Aquele do fim.

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Passar as férias com a família de Soojinnie no Brasil é uma das coisas mais legais que poderia me acontecer.

Eles são, além de barulhentos e bastante cômicos, acolhedores e sabem como recepcionar uma visita como ninguém. E ainda que a barreira do idioma fosse algo tão visível que chegava a ser um pouco engraçado, conseguimos superar isso também.

E o que é que posso dizer sobre o Brasil? Puxa vida, quente e cheio de vida!

Ao explorar um pouco mais da herança brasileira com minha Soojinnie, mais especificamente o Rio de Janeiro, fico fascinada com a diversidade cultural, desde as vibrantes festas até as praias deslumbrantes, como Copacabana e Ipanema.

As nuances da arquitetura histórica, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, são estímulos visuais extraordinários. Mas puxa... Às vezes, as multidões intensas podem ser um desafio sensorial para alguém como eu, e a energia da cidade, tão elétrica e veloz, pode ser um pouco avassaladora. Mesmo assim, a riqueza cultural e a beleza natural do Rio de Janeiro proporcionam uma experiência única e enriquecedora.

Soojinnie fez questão de me mostrar cada um dos pontos turísticos, sempre com muita animação. Dava para ver nos olhos dela o quão orgulhosa da própria cultura ela era. Percebi, durante nossa trajetória no Rio, um brilho inexplicável nos olhos da minha Soojinnie. Sua alegria toda vez que estava junto de sua família se tornava algo de outro mundo.

Voltamos para a Califórnia poucas semanas antes do Natal, com a promessa de que voltaríamos a visitar o Rio pelo menos duas vezes no ano. As coisas ficariam mais fáceis agora, penso.

Tia Lottie desembarcou uma noite antes, e passou o Natal conosco na casa de campo do senhor Sherman. Foi um tanto quanto estranho, mas, puxa, foi um momento bem bom mesmo.

Ficamos acordados até tarde da noite, jogando conversa fora e comendo besteiras. Soojinnie e Damian fizeram a sobremesa do jantar, mas ficou tão ruim que ninguém aguentou comer, além de tia Lottie que achou tudo o máximo.

Mesmo que tenha sido uma noite extraordinária, não sentir falta de meu pai foi inevitável... E olha que eu tentei! De qualquer forma, tentei aplacar minha breve tristeza com a presença das pessoas que se importam de verdade comigo.

Tia Lottie voltou para França no dia vinte e oito, precisava resolver algumas coisas na empresa e porque, mesmo que ela não diga, eu sabia bem que não queria deixar meu pai passar o Ano Novo sozinho.

Nosso Ano Novo foi ainda melhor que o Natal. Passamos todos na casa da praia dos pais de Dylan, sem nenhum adulto supervisionando, uma vez que Minnie, Miyeon e Soojinnie eram maiores de idade. Para mim foi uma experiência tão, tão boa, que não consegui parar de sorrir um só minuto.

Na virada do ano, diretor Sherman finalmente teve coragem para oficializar sua relação com a mãe de Soojinnie. Não tivemos muitos detalhes, além do básico. Mas eu sabia que Sherman havia preparado tudo com ajuda de Soojin, o que, sim, é um pouco surpreendente.

Pouco a pouco, Soojinnie começou a se dar conta que diretor Sherman é um bom homem, apesar de um pouco atrapalhado e bem espalhafatoso. Além do mais, ele realmente amava Joanne.

Em uma noite, antes de irmos dormir, me sentei com Soojinnie na sacada de seu quarto. Ela me abraçava como se não quisesse me largar, o céu estava claro e as estrelas mais lindas do que nunca. Quando a lua se encheu, meu coração acelerou.

- Você mudou de opinião em relação ao diretor Sherman?

Soojinnie soltou um suspiro, beijando meus cabelos delicadamente.

- Eu ainda acho o cara um banana, neném. - ela riu. - Mas parei de achar que ele quer tomar o lugar do meu pai.

- Acha que sua mãe o ama?

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