Tamaya
Matarei Olívia Flores. E iria matá-la nesse exato momento.
Como ela teve a audácia de bater no rosto da Esther?
Como ela ousa ofendê-la dessa forma?
O que estava acontecendo para que isso rolasse do jeito que rolou?
Respirei fundo, cerrando as mãos em punhos, esforçando-me para manter a postura e invocar uma calma que me era estranha. Ali, diante da empresa, eu estava a ponto de entrar e pôr um fim nisso tudo, consciente de que precisava agir serenamente — uma serenidade que nunca possuí, mas que deveria manifestar por Esther.
Alguns dias haviam se passado desde os eventos recentes, e quando tentei visitar Campbell em seu apartamento, ela não me deixou entrar. Sem outras opções, restou-me refletir sobre tudo e deixá-la sozinha para que fizesse o mesmo. Eu estava determinada a obter respostas e estava prestes a consegui-las. Assim que eu entrasse na empresa, confrontaria Olivia por sua insensatez ao envolver-se com minha mulher.
Ao adentrar a empresa, notei a tristeza nos rostos dos funcionários, todos desanimados e cabisbaixos, como se detestassem estar ali, mas permaneciam por alguma razão importante. Observei cuidadosamente cada canto e, em momento algum, as pessoas pareceram notar minha presença, mas nada muito intenso, eram apenas olhares rasos, o que foi, de certa forma, um alívio.
Examinei todas as salas fechadas, e ao olhar adiante, duas em particular capturaram minha atenção, sim, duas. Uma tinha o nome de Esther Campbell na porta, e a outra, bem ao lado, era a de Olívia Flores, marcada ostensivamente com a palavra 'chefe' antes do nome, evidenciando que ela era a proprietária do estabelecimento. Era lamentável, pois era uma mulher desprovida de escrúpulos para ocupar uma posição de tamanha relevância.
A lembrança dela batendo em Campbell faz meu sangue ferver, e sem hesitar, dirijo-me à sua sala. Em poucos passos, chego lá. Não bato à porta para anunciar minha presença; simplesmente entro, e a expressão de surpresa no seu rosto ao me ver seria digna de um Oscar.
Ela ergueu as sobrancelhas e sua boca se entreabriu, revelando o quanto estava deslocada e surpresa ao me ver de forma tão inesperada.
— Tamaya — chamou meu nome, ficando de pé.
Revirei os meus olhos, sem paciência para suportar a sua presença. Apertei minhas mãos em um punhado, com ódio e muita raiva, raiva por saber quem essa mulher era.
— Não ouse em ficar animada — falei, dando alguns passos, até chegar à sua frente.
Seu olhar cambiou rápido para enfurecida. Seu olhar era rápido em mudar, e isso me irritava.
— O que te fez vir aqui? Sentiu minha falta? Sua verdadeira e única mãe?
Bufei, revirando os olhos pela segunda vez em pouco tempo. Desloquei meus braços para trás do corpo, elevando o peito e encarando-a com frieza e desprezo. Olívia se aproximou, reduzindo a distância entre nós, observando-me frente a frente.
— Quero saber quem você pensa que é, para ter a audácia de colocar as mãos na minha mulher, Olívia? — sua sobrancelha arqueou, parecia confusa.
Mas por alguma razão, seu semblante mudou, e o sorriso curvou-se em seu rosto, com uma ironia que me fez sentir vontade de mata-la.
— Que mulher? — inclinou seu corpo, acercando-se ao meu rosto — Aquele projeto de merdinha?
Engoli, sentindo uma sensação estranha na garganta, não sabia se era ânsia, ódio, nojo, ou qualquer outro sentimento ruim que nunca fez tanta presença dentro de mim, como estava fazendo.
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Odiosa fascinação [+18]
RomansaQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...