My Monster - Kylo Ren e Rey (Reylo)

Ignorado

Rose terminou de arrumar as malas de Rey já que a mesa tinha outras coisas para fazer como supervisionar a Ben, esse que não tinha dito uma única palavra a ela desde o seu despertar, nem a ninguém mesmo com as visitas de Chewie, que por essa haviam diminuído, ele não tinha mais aquele olhar aflito, ou de angústia, substituído por um olhar raivoso como se estivesse constantemente planejando sua fuga, e sim ele estava. Olhos atentos, a cada passo dado, a cada respirar descompassado, ouvidos afiados a cada palavra dita em sua presença, também estavam evitando falar com ele, e naquele momento enquanto Poe estava na sua frente se levantou mas não era fácil intimidar o novo senador.

_Não gosto de olhar para você, eu penso na General, ou em seu pai, aquele que você matou, se lembra não é? Ninguém aqui vai deixa-lo esquecer. Então é melhor levá-lo para longe, Rey irá controlar você, a Força o abandonou e esse é o verdadeiro motivo para não mandar ela o matar por mim, ou pela Nova República._   O senador sentava confiante na cadeira que tinha ao lado.

_Rey não me mataria nem se quisesse, já teve a chance e não o fez._   Kylo finalmente disse alguma coisa depois de mais de um mês em silêncio, e surpreendeu a todos da sala.

_Ouvi a tal hipótese de serem uma Díade, mas você não tem mais a Força ao seu lado. É inútil. Rey é ingênua, foi desejo dela mantê-lo vivo, mas como ela mesma disse a mim você não merece a sorte de ter uma morte rápida, por isso vai morrer de fome, frio e sozinho. Mas você sempre esteve sozinho não é mesmo?!_     Kylo se sentiu traído, mas por que? Rey nunca foi sua aliada, nunca foi nada para ele, amiga, amante, uma colega, não era nada, nem a metade de algo que ele não tinha mais.

Foi empurrado até o lado de fora, seus olhos ardiam diante da luz da Estrela Milsion, a que iluminava aquele planeta. Entrar naquela maldita nave, a qual era de seu pai o fez ter náuseas, era tudo uma grande tortura psicologica e afetiva, nunca esteve em seus planos ser um suicida, mas aquelas pessoas, aquela criatura gigante o observando dia e noite de forma esperançosa enxergando o semblante de alguém morto, a garota que tinha salvado a vida ser sua carcereira, a nave em que presenciava as discussões de seus país sobre ele, a sensação de seu tio em seus ombros, ir para sua morte lenta.

Deveria criar um plano, um plano de fuga, mas como se não sabia para onde iria. E se Poe estivesse mentindo e realmente iria morrer em poucas horas. Estava quase em pânico, agarrando o tecido da roupa na altura do peito, quando avistou Rey na porta do seu suposto quarto ou cela. Seus cabelos estavam soltos, pela primeira vez ficou surpreso em ver como eram longos, sobre como isso o havia pegado desprevenido, como nunca tinha pensado nisso e agora estava o analisando, até as roupas dela estavam diferente, foi quando percebeu que todos estavam com roupas diferentes, eram uniformes.

Ela ficou ali, na porta o encarando, com a boca semiaberta como se quisesse dizer alguma coisa, até uma mulher baixinha de cabelos curtos e negros aparecer, entrar na cabine, e se aproximando de Kylo lhe dando um tapa forte no rosto. Não olhou para ela, olhou para Rey que não mexeu um músculo.

_Nem pense que estará em paz até sua prisão, eu vou garantir que não._   Ela disse se aproximando de Kylo, que finalmente a encarou, a desdenhando com os olhos negros e profundos que possuía.

_Sua irmã morreu por que confiou no Poe, a culpa não é minha._  Não pensou antes de dizer, não fazia isso nem em suas ações, mas aquela humilhação ele não suportaria passar já que a ela ele não devia nada. Viu a mão dela levantar mais uma vez, e para sua surpresa Rey a puxou pela outra, sem força, um olhar de pena cobria Kylo que sentiu instantaneamente raiva, tentou soltar suas mãos mas foi em vão, sem sua força ele só era um homem comum.

_Vamos, Finn irá começar a qualquer momento._ Ignorou a Ben e sem dirigir uma palavra a ele, elas se retiraram, deixando o último cavaleiro Ren se remoer na própria raiva, na própria solidão.