My Monster - Kylo Ren e Rey (Reylo)

Ele é um monstro não é mesmo?

Rose não conseguiria se segurar por muito tempo, nunca foi boa em guardar as coisas para si, nem seus proprios sentimentos quem dirá aquela situação tão impensável, sabia que não deveria conversar com Finn sobre isso, muito menos com Poe, ele apareceria pessoalmente para ver com os próprios olhos. Não conseguia desviar os seus olhares de descontentamento sobre Rey, essa que já começava a sentir que algo não estava tão bem.

Rey estava constantemente nervosa, não era o tipo de pessoa que ficava fora da linha, ou que desafiasse os demais, torturada pelo próprio senso de moralidade, não conseguia encarar Finn ou Rose por muito tempo, sentia que estava devendo algo a eles, a verdade obviamente, a de que se sentia estranhamente atraída por Kylo. Sabia que eles a olharia com dúvida ou pior, desprezo. Mas não era algo que tinha acontecido do nada, sempre sentiu aquele frio na espinha, ou aquelas borboletas no estômago, desde o instante que o viu, e por isso o repudiava, não era certo.

A situação não era tão diferente agora, a guerra tinha acabado, mas apenas isso, as mágoas, as feridas ainda estavam bem abertas.

Quando eles retornavam para fora, terminar o serviço que haviam começado no dia anterior, Finn pediu para que ela pegasse um comunicador na Sala de Segurança da Nave, e chegando lá, seu coração desacelerou, quase parou. Inúmeras telas com imagens das câmeras espalhadas pela Nave, e claro, haviam umas dentro da cela e porta de segurança de Kylo. Olhou para fora da sala uma última vez, antes de desconectar todos os cabos de alimentação, não se importava que as outras câmeras, não a comprometia, mas não deixaria nada daquilo tirar seu sono.

_Você está pálida, está bem?_ Perguntou Finn ao receber o comunicador, Rose que estava próxima manteve seus olhos e ouvidos bem atentos.

_Sim...Eu tenho que ficar? De novo?_ Não gostaria de ficar ali, sozinha e com ele.

_Você já sabe o motivo, não se preocupe, eu volto mais cedo, assim não irá se sentir sozinha._ Sentiu o carinho do amigo em seu rosto, e sorriu em agradecimento mas olhos cinzas de Rose a fez mirar o chão de imediato, sabia que a garota gostava de Finn e talvez fosse esse o motivo de seu olhar tão frio ultimamente.

A silhueta dos colegas desaparecerão, as naves que estavam ao redor não pareciam estar sozinhas. Fechou a porta pela primeira vez naquele dia, e ansiosa não demorou muito para que estivesse de frente com a maciça porta de metal que trancada Ben do outro lado, esse que se encontrava sentado na cama, entediado e com as mãos ainda imobilizadas pelas algemas.

_Você vai entrar?_ A voz grave e alta dele, lhe provocou um susto. Suspirou se apoiando na porta. Não deveria, mas se sentia louca para entrar.

_Eu não devo, hoje é o último dia nesse planeta, amanhã iremos para Junhane 002. Eles chegarão a qualquer momento._ O via por entre uma pequena abertura retangular da porta.

_Eu não sinto nada da força, sou um inútil. Venho buscado desde que acordei, mas não sinto, nem mesmo quando estou perto de você._ Seu tom de voz seco e vazio, seus olhos negros encaravam as paredes metálicas, ele não demonstrava aquele olhar feroz de sempre, parecia perdido.

_Você ficou por mais de mês em coma, não deve se esforçar tanto. Você não conversa com mais ninguém, nem mesmo com Chewie e ele vem tentado, a solidão deve estar o consumindo._ Os dígitos de sua mão dançavam encima do botão inconcientemente, queria entrar.

_Eu sempre estivesse sozinho, não se engane só por que estive arrodeado de bajuladores. Mas eu quero que você entre, é a única que lembra que eu existo._ Finalmente seus olhos encontravam os de Kylo, estava tão decidido, nunca esboçava uma timidez nas coisas que dizia ou fazia.

_Acredite todos sabem que existe, e por isso está aqui!_ Ele nem mesmo piscava, e isso a deixava aflita, seu orgulho perante ele a impedia de desviar o olhar.

_Mas é a única que não me odeia. Se quiser eu deixo você entrar na minha mente, provavelmente eu não conseguia nem resistir._

_Eu nunca faria isso com você!_ Em poucos segundos Kylo estava do outro lado da porta, a observando com os mesmos olhos atentos e intensos.

_Não me faça implorar pedindo para você entrar!_ Aquelas palavras chicotearam em seus ouvidos, seu tom de voz era desafiador mas também demonstrava a ânsia de querer-la. Rey se contorcia por dentro e inconcientemente apertou o botão, fazendo com que nada mais estivesse entre eles, foi quando o pânico se fez presente. Ele poderia engana-la, fugir ou simplesmente fazer nada. Mas ele fez, nada comparado ao que ela tinha imaginado.

Com as mãos ainda algemadas ele levou elas até os cabelos Medianos de Rey, os puxando para frente dos ombros, eles eram macios, exatamente como Ben tinha os fantasiado mais cedo. _Gosto do seu cabelo solto, combinam mais com você._ Aquela espécie de carinho, não coincidiam com ele, não aos olhos dela, aos olhos de ninguém, e por alguns segundos realmente acreditou que ele estava fingindo e isso a deixou com raiva.

Irritada, se virou para que pudesse sair dali, mas ele a puxou. Sentiu a mão de Ben agarrar sua roupa na altura de seus peitos, e no mesmo instante seus lábios se encontraram. Não conseguiu impedir, suas mãos a puxando, seu beijo desesperado entorpecia a mente, era muito melhor que a última vez.

Sua voracidade, seu língua orquestrava aquele beijo, que Rey agora não pretendia evitar, sentindo uma sensação não muito desconhecida mas ainda recente em seu ventre, seus pés se moviam sem ordens suas já que a mente somente se concentrava naquele beijo tumultuado.

Abriu os olhos quando sentiu ser empurrada sobre a cama. Estremeceu. Os olhos de Kylo eram tão penetrante quanto das vezes em que lutavam, pareciam querer devorar sua alma, agora, já que antes a queria destruir, era o que sentia. Ele subiu encima dela como se não fosse a primeira vez, colocando as mãos algemadas apoiada um pouco acima da cabeça de Rey, ele tinha comparado a ela desvantagem. Ela não conseguiu evitar de olhar para o lado, não por que não queria o olhar nos olhos, mas por que assim podia ver com mais clareza seus músculos gritarem dentro daquela blusa preta fina que ele usava, nunca esqueceu daquele dia em que o viu sem camisa pela primeira vez, mesmo sendo constrangedor, era lindo demais.

Um beijo em seu queixo, junto com os cabelos negros dele roçando em seu rosto a fez voltar a realidade.

_Você não resiste._ A voz profunda em seu ouvido, fez suas pernas involuntariamente roçarem uma na outra. Que merda era aquela? Não teve a audácia de olhar em seus olhos, mas também não conseguia sair debaixo dele, embora tivesse toda força pra isso. _Eu sei que entrou na minha mente aquele dia._ Aquilo a surpreendeu, o que a obrigou a encara-lo, não imaginou que ele tivesse a coragem de admitir tal coisa em voz alta, ela não teria, fingiria até onde pudesse. _Eu agradeço, se não fosse por isso eu ainda estaria daquele limbo. Me mostrou que é melhor do que eu imaginava, do que eu seria._

_Você me deixaria em coma por diversão? É isso que quer dizer?_ Finalmente conseguiu confronta-lo, recebendo um olhar de reprovação.

_É claro que não. Mas eu não faria o que você fez para me acordar, colocando sua mão lá embaixo._ O sangue de Rey começou a ferver, a vergonha começou a aparecer, ele não era discreto.

_A culpa foi sua. Você parecia um maluco, foi você quem me agarrou, como acabou de fazer!_ Apoiou seu corpo sobre os cotovelos. Odiava olhar para ele e não saber decifra-lo, sempre com a mesma expressão.

_Me pergunto até onde você iria se eu não tivesse parado._ Rey engoliu seco, ela não tinha pensado daquela forma, na sua concepção não iria tão longe e a culpa é claro, era dele. Ele era o Monstro não é mesmo?