15 - Armário de Vassouras ❣️

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Olá. Aviso de conteúdo adulto. Um pouco de erotismo. Boa leitura.

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Lucas não retornou imediatamente para a pousada. Determinado a focar em sua missão, achou por bem manter distância de Ana, então foi até um café e passou a tarde inteira fazendo pesquisas e coletando informações para a investigação.

Já era noite quando sentiu fome e resolveu comer em outro lugar. Acabou indo a pé até uma lanchonete localizada a uns 200 metros da pousada. O local estava apinhado de gente, com música sertaneja tocando ao fundo e jovens em busca de diversão. Ele permaneceu no balcão do bar, resistindo a investidas e olhares sugestivos.

Lucas até se lembrou de um tempo em que momentos assim eram apenas divertidos, e não motivos de brigas sem fim. Ele sempre soube que sua aparência chamava a atenção, embora não entendesse muito bem o motivo. Talvez por isso Alice tivesse tanto ciúme.

Não era difícil para Lucas encontrar companhia, mas ele também nunca foi de ficar pulando de galho em galho, curtindo o momento. Devido à criação religiosa, ele crescera aprendendo sobre valores familiares, honra, integridade e respeito. Por isso foi tão fácil convencê-lo a se casar. Por isso ele nunca cometeu uma traição.

Por isso era tão difícil para ele considerar Ana como uma simples aventura.

Após saborear um famoso petisco do estabelecimento, ele ficou de conversa com uma loira que não se afastava dele. Ela se insinuava e inclinava o corpo para expor o decote provocativo do cropped minúsculo, e tocava sua coxa, chegando a roçar sua virilha com as enormes unhas de gel, mas ele não reagiu às investidas. Eventualmente, cansou de se esquivar e decidiu encerrar a noite.

Ao entrar no saguão da pousada, ele viu Ana concentrada em algo no notebook e se sentiu constrangido. Não queria conversar sobre os assuntos pendentes, mas inevitavelmente teria que pedir as chaves do quarto.

– E aí? – Ele se aproximou.

Ana olhou para Lucas por um breve momento, então pegou a chave da suíte sem dizer uma palavra. Ele se chateou pela falta do sorriso e de algum comentário bobo sobre sua cara de irritado. Ele estava de fato irritado, e sem motivo aparente.

Ana passou a chave por cima do balcão, Lucas estendeu a mão e, sem conseguir se conter, segurou a mão dela contra o tampo.

– O que você está fazendo? – Ela perguntou, contrariada.

Eles se encararam por um momento, tentando entender por que estavam aborrecidos um com o outro. Lucas se recordava da conversa na praia e daquele papo de esquecer da transa que tiveram, e Ana tentava explicar para si mesma que o fato de ele ter passado o resto do dia evitando cruzar com ela não era um problema.

– Por que quer fingir que nada aconteceu? – Ele levou a mão dela até os lábios e beijou suavemente a ponta dos dedos. Ela suspirou, mas não puxou a mão.

– O que você quer de mim, Lucas? – ela perguntou, a respiração cada vez mais acelerada.

– O que eu quero? O que você quer? – ele respondeu e deslizou a língua entre dois dedos dela, o que derreteu qualquer resistência que ela pensava ter.

Por que ele tinha que ter uma língua tão gostosa? Rendida, ela se inclinou sobre o balcão e encostou a testa na dele, fazendo-o parar com os beijos. Ambos fecharam os olhos e sentiram a respiração um do outro, como se o ar ao redor não fosse suficiente.

– Passei o dia pensando em você... – ele confessou, com sinceridade.

Ela não disse nada, apenas roçou os lábios nos dele, depois o pegou pelo braço e o conduziu a uma porta na lateral do balcão, uma espécie de dispensa com toalhas, lençóis, fardos de papel higiênico e itens de limpeza.

– Você comprou os preservativos? – Ela perguntou sem o encarar.

– Comprei.

Antes de chegar à cafeteria, Lucas passara numa farmácia e providenciara os preservativos mesmo sem saber como terminaria sua noite. Por sorte, o pacote ainda estava no bolso traseiro da sua bermuda.

Ana estava usando a mesma minissaia da noite anterior, e removeu a calcinha na frente dele, presenteando-o com mais uma lembrança inesquecível. A peça foi ao chão, ela o puxou pelo cós da bermuda e mordiscou seu lábio inferior.

– Você precisa terminar o que começou ontem, aqui e agora.

Lucas não tinha certeza se o coração retumbava pela surpresa ou pelo desejo, só sabia que quando abriu o pacote de preservativos, dois deles foram no chão, e o desejo foi tão intenso que ele sentiu uma pontada de dor enquanto tentava colocar o terceiro.

– Você é bem mandona...

Ela riu, e ele subiu as mãos pelo quadril dela e a puxou para cima, fazendo-a se encaixar em si. Mais uma vez, ela o envolveu com as pernas enquanto sustentava o próprio peso em seus ombros.

– Eu apenas sei o que quero – a voz dela saiu um pouco esganiçada e terminou com um suspiro agudo quando o sentiu.

– Ana... meu Deus! – Ele exclamou enquanto entrava nela com firmeza.

Ana suprimiu um gemido e o mordeu no ombro. A fisgada de dor o fez se mover mais rápido e mais fundo.

Ainda que tivesse fantasiado, Lucas não tinha como prever a sensação de estar inteiro dentro dela. Era algo indescritível! Ele teve certeza de que nunca desejara tanto uma mulher como agora.

Quando a explosão de prazer os atingiu ao mesmo tempo, eles travaram os lábios e esmagam a voz a fim de não serem ouvidos, e tremeram nos braços um do outro. A respiração pesou, o suor escorreu pela fronte de Lucas e entre as coxas de Ana.

– Missão cumprida, playboy... – ela brincou, ainda arfante.

– Eu não sou playboy... – ele a colocou no chão e retirou o preservativo – um playboy não faria isso num armário de vassouras...

Ela ia fazer uma brincadeira com a marca de grife da camiseta que ele usava, mas eles foram surpreendidos pela campainha da recepção.

– Ai, cacete! – Ana sussurrou. – Não saia daqui!

Ela saiu do quartinho e Lucas aproveitou o momento para se ajeitar. Pegou as camisinhas do chão e a calcinha deixada para trás. "Daqui a pouco vou ter uma coleção delas."

Ele ouvia Ana conversando com algum hóspede. Ela tinha a voz animada e cativante, porém aveludada e doce.

Mais uma coisa para tirar seu sono.

Com a demora dela em retornar, ele ficou imaginando as coxas dela suadas e a carne úmida e livre por baixo da saia curta. "Cara... você tá descontrolado!"

De repente, o silêncio. Ana voltou ao quartinho e o abraçou. Aspirou o aroma dele, uma mistura de amaciante de roupas, um perfume amadeirado e um cheiro de pele específico, só dele, que agora tinha um toque excitante de suor.

– Gosto tanto do seu cheiro... – ela se acomodou no peito dele, e suspirou.

Lucas não soube o que dizer. A ternura do momento o pegou desprevenido. Tudo o que pôde fazer foi abraçá-la de volta, suas mãos deslizavam pelos longos cabelos que cobriam as costas esguias. Mais uma vez, apreciou a maciez das madeixas. Seu coração palpitou de forma estranha e uma sensação completamente nova se expandiu dentro dele.

Ele não queria saber o que significava. Não agora.

– O seu é melhor... – ele conseguiu sussurrar depois de um instante, e aspirou a mistura de baunilha, pele e mulher que ela exalava. Com um beijo delicado, entrelaçou os dedos aos dela e lançou o convite:

– Vem comigo.


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Espero que estejam gostando. Não deixem de comentar. Bjusss!

MaresiaOnde histórias criam vida. Descubra agora