𝐎𝐩𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐞 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 『 𝗡𝗔𝗥𝗨𝗛𝗜𝗡𝗔 』

✧ 8 ⁠✧

E, se isso for demais para mim, não vou terminar com a culpa
E se alguém disser que a grama do vizinho é mais verde
Bem, não é, juro pela vida da minha mãe
Você me enrolou nas suas coisas
Estou me sentindo acabado
Só tive esta maldita sensação no estômago duas vezes
Você me deu o que eu precisava, e eu a dei tudo o que ela queria
— Hanging On, Ellie Goulding

Expressar em palavras como foram aquelas horas ao lado da Hyuuga seria uma tarefa árdua para Naruto, porque ele simplesmente não conseguiria nem se fosse algo que pudesse salvar sua vida.

Sentir tamanha intensidade vinda de uma garota como ela o desnorteou mais do que pudesse imaginar. Quando seus corpos se colidiram e ouviu-a sussurrar as palavras em seu ouvido, teve certeza que se meteu numa grande enrascada, daquelas que nem a morte seria capaz de salvá-lo.

Hinata Hyuuga era sinônimo de problema. E quando ela tinha dito sobre se meter em confusão, jamais passou pela sua cabeça que seria de tamanha magnitude.

Ao chegar em casa na noite anterior, teve um vislumbre do que seria morar numa casa comum. Sua mãe até tentou se conter, mas as perguntas logo vieram como enxurrada, uma atrás da outra. Teve de responder no modo automático, pois ainda processava o fato de ter tido o corpo menor por tanto tempo colado ao seu. O calor que emanava era tão…diferente. Sentia cada célula do seu ser reagir em antecedência, o ambiente e a música pareciam contribuir excelentemente bem para que sua cabeça fosse inundada apenas por aquela figura menor que si, mas completamente inesquecível.

Kushina, vendo que seu loirinho parecia divagar em pensamentos, parou com o questionamento, subiu as escadas dizendo que em breve teriam uma conversa de mãe para filho. Contudo, em seu íntimo, estava feliz por aquele encontro.

O que a matriarca não sabia, era o fato de Naruto, a partir daquele momento, querer manter toda a distância possível da morena, tendo em vista que uma aproximação repentina como essa acarretaria na falta de concentração dele com todas as suas obrigações.

Sim, em pouco tempo, Naruto percebeu que se ficasse perto demais da garota, seu mundo sairia de órbita. Seu planeta particular iria rodear sem parar fora do sistema solar, tão disperso que poderia facilmente ser atracado por um asteroide, sendo assim, o seu fim.

Todos sabiam do poder que os Hyuuga tinham não só na cidade de Houston, como também no estado do Texas todo e, se bobear, uma forte influência econômica em parte do país estadunidense. Hinata tem esse poder em mãos, tanto que a conversa na pista de dança deixou isso mais claro que a neve.

Estaria disposto a ser um fantoche dela? Com todas as letras, ela afirmou que estava fazendo aquela espécie de vingança porque queria, porque sentia vontade. Nada mais do que isso. O pegou pela mão, conduzindo-o para seu plano maquiavélico de mostrar justamente essa potência. Guiou-o para um abismo o qual ela já estava lá, mas aparentemente, sozinha.

Ou será que não? Apenas cavou mais um pouco até encontrá-lo? Alguém tão perdido quanto ela?

Sua mente fervilhava com as mais diversas possibilidades, as que poderiam dar certo, as que com certeza dariam errado.

Pode ser que sua covardia naquele momento viesse a calhar, dadas as circunstâncias, como se adivinhasse que, caso continuassem – algo que nem mesmo começaram – teriam muito prejuízo.

Estava decidido. Pularia fora do barco, diria a ela sobre ter outras prioridades do que se meter em confusões desnecessárias que poderiam resultar numa fúria absurda de Minato, fazendo-o aparecer no radar de suas surras.

Não seria difícil, supôs. Afinal, uma de suas qualidades é ser sincero, então o seria até o último fio de cabelo.

Chegou no colégio confiante na manhã seguinte, ainda que suas mãos estivessem suando um pouco, na enorme expectativa de ver Hinata e acabar com tudo aquilo, seja lá o que fosse.