Tamaya
Já não sabia como me sentir e como lidar diante de tal situação. Como eu sairia disso? Como eu falaria para minhas mães que estou com a pessoa que quase ferrou com toda a carreira da Margot?
Engulo seco, ainda com a bandeja em mãos, não sabendo o que contestar.
— Tamaya? Não vai me responder? O que está acontecendo aqui? — Lis deu um passo à frente, e chegou próxima a mim.
Sentia como se todo meu corpo estivesse tendo um piripaque, tudo tremia por dentro e meu coração estava tão acelerado, que até Campbell do outro lado da casa poderia escutar.
— N-na... — gaguejei, sentindo como se meu mundo todo fosse desabar — Ma... — a respiração estava toda errática, sem condições de normalizar — Por que voltaram antes?
As feições de minha mãe eram icônicas, ela franziu a testa, cruzando seus braços, parecendo pasmada com a minha audácia de fazer essa mera pergunta. O que de fato não era. Mas quando eu ficava em situações assim, era como se meu cérebro não funcionasse direito. E as palavras saíssem da minha boca sem que eu pudesse contê-las.
— Não gostou de saber que voltamos? O que você está aprontando? — ela descruzou os braços e deu mais um passo à frente — Quem está aqui com você?
Mordi o lábio e deixei a bandeja sobre o balcão que estava próximo de nós. Sentia como se tudo estivesse prestes a voar. A merda estava feita e o pior, eu mesma que a busquei.
— Nin... — meu corpo havia travado, tudo estava saindo do meu controle e isso me irritava.
Passei as mãos em todo meu rosto, irritada, cansada de fingir e omitir coisas das minhas mães. Mordi o meu lábio inferior, me afastando, indo para o outro lado do balcão, buscando por um copo de água. Precisava me acalmar ou iria surtar. E não queria criar toda uma situação, ainda mais que isso poderia piorar tudo.
Ouço os passos do salto alto de Lis debaterem sobre o chão, chegando mais perto, parando do meu lado, e novamente ela cruzou os seus braços, esperando por uma resposta que eu não sabia como dar ou o que falar.
— Cadê a Margot? — foi a única coisa que me veio a mente, por ainda não tê-la visto.
Lis suspirou, irônica. Soltando uma risada nasal que era típica dela quando estava com raiva de algo.
— Sua mãe ficou no Brasil resolvendo assuntos pendentes, eu vim para dar andamento em algumas coisas da nossa empresa — olhei a ela de escanteio, ainda com um mar de ansiedade no peito — Quem está aqui, Tamaya? Por que você não consegue desabafar comigo, que sou sua mãe? Por que você não conta para nós? Margot também está tentando entender as coisas que se passam dentro de você, o que houve que se fechou tanto para nós duas?
Eu sabia que se minha mãe Lis, viesse conversar comigo desse jeito, eu iria ceder e não aguentaria a isso. Era impossível negar alguma coisa para ela, era sempre mais forte do que eu. Era entendível o porquê Margot Columan sempre fazia as vontades da mamãe.
Suspirei, pesado e cansada. Virei meu corpo em sua direção, deixando a água de lado, e meio sem graça de ter que contar a ela toda a situação. Sabia que isso poderia explodir, e estava prestes, iria explodir com tudo e eu não saberei como agir diante disso tudo.
Olhei para Lis, sem ânimos. Não era fácil ter que contar isso a ela, e, no fundo, eu agradeço aos céus por Margot não estar aqui, porque ela, sim, não iria saber lidar comigo e essa situação.
— Preciso te contar uma coisa — murmurei, apoiando minhas mãos sobre a pia e evitando olhar para o lado, não sabia como seriam suas reações e queria ao máximo evitá-las.
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Odiosa fascinação [+18]
RomanceQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...