Aquele em que Shuhua toma a iniciativa.

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Apesar de ter sido criada em um lar onde o carinho, afeto e paixão prevalecia em uma demasia gritante, sempre me questionei sobre o tão falado amor.

Meus pais sempre foram aquele tipo de casal de se admirar, sabe? Quase quinze anos de casados e eles ainda se tratavam como se fosse a primeira vez. Era estranho para os meus amigos lá do Brasil quando eu mencionava a relação dos meus pais, já que os deles estavam separados, ou apenas moravam juntos por comodismo. E mesmo crescendo junto com o amor intenso de meus pais, sempre me questionei muito sobre o que de fato era o amor.

O que é o amor, afinal de contas? Ele não é palpável, isso sei.

E mesmo que tenha assistido a relação de meus pais se tornar uma meta bem desproporcional em consideração aos demais casais, eu sempre tive meus pés no chão. Cresci admirando silenciosamente a relação dos meus pais, ansiando que algum dia eu chegasse a esse nível de intensidade com alguém, mas eu sou bem realista quando se trata de amor e a tão falada paixão.

Sobre a definição do amor... Acredito eu, que o amor tenha várias nuances e facetas. Fui amada por toda a minha vida, seja por meus pais, tios e avós, ou até mesmo meus amigos. Entretanto, nunca senti aquela paixão avassaladora em termos de relacionamentos amorosos. Eu tive, sim, duas ou três namoradas, mas não era aquela coisa, sabe? Sim, é claro que eu gostava delas e elas de mim, só que não era paixão... Era só um gostar e querer.

Eu tenho dezessete anos de idade, não vivi muito e não tenho tanta experiência assim, como minha avó gostava de dizer, mas tenho pra mim que o amor é sorrateiro. Chega de mansinho, sem avisar, com atos sutis que podem ou não mudar grande parte da tua vida. Isso é o amor, creio eu.

Quando você realmente ama alguém, você só quer ter a oportunidade de amá-la, entende o que eu digo?

Quando você ama alguém, a única coisa que importa é aquela pessoa. O seus desejos, seus quereres, os não quereres. Seus medos, suas tristezas, suas angústias. E quando você ama alguém, você não quer mudá-la para que essa pessoa se encaixe no teu mundo. Não! Isso jamais!

Quando você ama alguém, então você ama. Ama aqueles defeitos, dos minúsculos aos mais cabeludos. Você ama as qualidades. Ama sem ver. Ama sem pensar. Quando você ama alguém, você se torna inconsequente.

E como saber que é amado de volta?

Esse é o X da questão, porque nem sempre aquele amor dito é amor de verdade. Você pode estar submetido a um amor corrosivo, daqueles que tem o poder de te deixar aprisionado, que te suga e te puxa pra baixo.

Quando alguém te ama de volta, de verdade, você saberá.

O amor está nos mínimos detalhes, isso sim. O amor está num singelo beijo na testa. Um arrumar de cabelo. Um entrelaçar de dedos. Um meio sorriso carregado de olhares silenciosos. Uma afirmação boba. Um: quando chegar, me manda mensagem, ? O amor é aquele que chega silenciosamente, como quem não quer nada, prometendo pouca coisa, mas entregando muito. O amor é aquele sentimento que te muda, te arrasa, te deixa sem respirar, que traz um novo sentido pra tua vida.

Quando alguém te amar de verdade, vai saber que não é preciso mudar a si mesmo para se encaixar no mundo de ninguém. E nem tentar mudar o outro para que ele possa se encaixar no teu. Quando você amar alguém, e essa pessoa te amar de volta, vocês dois vão encontrar, juntos, um meio para moldar seus mundos de forma que possam se completar.

O melhor amor é aquele que nos desperta a alma e nos faz querer mais, aquele que coloca um fogo no coração e traz paz pros pensamentos.

CODINOME BEIJA-FLOR Onde histórias criam vida. Descubra agora