fifteen.

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( ★ ) ── 𝐓𝐎𝐌'𝐬 𝐩𝐨𝐯.

Eu tentava me convencer de que não sabia os motivos que me levaram entrar escondido no quarto de Lilith pela sua janela, que não sabia os motivos que me levaram tocar o seu corpo naquele espaço pequeno, que fazia com que eu sentisse ainda mais o calor de sua pele contra a mim. Mas a verdade é que eu não podia deixar de pensar em seus olhos azulados e seu sorriso angelical desde que a mesma me acolheu na garagem da minha casa.

Odiava me sentir assim, odiava sentir necessidade de estar perto dela e odiava mais ainda o fato de ser ela. Lilith era um pecado, tentava me convencer de que o que eu sentia era apenas desejo de tê-la para mim por apenas uma noite, mas de qualquer forma eu não podia tê-la, Emmett me mataria. Mas, droga, por que ela se rendia tão bem ao meu toque ao ponto de me levar a loucura? Minha vontade naquela tarde era de agarrá-la com toda a minha força e fodê-la contra as paredes de seu guarda-roupa, sentindo seus suspiros em meus lábios, suspiros que eu tiraria dela.

E agora lá estava ela em meio aquela multidão iluminada apenas pelas luzes coloridas da boate, com sua saia jeans plissada, sua blusa branca repleta de detalhes delicados e seus saltos da mesma cor. Ela precisava usar aquela saia que deixava suas coxas fartas a mostra justamente naquela noite? Era difícil me segurar ao ver seu colo exposto coberto apenas por uma corrente dourada junto a um pingente de coração.

Suas roupas claras que combinavam tão bem com a cor de sua pele quase me fizeram esquecer de que eu estava em cima de um palco tocando para a maior parte dos adolescentes de Lípsia. Eu precisava desfocar dela e focar na minha guitarra, na minha música, em mim.

── Céus, aquela garota é um inferno! ── Ouvi a voz de Emmett se aproximar de mim enquanto dava um gole na bebida em meu copo.

── O que aconteceu dessa vez?

── Não sei mais o que fazer para tê-la de volta. Já pedi perdão, já me declarei, fui atrás dela, eu literalmente me humilhei para que ela perdoasse. ── Seu tom de voz era bravo, o que me deixou irritado. Como ele podia culpá-la por algo assim?

── É difícil cara, ela te pegou na cama com outra e todos se viraram contra ela. Não acho que tem chances dela te perdoar. 

Dei mais um gole, agradecendo aos deuses pelo amargo raspar a minha garganta, me impedindo de dizer besteiras a ele.

── Ela é uma vadiazinha. 

Senti a raiva trilhar minhas veias em uma mistura com o álcool e isso obviamente não trazia bons resultados, afinal, meu lado impulsivo se tornava mais aguçado do que nunca. Ouvi-lo xingá-la dessa forma me levou aos nervos, mas por que eu me sentia tão irritado por uma situação que nem me envolvia? Eu deveria deixar isso de lado e aproveitar a festa que parecia não ter fim durante aquela madrugada.

── É uma puta ingrata, fiz de tudo por ela e agora sou tratado como lixo. ── Respirei fundo, estava perdendo o controle. ── Quem ela pensa que é?

Deixei meu copo na mureta ao lado e me virei na direção do garoto, não pensei duas vezes antes de levar minha mão ao seu rosto brutalmente, depositando um soco em seu queixo com toda a minha força. O garoto cambaleou para trás, mas logo se recuperou e não esperou para vir para cima de mim, em um empurrão tão forte que fez com que minhas costas batesse na parede a poucos metros atrás de nós.

── Que merda, Kaulitz! ── Ele exclamou.

O empurrei de volta, mas fora com tanta força que seu corpo deu de encontro com o chão. Subi em cima do mesmo, sentindo uma veia saltar em minha testa pela raiva que me consumia, então a depositei em seu rosto a cada soco que lhe dava.

Eu poderia facilmente tê-lo feito desmaiar se Bill não tivesse me tirado rapidamente de cima do garoto, me afastando e me puxando para longe. Passei minha mão pela minha boca, vendo o vermelho do sangue do meu corte tingir a minha pele, mas mal sentia a dor daquele arranhão.

── Porra Tom, você poderia ter matado Emmett! ── Meu irmão disse em uma forma de repreensão. 

Meu peito subia e descia intensamente, mas eu não me arrependia. Quem aquele loiro mesquinha achava que era para dizer aquelas palavras sujas de Lilith?

Percebi a multidão que se formava a nossa volta, muitos se preocupavam com o garoto caído no chão, me dando olhares de advertência. Mas eu não me importava, não queria saber o que achavam de mim, se me achavam um marginal, um idiota ou um corajoso por finalmente ter calado Hoffmann.

Meu olhar deu de encontro com o olhar da loira, que tinha seu cenho franzido e uma expressão de medo, eu podia sentir a sua confusão, mas também podia sentir o seu alívio por finalmente aquele garoto ter tido o que merecia. E ela também merecia vê-lo naquela situação, felizmente ela mal sabia das palavras sujas que ele dizia pelas suas costas.

Me afastei do local rapidamente, me direcionando para fora da festa com agilidade.

Cambaleava pelas ruas com uma garrafa de bebida nas mãos. Que merda estava acontecendo comigo? Nunca havia sentido uma pontada como essa em meu peito antes.

Por que eu a defendi? Por que eu fui até a sua casa? Por que eu a toquei daquela forma? Eram tantas perguntas que levavam a minha cabeça a uma várzea enorme e, pela primeira vez, eu não conseguia me encontrar em meio a minha própria bagunça.

Mas eu sabia do que eu precisava assim que dei de encontro com algumas garotas saindo de uma festa, um local tão iluminado que chamava a atenção de qualquer um a metros de distância. Precisava de alguém, um amor para apenas uma noite, um alguém que me fizesse esquecer das coisas que me incomodavam a tantos dias.

Era por isso que minha cabeça estava uma pura bagunça, eu precisava de algo que me despertasse e sabia que aquela loira que tinha os olhos fixos em mim poderia concertar isso.

desire for revenge. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora