Eu posso ajudar

230 19 0
                                    

Embora Kylo fosse obrigado a dormir em sua cela, Rey não se escondia para visita-lo, ocultando a parte de que ela e ele estavam em um envolvimento bem maior do que apenas consideração. Antes fosse apenas ela que estivesse tentando convencer Finn e Rose sobre a mudança de Kylo, Chewie tinha uma esperança visível, ela não estava sozinha. Havia passado apenas dois dias del ocorrido, e antes que chegassem ao planeta em que ele seria exilado, deveriam fazer a mesma operação do anterior.

A porta aberta que Rey havia deixado inconscientemente na cela de Ben fora um deleite para o tal, no espaço não se tinha muita distinção de que horas exata se deveria dormir, e foi por esse motivo que ele vagava pela nave, naquela sensação familiar de ser constantemente observado, não teve um momento em sua vida que aquela sensação o abandonou, não era mais inquietante.

Abriu uma das porta, e como sua intenção o avisou, Finn estava ali deitado em repouso, não estava dormindo apenas de olhos fechados, mas com a aproximação de Kylo se viu obrigado a abrir seus olhos ainda vermelhos, com grandes manchas de sangue e apontar sua arma ao Cavaleiro Ren.

_Veio terminar o que não conseguiu antes?_ Finn estava assustado e com raiva, eram sentimentos totalmente relacionados a aquele homem na sua frente. Kylo deu de ombros e sentou na cadeira que tinha ao lado.

_Se eu quisesse, eu não teria entrado aqui, você nem mesmo consegue virar o pescoço._ Ele estava praticamente imóvel, a medicina era avançada mas ainda lhe custaria dois dias para estar verdadeiramente bem.

_Se está aqui é por que quer me dizer alguma coisa, seja o que for eu não quero ouvir, não me importa o que Rey sente por você..._

_Realmente não te importa?_ Kylo o interrompeu, Finn até mesmo tinha dificuldades para respirar. _Já deve ter notado, eu não me dou por vencido tão facilmente, prefiro que me matem mas dessa vez é diferente, eu posso ser útil..._

_Para de enrolar, que eu me lembre você não tem muito tempo. Em uma semana ou menos se eu desistir dessa operação você vai ser exilado, Poe concordaria completamente comigo._ Ele respirava fundo, e Kylo não movia um único musculo.

_Nada mais me prende a Primeira Ordem, não existe mais Snoke ou os Siths para envenenar minha mente, eu não tenho mais minha familia, estão todos mortos..._ Finn tentou rir mas a dor era maior.

_Você matou seu pai, e antes que se esqueça eu nunca tive uma família, então não sinto nenhuma empatia por você._ Kylo engoliu seco, olhando para as próprias mãos.

_Palpatine matou os pais de Rey, ela não tem mais ninguém além de mim, sou o mais perto do que ela terá de uma família, você sabe o que quero dizer._

_Prepotente, acha mesmo que Rey nunca mais gostaria de alguém depois que você morrer?_ Finn sentia esse medo, já que tinha presenciado a forma como Kylo a deixava, com raiva e inteiramente vulnerável.

_O que sinto por ela vai muito além do que consegue imaginar, eu sinto o que ela sente, se ela se machuca eu sinto, se ela sente raiva eu sinto, se ela ama eu também amo. Compartilhamos tudo inconscientemente, sem dizer uma única palavra e isso vicia._ Ele se levantou, chamando ainda mais a atenção de Finn, dando a volta na cama e observando os computadores. _Não sinto a presença da força desde o coma, não sou mais uma ameaça, e mesmo se ainda a tivesse eu perdi, não tenho mais pelo que lutar, ou contra alguém, não quero que tenha pena de mim, quero que me entenda._

_Quer salvar sua pele._ Finn se virou lentamente na direção dele. _Eu tentaria fazer o mesmo, como você disse, não tem nada, a morte lhe cairia muito bem, já é um homem morto._

_Eu ainda tenho o sangue Skywalker, apareceram outros como eu, eu tive todo o treinamento, todos os livros foram destruídos, eu e Rey somos o que restou, acha mesmo que isso deve ser perdido._ Ben suspirou, e naquele momento queria muito estar no controle, seria extremamente fácil convencer a Finn, ou melhor, controlar, mas quando pensava assim lembrava que queria redenção.

_Essa é a única coisa boa que você tem, experiência._ Os dois se encaravam, Finn era mais dificil do que Ben conseguia se lembrar. Ambos se distraíram quando Rose surgiu no quarto, não conseguindo disfarçar sua cara de insatisfação.

_Como saiu da sua cela?_ Embora ela soubesse a resposta era bom perguntar a ele. _ Saia daqui, antes que eu atire em você...

_Já notou que os níveis de Bacta estão muito baixos, se colocasse a 72 ele não estaria tão péssimo, já se passou um dia e ele melhorou o que? Vinte por cento? Era para estar em quarenta._ Olhava para os monitores, e a audácia de Kylo fez a mulher se aproximar com pressa, se enfiando na frente dele observando.

_Estranho... Eu coloquei a 72, mas aqui está a 42._ A confusão se fez presente no rosto de Rose, o que era ruim de admitir que Kylo estava certo. Ele observava os demais monitores, apontando para um deles em seguida.

_Você colocou o gás a 28, tem que estar a 50, e o liquido de Ambori está com a pureza a 65, tem que estar a 80..._

_Dá pra você calar a boca?_ Ela virava visivelmente nervosa. _Eu não sou médica, eu estou fazendo o que sei, não imaginei que seriamos atacados pela sua gente._ Ela apertava para elevar os valores dos substratos porém eles não saíam do lugar. _Deve ter algum vazamento em algum lugar, eu...eu vou chamar alguém._ Rose saía para fora do quarto mas Kylo a chamou.

_Rose, eu posso arrumar, até alguém chegar aqui vai levar cinco dias ou muita bateria, eu já arrumei isso antes..._

_Você é engraçado._ O corpo dela saiu de sua vista, ela havia detestado ouvir seu nome sair da boca de Kylo, era como uma provocação.

_Rose!_ O grito de Finn a fez voltar imediatamente. _Deixa ele arrumar, se ele me matar você vai poder fazer o que sempre quis._ Naquele momento a garota deu um sorriso ladino, aliviada não por Kylo mas por Finn desejar a morte dele tanto quanto ela.

My Monster - Kylo Ren e Rey (Reylo)Onde histórias criam vida. Descubra agora