmente está jogando pedras na minha janela? ── Disse baixo na tentativa de fazer a minha mãe não escutar, com um sorriso esboçado em meus lábios.

── É para dar mais emoção para quando você pular da janela. ── Ele brincou e eu sorri fraco.

Terminei de organizar o meu quarto e fiz o que estava acostumada, fugir pela janela. Eu sabia que era idiotice, que eu podia questionar a minha mãe se ela deixaria eu sair essa noite, mas por algum motivo as coisas radicais parecem ser mais divertidas ao lado de Tom.

── Coloca. ── Ele ordenou assim que entregou o capacete de sua moto em minhas mãos, subindo na mesma logo em seguida. Repeti o seu ato, contornando sua cintura com os meus braços com força assim que o mesmo ligou veículo. Eu sabia que Kaulitz não tinha medo das ruas, que sua velocidade chegava a ser desmoderada. ── Você vai me matar sem ar desse jeito.

── Perdão, é que eu ainda prezo pela minha vida. ── Meu dialogo o fez rir e o moreno logo estava me levando pelas ruas de Lípsia. 

Por incrível que pareça a noite não estava tão fria, muito pelo contrário, o vento que batia contra o meu corpo chegava a ser prazeroso e não gélido ao ponto de causar tremores por todo o meu corpo. Por esse mesmo motivo minhas pernas estavam descobertas, já que eu usava apenas um shorts jeans.

O sinal ficou vermelho e Kaulitz obviamente parou sua moto, logo senti a ponta dos seus dedos caminhando na minha perna em um toque leve, tão leve que mal pude sentir, mas ele fora o suficiente para descompassar a minha respiração. Sua mão subiu até a minha coxa, onde o mesmo apertou a minha carne com força. Um sorriso se esboçou em meus lábios, céus eu adorava isso.

Em pouco tempo estávamos exatamente onde Tom pretendia me levar desde cedo e porra, era lindo.

── Chegamos, princesa. ── Ele disse assim que desci da sua moto.

Estávamos no topo da cidade, tudo por nossa volta era matagal, exceto pela visão na nossa frente, a visão de toda a cidade iluminada diante dos nossos olhos. Não tinha conhecimento de que era possível estar em um lugar desse por aqui, era totalmente desconhecido por mim e tinha certeza de que também era por muitos, afinal, um lugar lindo desse era difícil estar completamente vazio.

── Como você encontrou esse lugar? ── Questionei ao garoto que estava logo atrás de mim, com as mãos nos seus bolsos. ── É incrível!

── Foi logo quando eu ganhei a minha moto, eu tinha dezesseis anos. Foi nessa época que a minha mãe faleceu, então passei a andar por toda a cidade sozinho, me fazia bem. ── Ele se sentou um pouco mais na minha frente. ── Encontrei esse lugar por acaso e venho aqui sempre que preciso de um tempo sozinho.

Caminhei devagar na direção do garoto enquanto o mesmo falava, sua voz era tão tranquila que me trazia calmaria sem ele ao menos perceber. Me sentei ao seu lado, pousando minha cabeça no seu ombro, logo sentindo o peso de sua cabeça em cima da minha.


desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora