Aquele em que Shuhua vai para o Brasil.

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As frases em itálico são os momentos em que Shuhua está falando em inglês, exceto quando ela e Soojin estão sozinhas.

Não se esqueçam de clicar na estrelinha e comentar bastante, também. Até qualquer dia!!

A primeira coisa que pensei assim pousamos no aeroporto do Rio de Janeiro foi; porra, quente pra caralho!

Depois de uma semana aguentando os gritos bêbados do pessoal e a bagunça que Lacan fazia toda vez que estávamos fora de casa, a neném e eu partimos para o Brasil.

Nós deixamos o vira lata na fazenda dos pais de Dylan porque abandoná-lo estava fora de questão, mas também sabíamos que não poderíamos levá-lo conosco. Principalmente porque, infelizmente, ainda havia um ano pela frente na Holistic.

Prometi para Shuhua que buscaríamos Lacan assim que conseguíssemos formar. Ela estaria indo para faculdade enquanto eu tentaria encontrar alguma coisa para fazer, uma vez que ainda não tinha certeza se queria faculdade, e Shuhua aceitou isso. Relutante e desconfiada, mas aceitou.

Quando ouvi o chamado do piloto avisando que havíamos enfim pousado, soltei um suspiro aliviado. Estar de volta em casa não tinha preço algum. E estar de volta com a minha namorada, era ainda melhor.

Me espreguicei no assento, coçando os olhos para afastar o sono. Ao meu lado, Shuhua se abanava com um pedacinho de papel toalha. Soltei um riso divertido, ela iria surtar com o calor que faz no Rio.

- Tudo bem? Quer beber uma água?

Neném virou o rosto para mim, suas bochechas estavam vermelhinhas pelo calor e ela parecia ofegante.

- Puxa vida, Soojinnie! Eu aceito, sim.

Soltei um riso baixo, pegando a garrafa de água que a aeromoça havia oferecido e estendendo para ela. Shuhua bebeu aquela água tão rápido e com tanto desespero, que fiquei até preocupada dela engasgar.

- Vai com calma, meu dengo. - ri ao ver seus olhinhos arregalados. - Você vai acabar se engasgando desse jeito.

Ela respirou fundo, limpando a boca com a mão.

- Minha nossa, aqui faz muito calor.

Fiz que sim, sorrindo do jeitinho dela.

- Isso porque você ainda não foi nas cidades que ficam no interior, gringa.

Shuhua esbugalhou os olhos.

- Faz mais calor?

- Unhum. - destravei o cinto, a ajudando com o dela. - Tem uma cidadezinha, Itaperuna, que faz quase quarenta e dois graus no dia a dia.

- Deus me livre!

Soltei uma gargalhada de seu rostinho contorcido em uma careta.

- Vem, bebê, vamos.

Entrelacei meus dedos aos de Shuhua antes de começarmos a caminhar em direção à saída do avião. A aeromoça abriu um sorriso para os passageiros, desejando que tivéssemos uma boa estadia e agradecendo por termos escolhido aquela companhia aérea para viajar.

Saí do avião quase tonta, sentindo um arrepio quando me lembrei que havia passado horas naquela coisa. Graças à neném, eu havia conseguido dormir a viagem toda por ela ter lembrado de levar um calmante. Não era surpresa para ninguém que eu morria de medo de avião, mesmo com Shuhua me lembrando sempre que as probabilidades de eu morrer num carro eram bem maiores.

CODINOME BEIJA-FLOR Onde histórias criam vida. Descubra agora