Aquele em que professor Andrew vai preso.

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A gente nunca pensa muito sobre certo tipo de coisa, até que aconteça com a gente ou com alguém que amamos pra caralho.

Eu tinha quatorze anos quando conheci Iara, uma amiga da minha prima, e foi uma das experiências mais bizarras de toda a minha vida. Naquela altura do campeonato, eu já sabia muito bem que me sentia atraída por garotas e que todos aqueles sentimentos quando eu via uma menina bonita não era admiração coisa nenhuma.

Comecei a namorar muito precocemente, lá pros doze anos, e por incrível que pareça, não me arrependo. Dani sempre foi uma garota muito gente fina, nós tínhamos uma porrada de coisas em comum, só que era coisa boba de criança, então não durou mais que um ano.

Eu conheci Iara na puberdade, acho que tinha acabado de fazer quatorze anos, estava encantada com a possibilidade de poder amar outras garotas sem ter que sentir culpa por isso. Na época, acho que Iara tinha dezoito ou dezenove, não me lembro ao certo, só que ela era bem mais velha que eu.

Iara era uma das melhores amigas da minha prima, então ela estava na casa da minha avó sempre. Acontece que, quando eu ainda era mais novinha, ela nunca me enxergou com esses olhos. É claro, eu era uma pirralha quando ela e minha prima já falavam sobre caras e saíam pra festas, mas eu sempre a admirei mais que o normal.

Eu tinha aquela paixãozinha inocente por Iara, daquele tipo que começa com uma admiração e vai se transformando em coisa boba de criança, só que eu nunca fui notada. Bom, isso até meus quatorze anos.

Aos treze, eu já tinha muito mais corpo que qualquer uma das meninas da minha idade. Eu tinha curvas, meus peitos começaram a crescer mais rápido que o das minhas amigas e eu tive o meu primeiro ciclo mais cedo que as minhas outras primas, então tudo era meio bagunçado pra mim com essa questão de saber agir de acordo com a minha idade, já que as pessoas de fora me tratavam como se eu já fosse uma mulher.

Eu não vou saber te dizer exatamente como me envolvi com Iara, mas aconteceu. Talvez tenha sido por um elogio aqui, presentes ali, e eu acabei me apaixonando porque era nova demais e, na minha cabeça, parecia certo. Não demorou muito para que Iara me pedisse em namoro e eu aceitasse, até porquê não tinha motivos pra rejeitar.

Mantivemos nosso relacionamento em segredo por um pedido dela. Primeiro sinal vermelho que ignorei. Mas, novamente, eu era nova demais para pensar com clareza, e só queria agradar Iara.

Não vivi uma relação abusiva ou coisa do tipo, Iara sempre foi gente boa, mas hoje em dia eu reconheço que não deveria ter acontecido. Eu quero dizer, a garota era anos mais velha que eu. Iara sempre soube que o que tínhamos era errado, mas ela não se importava desde que ninguém soubesse.

Foi com Iara que perdi a minha virgindade, e me arrependo um pouco sobre isso. Não foi como se ela tivesse me obrigado ou coisa do tipo, Iara sempre me respeitou muito. Mas, de novo, eu tinha um pensamento muito deturpado que tinha que agradá-la porque morria de medo dela encontrar uma menina que fosse de sua idade.

Eu cedi ao sexo porque pensei que, dessa forma, Iara me amaria mais. Foi estúpido, eu sei, mas eu ainda era uma menininha ingênua e com experiência nenhuma do mundo.

Me arrependo do que aconteceu, não por ter sido forçada ou qualquer coisa do tipo. Eu quis, de certa forma. Acontece que, sim, não foi algo que eu olho para trás e digo que me orgulho. Se eu pudesse mudar essa parte da minha vida, teria mudado, e eu o faria quando tivesse preparada de verdade.

Sempre fui uma garota muito pé no chão, sabe?! Eu não tinha nenhum daqueles contos na minha cabeça sobre precisar perder a virgindade com alguém que amo ou especial. Eu só queria, sei lá, que tivesse sido no meu tempo. E mesmo que Iara tenha sido uma menina muito gente boa comigo, isso não tira dela a responsabilidade de ter se envolvido com uma menor de idade que claramente não tinha consciência alguma para consentir qualquer merda.

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