Esther
Às vezes duvidava da minha capacidade de fazer cagadas na vida. Mas hoje? Ah, hoje eu tinha certeza que havia me fodido sozinha. Com a minha maldita boca e mania de falar coisas sem pensar e no calor do momento. Porém, que culpa eu tinha, de ter quase morrido frita naquele carro de Tamaya? Não, eu não conseguiria ficar presa lá dentro com ela por muito tempo, e ainda mais vendo-a morrer de frio, tremendo e batendo a boca de tanta chuva que levou.
Não esperava por isso, confesso, mas fui pega de surpresa. Ainda não decidi se isso foi uma surpresa boa ou ruim. Estou tentando entender qual foi o seu intuito e o que ela tanto quer continuar falando comigo.
Será que ela está armando algo contra mim? Será que ela vai me destruir? Me fazer picadinho?
Deus.
Já não sei o que pensar.
Tamaya me deixa confusa.
E eu não gosto nada do que sua presença me causa.
Única coisa que sei, é que a vida mandou muito bem, mandando alguém vir me visitar, bem no momento em que estávamos quase cometendo mais uma vez, uma loucura. Como sempre era quando nós nos acercávamos.
Por que eu não consigo retirar suas mãos de mim, toda vez que ela me toca?
Por que eu não sou capaz de me afastar toda vez que ela se aproxima?
Qual é o meu problema?
Tamaya me deixa sem foco, me deixa em um mundo onde só existem nós duas.
O erro dela foi pensar que eu deixaria barato o que ela fez comigo. Era óbvio que eu não deixaria essa vingança passar batido. Jamais nessa vida. Sei que não tinha necessidade disso, porém, Tamaya precisava sentir a dor que senti, quando ela me humilhou daquele jeito em sua sala.
Gesticulei com as mãos, meio perdida, não estava esperando por ninguém e não havia mensagens de mamãe e nem de Ada avisando-me que viriam me visitar.
Vi a porta da despensa se fechar por completo e só então, que caminhei em direção da porta, para ver quem era e do que se tratava essa campainha tocando duas vezes.
Abri a porta lentamente, meio cabreira.
— Oi, nossa, desculpa incomodar — uma mulher que nunca vi na vida, de boa aparência, com roupa de executiva importante, estava sem jeito, parada em minha porta, olhando-me sem graça.
Segurei na maçaneta da porta meio perdida, sabendo que o pessoal da portaria não deixa ninguém subir, sem avisar e informar do que se trata.
— Oi... — falei, confusa — Tranquilo, em que posso te ajudar?
Ela gesticulou com as mãos, meio ansiosa. Era notório o seu desconforto.
— Meu Deus, olha como sou sem educação, nem me apresentei — ela sorriu amável e sem jeito — Meu nome é Leah — estendeu sua mão direita e eu, por educação, a cumprimentei com muita sutileza, apertando sua mão na minha.
— Prazer, Leah, sou Esther Campbell, em que posso ajudar? — soltamos nossas mãos e ela ajeitou seu cabelo, mudando de lado.
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Odiosa fascinação [+18]
RomanceQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...