My Monster - Kylo Ren e Rey (Reylo)

Eu sei que eu sou o problema

P.O.V Kylo Ren

Estava sentindo um tipo de paz que nunca havia sentido, parecia que as malditas vozes da minha cabeça tinham ido embora, que meu destino não seria cruel e que meus pecados haviam sido perdoados, tudo era por causa de Rey, aquela confusão que ela fazia eu sentir havia acabado, admitir em voz alta o que sentia por ela e ser correspondido fizeram todo sentido, que não estava tão sozinho como imaginava, que ainda havia alguém que tinha esperança em mim.

Mas aquela paz não me fez dormir, e sim lembrar do que tinha recém acontecido, muito além de compartilharmos nossos sentimentos e corpos, pude sentir a Força, no primeiro momento que entrei naquele quarto com ela, quando a tive em meus braços, se intensificava a cada minuto. Ela dormia ao meu lado sem prestar atenção em mim, poderia fazer como ela e invadir sua mente, manipular seus sonhos mas não, dela eu apenas sentia a mesma paz e calmaria. Sentei no colchão e por alguma razão minha mão se direcionou a um dos meus antigos brinquedos e antes que pudesse evitar, ele flutuou por todo quarto até minha mão em menos de um segundo, aquilo me fez sentir quase como um segundo orgasmo, minha vontade era de rir, de chorar e gritar mas Rey estava ali.

Pensei seriamente eu contar a ela, me entenderia melhor do que ninguém em como era sentir aquilo mas também a deixaria em conflito, e como a conhecia sabia que ela faria o que era certo, não trairia seus amigos por minha causa , se quisesse já teria feito a muito tempo.

Me levantei, vesti minhas roupas e a olhei uma última vez, nunca tinha a visto tão linda antes, as palavras dela, seus sons, seus olhos me atormentaram até minha partida. Ao sair do quarto como imaginado não avistei ninguém, e ao passar na frente da porta do quarto de Finn pude sentir que Rose estava lá dentro, havia lhe dado o empurrão e eles tinham acatado. Chewie por outro lado estava na sala de controle, me encarando passar pelo corredor, sua expressão era de pura decepção, ele não precisou dizer e também não era novidade para mim.

_Me desculpe._ Disse num tom baixo, o induzindo a cair num sono profundo. Conhecia a nave como a palma de minha mão, e conduzi até o planeta mais próximo e como os outros imaginavam ser as ordens de Finn seguiram. Durante o curto trajeto segui até o quarto de Rey, e como imagino o sabre de meu tio estava lá, seria meu até conseguir as pedras necessárias para fazer um novo.

Não foi difícil como imaginei, porém resisti para não machucar ninguém e manter todos sendo manipulados eram muitos. Sabia que se machucasse alguém de verdade Rey ficaria ainda mais decepcionava, mas ela nunca me entenderia, não iria ser deixado para morrer num planeta inóspito, morrer de fome ou frio, deveriam ter me executado enquanto tiveram chance e embora eu tivesse tentado fazer eles acreditarem em mim fora inútil, não era nada sem a Força, não tinha aliados, muito menos admiradores. Queria ser como Rey queria, voltar a ser Ben o antigo padawan de meu tio, não que já naquela época eu não me sentisse encurralado mas me sentia menos perdido.

Minha insensatez, meu medo, Snoke e minha raiva foram o que trouxeram até aqui, faziam parte de mim e mesmo que Palpatine tivesse ido embora e a parte que me atormentava também, eu sei que eu sou o problema. Não deveria colocar a culpa em mais ninguém, o que estava fazendo agora era totalmente responsabilidade minha e ao contrário de tantas outras coisas, dessa eu não me arrependeria.

Ao agarrar aquela nave pequena porém veloz o suficiente, parti para minha primeira parada. Não era tolo, sempre tive um segundo plano já que morrer humilhado nunca foi um deles. Abandonei a nave e segui com outra até meu verdadeiro destino. Havia escolhido a dedo antes mesmo de minha mãe morrer, antes de matar meu pai, antes de conhecer Rey, exilio era um plano antigo caso Snoke tentasse me matar como tantas vezes. Não foi uma viagem fácil.

O tempo que levei não importava, mas foi o suficiente para me fazer chorar e como eu odiava isso, lembro com a exatidão a vezes que meu coração haviam doído de tal forma, quando Luke tentou me matar, quando Snoke quebrou minha perna em meu primeiro treinamento, quando meu pai sorriu para mim pela última vez, quando minha mãe sussurrou para mim, quando pensei que Rey estivesse morrido.

Retta, um planeta fora do borde do mapa, havia o encontrado a quase dez anos e desde então ele era meu esconderijo, sua atmosfera selvagem era habitável, as criaturas ali nunca tinham presenciado uma guerra e eram tão indefesas de perturbá-las parecia ser um pecado, porém me sentia em casa, ninguém ali me odiava ou sabia quem eu era, muito menos sabiam minha língua e eu a deles.

Não tinha grandes expectativas naquele lugar, meu objetivo era envelhecer, me distrair e morrer, isso iria demorar levando em conta o clima agradável, a comida e todo meu entretenimento preenchido por livros, e uma enorme oficina, não era fácil me deixar entediado minha mente me deixava bem ocupado, teria tempo o suficiente para ter piedade comigo mesmo e quem sabe perdoar a mim mesmo.

É claro que não parei de pensar em Rey, em como éramos parecidos, sabia que ela também não se sentia à vontade em lugar nenhum, na constante aprovação dos outros, a solidão de ser diferente tanto para o bem como para o mal, e sabia que ela não tinha contado a ninguém sua verdadeira origem, eu também não diria. Sabia que se pedisse ela não me acompanharia, amava muito seus amigos e seu senso de justiça e certo a seguraria no primeiro instante, nela só existia a Força que eu tinha, mas não a minha malícia. Imaginava estar longe o suficiente para não ser incomodado, seja pessoalmente ou mentalmente. Ela poderia ser mais forte mas não era tão habilidosa. Ainda remoía a idea de treina-la e como ela foi tola de recusar, as coisas que ela iria aprender a faziam estar em outro patamar.