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⚠️⚠️ AVISO: ESSE CAPÍTULO CONTEM CENAS DE AGRESSÃO. SE FOR SENSÍVEL, NÃO LEIA ⚠️⚠️


Ascendeu as luzes do salão amplo e repleto de espelhos. A sensação familiar logo fez todo o seu corpo se arrepiar em tenra felicidade e calmaria, Hinata amava a sensação que tomava conta de todo o seu ser sempre que ia até aquele estúdio, onde conseguia ser ela mesma pelas horas que quisesse. Ao menos, nos finais de semana.

Seus passos ecoaram pelo lugar ainda vazio, olhando as horas no relógio de pulso e não tendo visto nenhum outro carro além do seu no estacionamento, soube que teria alguns minutos sozinha antes de sua dupla chegar.

Com a bolsa em mãos, foi até o trocador no intuito de vestir suas roupas de dança. Normalmente, as peças que a compunham eram um short de lycra e uma camiseta de alças finas. Hoje, todavia, estava um pouco mais frio, então havia levado uma calça de moletom cinza e um cropped com mangas rosa claro. Mais confortável do que isso, impossível. E também, a sala era equipada com ar condicionado, qualquer coisa poderia usá-lo. Kaguya, a dona do estúdio de balé e dança contemporânea – e também sua tia por parte de mãe –, nunca se importou com o fato de Hinata querer sempre ir pra lá quando algo desse errado, deu-a passe livre para usar seu espaço o quanto quisesse. Com quem quisesse.

Com um sorriso nos lábios, voltou para a ala de treinos.

Deixou sua bolsa guardada, indo com o celular em direção ao canto onde havia um equipamento de som. Ligou o bluetooth e abrindo o aplicativo do Spotify, ter sua playlist salvava não só em momentos como aquele, como também em vários outros onde precisava apenas sentir melodias e letras sendo cantadas.

Antes do play, resolveu se alongar, pois se tivesse alguma contusão acidentalmente Kurenai com certeza iria querer comer seu fígado numa bandeja. Riu com o pensamento, sua treinadora conseguia colocar muito medo quando queria.

Levou alguns minutos, até que finalmente estivesse pronta para deixar-se levar pelas próximas horas. Ao dar o play, toda a atmosfera mudou subitamente.

Seus braços e pernas começaram a entrar no ritmo da música por vontade própria, cedendo aos encantos daquela magia incomum que se tornou mais uma dentre outras várias válvulas de escape da realidade que se encontra.

A voz rítmica de Becky G ecoa pelo espaço, e através do espelho, conseguia ver que seus movimentos entravam de acordo com cada batida de Can't Stop Dancin'. Não era para menos, afinal estava há semanas ensaiando aquela música, sem nenhum motivo específico, apenas gostou de como ela é, então embarcou nessa nova "jornada".

Com o passar dos minutos, toda a tensão do seu corpo acumulada durante a semana se esvaiu completamente. Até mesmo chegou a fechar minimamente os olhos nas partes que mais decorou, aquelas consideradas favoritas, pois é quando seus membros agem por si só.

Quando a música acabou, sua respiração estava um pouco mais pesada, porém parecia estar flutuando nas nuvens. Sequer percebeu outra faixa começar a tocar, nem mesmo os passos de alguém que observou todo o seu espetáculo.

— Acho que nunca te vi assim – a voz dele ecoou grave pelo espaço, fazendo todos os pelos do seu corpo se arrepiarem.

Levou um susto ao ver Naruto parado, com as mãos no bolso da calça e um sorriso displicente nos lábios. Viu nos olhos azuis e límpidos algo parecido com orgulho e muita, muita admiração.

Estava tão entretida assim para não escutá-lo chegar?

Na noite em que conversaram, durante a festa que seu pai deu, ficou claro que as coisas entre eles passou da hora de mudarem. A Hyuuga estava se sentindo deveras sufocada com certas coisas, as quais sabia necessitar serem colocadas para fora. E com o passar dos anos, notou em Naruto alguém extremamente confiável para dizer todas as suas inseguranças.

𝐎𝐩𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐞 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 『 𝗡𝗔𝗥𝗨𝗛𝗜𝗡𝗔  』Onde histórias criam vida. Descubra agora