25 - Pool Party

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O trajeto até o endereço que Carla enviara levou cerca de 15 minutos. O veículo transitou por uma área nobre da cidade, repleta de mansões e condomínios de luxo à beira-mar, até enfim estacionar em frente a uma portaria imponente.

Condomínio Veredas.

Ela saltou do veículo e se posicionou frente à guarita, e uma voz no interfone perguntou seu nome.

– Ana Soares. Desacompanhada. – Ela encheu um pouco a boca para falar isso. Conforme o tempo passava sem que ela tivesse notícias de Lucas, mais irritada ia ficando.

Um carrinho desses usados em campos de golfe a levou até uma mansão de frente para o mar. Ela estava impressionada com as enormes casas pelas quais ia passando, e tudo fazia ela se sentir pequena. A sensação se multiplicou por mil quando chegou à residência onde estava acontecendo a festa.

O veículo parou em frente aos enormes portões abertos de uma mansão que a cumprimentou, imponente e branca contra um céu furta-cor. O espaço era imenso, a música podia ser ouvida ribombando através dos muros e mais pessoas iam chegando a pé. Quando ela desembarcou e agradeceu o motorista, Carla e Pablo correram para recebê-la.

– Você veio, ebaaaaa! – Carla a abraçou dando pulinhos, e derrubou um pouco de espumante em sua roupa.

– Calma, Carla! – Pablo a repreendeu – vai fazê-la chegar suja na festa!

– Pelo menos não é Bloody Mary – Carla riu, já bem alterada – e daqui há pouco ela vai tirar isso mesmo! – a morena enroscou o dedo na alça do vestido de Ana.

Ana riu sem se importar com o champagne que já deixava marcas em sua veste. Estava impressionada com tudo à sua volta, a começar por Carla, que costumava usar um visual mais conservador no escritório, mas que aqui mostrava a perfeição do seu corpo escultural estilo "Globeleza". A pele escura pouco coberta pelo maiô amarelo de corte moderno cintilava, e o cabelo afro sempre contido em lenços estilosos estava com um volumão de dar inveja.

– Que horas começou essa festa? – Ana perguntou ao notar que várias pessoas já estavam aparentemente bêbadas, e o sol ainda estava se pondo.

– É uma Pool Party, mulher! Começa a qualquer hora e dura até quando durar! – ela respondeu, em seguida correu pra piscina e deixou Ana no gramado na companhia de Pablo.

– Você veio sozinha? – ele perguntou, curioso, medindo-a de cima a baixo – você está de tirar o fôlego, com todo o respeito.

– Eu vim sozinha, sim.

Ana sorriu do jeito dele. Embora ele trabalhasse numa área de grande responsabilidade, era apenas um jovem adulto de 19 anos, um gênio da informática, por sinal. Ela ainda o estava conhecendo melhor, mas já conseguia perceber que não havia maldade no comentário. Ele tinha aquele rostinho e jeitinho de nerd; cabelos encaracolados, tez pálida e óculos de aros grossos por cima de um nariz sardento, e mesmo assim, era um garoto muito, muito bonito.

– Vamos entrar – ele a convidou.

Eles foram se aproximando da área da piscina onde era possível ver umas 40 pessoas em torno e dentro da água. Uma turma de rapazes jogava truco sob um ombrelone, vários casais se "pegavam" à borda da piscina, dentre os quais ela reconheceu uma ruiva de corpo avantajado: Larissa, sua outra colega de trabalho. Ela usava um biquíni minúsculo que deixava boa parte do seu exuberante corpo à mostra, e estava aos beijos com um loiro musculoso.

Ana adorava o jeito dela. Embora estivesse acima do peso, ela cuidava da saúde e garantia que sua obesidade não era por relaxo, e sim por uma questão genética. Era notório que seu corpo não a incomodava e a postura em relação a si mesma e sua autoaceitação eram inspiradoras.

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