Uma verdadeira atacante.

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Esther

Já sabia que tudo isso estava acontecendo comigo pela minha burrice em insistir em pessoas que não me mereciam, que não me valorizavam e isso era eu mesma não me dando o meu devido valor. E sim, Ada estava corretíssima em me dar o sermão que me deu. Era óbvio que não eu não podia confiar em Tamaya, óbvio. Ela não iria jamais mudar esse jeito filho da puta, e ela não gosta de mim da forma que pensei gostar.

Como fui tola.

Fui uma idiota em acreditar em todos os atos e palavras bonitas, mas, por que ela faria tudo isso? Por que me deixaria conhecer a sua casa? Por quê?

Deixo as inúmeras lágrimas deslizarem sobre minha pele, que chega a queimar, queima de ódio e queima de dor. Dói tudo, desde o início da minha cabeça, até os meus dedinhos dos pés, dói saber que ela só queria me usar, só transar comigo e me tratar como uma idiota. Que só queria me causar dor. E pior, eu permiti ela causar tudo isso.

Tola, você é uma tola.

Caminho pelo corredor que dá até o elevador do meu apartamento, sem forças para lidar com tudo isso, não consigo parar de lembrar da imagem de Tamaya beijando outra em minha frente, tocando no corpo daquela mulher como se ela estivesse com uma necessidade e precisasse disso para se sentir bem.

Tudo o que fizemos não foi o suficiente? Ela precisava me humilhar tanto assim? Tudo isso por vingança, talvez?

Tola, você é uma tola.

Respiro fundo mais uma vez, e deixo que a lágrima caia pesado pelo meu rosto, deslizando com muita lentidão, era como se tudo a minha volta estivesse devagar, a espera do elevador que nunca chegava até mim, a espera de que, talvez eu esteja louca, e que ela venha até mim e me dê uma boa explicação, a espera de que tudo isso seja um pesadelo que nada é o que vi, e sim, um fruto da minha imaginação.

Não consigo esquecer das palavras intensas de Ada no telefone, me fazendo pensar que talvez, sim, talvez, Tamaya não goste de mim o suficiente e tudo isso foi apenas diversão para ela e que ela não queira nada comigo além de um bom sexo. E isso é muito cruel, porque eu não imagino apenas isso para nós, e essa é a pior parte, que talvez os meus sentimentos por Tamaya sejam maiores do que os dela por mim e isso, talvez, seja um grande sinal, sinal de alerta para que eu vaze da sua vida de uma vez por todas. Depois do que vi, não há formas de continuar.

O barulho da chuva ainda segue tão intenso lá fora, a água cai sem piedade, enquanto tudo a minha volta ainda caminha devagar. Só existe um barulho presentemente, o da chuva, o das lágrimas que caem pesado no meu rosto, só existem lágrimas e chuva, e existe dor, dor por saber que eu me entreguei para alguém como ela, que me odeia, e sim, Ada tem razão, isso deve ser sua forma de se vingar por tudo o que aconteceu. Uma pena ela ter jogado tão baixo comigo.

— Esther? — uma voz feminina surge por trás, e me faz dar um pulo de susto.

Limpo minhas lágrimas rapidamente, tentando disfarçar a vergonha por chorar em pleno corredor, a espera do maldito elevador que não ainda não chegou.

Giro meu corpo e dou de frente com a vizinha que bateu em minha porta a um tempinho atrás. Não consigo me lembrar o nome dela, e me sinto envergonhada por isso. Um leve sorriso curva meus lábios, e tento não olhar muito para ela, não quero que perceba que eu estava chorando.

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora