Esther
Somos namoradas.
NAMORADAS?
COMO ASSIM... NAMORADAS?
Tamaya estava louca. Isso era notório.
Como ela me fala que somos namoradas? Sem ao menos ter pedido a mim? Rs. Não, não mesmo, que namoradas nada, não somos nada.
Estava irritada com sua habilidade de me irritar, e nada do que eu fizesse, absolutamente nada, conseguia acalmar meu coração inquieto, após ouvir aquelas duas palavras que ecoavam em minha mente a cada segundo do dia. Mesmo após três dias da nossa conversa, que foi quase um suplício, simplesmente não conseguia respirar devido à sua insistência em se aproximar mais do que o permitido.
Desacelerei a velocidade da esteira, terminando o treino do dia, para me encontrar com a Ada, que estava maluca atrás de mim, pois "dei um chá de sumiço", como diz ela.
Peguei a pequena toalha branca, que estava sobre os braços da esteira, e caminhei até a catraca para ir embora. Já fora da academia, e andando em direção da pequena cafeteria que havia próxima aonde eu malhava todas as manhãs, me adentrei, e sentei-me na mesa, próxima ao pequeno jardim que havia no local, era uma cafeteria bem agitada todos os dias da semana, mas hoje, por incrível que pareça, estava mais calma do que de costume.
O sistema de pedidos era bem simples, cardápio on-line, tínhamos que fazer os pedidos pelo tablet, e a garçonete apenas trazia o pedido até a mesa. Terminei de escolher os sabores dos sanduíches para mim e Ada, já que a safada havia mandado mensagem dizendo para adiantar, pois estava varada de fome. Um de bacon, com ovos mexidos para ela, e um de quatro queijos para mim, com café puro para ambas, e duas águas com gás no final.
Eu me sentia irritada, mas, ao mesmo tempo, livre. Era estranho ter tanto tempo disponível, considerando que minha rotina de trabalho era extremamente exaustiva, deixando-me sem tempo para nada além do trabalho e da dedicação total à empresa de Olivia Flores.
Suspirei, acomodando-me na cadeira confortável do local. Sentia-me em paz, e consciente disso, e muito mais serena após ter contratado um segurança para vigiar a casa de minha mãe, Maribel. Ela resistiu inicialmente, mas acabou aceitando, só para que eu parasse de chorar e pudesse dormir tranquilamente, já que o medo do que poderia acontecer se não a protegesse estava me deixando ansiosa. Estar com Tamaya era perigoso, havia uma incerteza enorme sobre essa relação, pois Olivia não aprovaria. Era impossível prever seus movimentos, no entanto, recusar Columan foi impossível, especialmente após seu toque tão sereno e seus beijos que se encaixavam a mim com total facilidade.
— Hum — Ada resmungou, sentando-se a minha frente, e deixando sua bolsa e notebook na cadeira ao lado — Ótimo saber que você não fez os pedidos, Esther, estou morrendo de fome.
Sorri de lado, rolando os olhos por ser tão bocuda, e irritante logo cedo.
— E quem disse que eu não fiz?
— E cadê a comida?
Abaixei meus olhos, em direção no bolso da minha calça de moletom, que usava para treinar nos dias mais frios, como estava hoje, e procurei no bolso, só para brincar com ela.
— Vai se ferrar, Esther — sorrimos juntas, e mostrei o dedo médio para ela.
— O pedido já está sendo preparado, sua boca larga — falei, só para encher mais sua paciência.
Ada arregalou os olhos, quase voando no meu pescoço.
— Boca larga é...
Arqueei uma sobrancelha, esperando pela resposta que nunca chegou, já que a comida havia chegado naquele momento, interrompendo seu momento de fúria.
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Odiosa fascinação [+18]
RomanceQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...