𝐎𝐩𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐞 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 『 𝗡𝗔𝗥𝗨𝗛𝗜𝗡𝗔 』

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Dois corações, uma válvula
Bombeando o sangue, nós fomos a inundação
Nós éramos o corpo e
Duas pessoas, uma vida
Colocando pra fora, te deixando pra baixo
Fazendo o certo
Estações, elas vão mudar
A vida vai fazer você crescer
Os sonhos vão fazer você chorar, chorar, chorar
Tudo é temporário
Tudo vai passar
O amor nunca morrerá, morrerá, morrerá
— Birds, Imagine Dragons

Já fazia uma semana que Naruto não comparecia ao colégio, suas mensagens não eram respondidas - sequer também visualizadas - e isso estava sendo o suficiente para que Hinata entrasse em um leve estado de desespero.

Porque durante todos aqueles dias, foi inevitável pensar nos momentos que trocaram no estúdio da sua tia. Toda a leveza daquelas horas que passaram juntos fez Hinata perceber, finalmente, que seus sentimentos em relação ao rapaz são bem mais profundos do que tentava convencer a si mesma.

Foram muitos anos compartilhados de uma maneira que certamente as pessoas que viam de fora não entenderiam seus motivos, somente eles sabiam tudo o que passavam para manter aquela espécie de performance. Graças a isso, a essa intrepidez, o coração de Hinata chegou a fatídica conclusão de que ela amava Naruto. De uma maneira única e excêntrica, mas era sim, amor.

Tinha certeza disso pois nunca em sua vida havia sentido nada parecido com aquilo. A necessidade de estar perto dele, a enorme vontade de vê-lo sorrir, compartilhar uma nova coreografia que estava montando, ouvi-lo dizer sobre como foi o treino com os garotos do time. A simples presença de Naruto já se tornou o suficiente para que ela ansiasse por isso. Jamais tinha desejado com tamanha intensidade conversar com alguém sobre assuntos frívolos – mas também, contar o seu segredo mais oculto. Doeria muito expor-se daquela maneira após tantos anos, todavia, confiava no seu namorado para dar esse avanço pessoal.

Estava planejando declarar-se a ele, contar sobre os mais recentes e inusitados pensamentos em relação ao Uzumaki. Contudo, a cada dia sem uma notícia dele, seu coração parecia diminuir.

Hinata detestava demonstrar sentimentos demais, pensava que isso fazia mal e que no menor sinal de estar abaixando suas barreiras, qualquer pessoa iria conseguir intimidá-la. Isso era a última coisa que acontecia consigo.

Seguia Shion e Temari mecanicamente, os ouvidos pareciam estar tapados para qualquer que fosse o assunto entre as duas loiras. Sua mente ia e voltava mais vezes do que deveria ao dono dos olhos azuis mais lindos que já viu na sua vida.

Muitas pessoas no colégio acreditavam que ela era capaz de resolver qualquer coisa apenas por estar à frente das questões acadêmicas, contudo, essa talvez fosse a maior mentira sobre si, a visão mais distorcida que todos daquele lugar tinham.

Nada, absolutamente nada, estava sob seu controle, e isso se mostrava cada vez mais visível principalmente naquele instante, onde começava a demonstrar os sinais de preocupação.

— O que acha, Hina? – ouviu a voz de Shion lhe chamar.

Quando se deu conta, as três estavam paradas ao ar livre, próximas à entrada que dava acesso ao vestiário feminino.

Fariam um treino naquela tarde específico para tentarem fazer a pirâmide dar certo. Um dos sonhos da capitã é apresentar a atração mais temida do mundo cheer antes de se formar no ensino médio.

Porém tinha ciência de que seria extremamente difícil estando tão preocupada.

— Viu? Eu disse que ela estava aérea de novo! – Shion pontuou em voz alta, e felizmente estavam sozinhas. Os demais certamente trocavam de roupa enquanto conversavam – Anda, fala pra nós o que tá acontecendo.