Era um turbilhão de emoções para Rey, tudo novo demais, tudo rápido e grande demais. Sua intenção era apenas visita-lo, não imaginou que se entregaria tão facilmente as suas investidas, as suas palavras, ao seu corpo.
Ela sonhava com aquilo literalmente, não só dormindo como acordava, queria sim e muito Kylo Ren entre suas pernas, mas não ali, não naquelas circunstâncias, não queria o perigo, não queria se sentir errada. A culpa de sentir tanto desejo estava lhe dando uma ressaca moral, uma dor de cabeça se instalava e mesmo com ele a acariciando, não surtia efeito.
Havia gostado. Gostado de ver como o tinha surpreendido, do pau dele em sua boca, de como ele gemia por sua causa, como ele tentou não ser impulsivo, raros momentos em que Kylo Ren era dominado pelo bom senso. Quando ele se moveu na cama, tomando outro lado, percebeu que ele estava dormindo, tão pesado que não sentiu sua ausência. Já do lado de fora, caminhou até seu quarto e de trancou nele. O que deveria fazer? Como deveria agir diante de Rose e Finn? Não era uma boa mentirosa.
Retirou o restante de suas roupas e se enfiou debaixo das cobertas no mesmo instante que ouviu a porta da entrada ser aberta, eles tinham chegado. Os passos deles lhe davam medo como se fossem criaturas malvadas que assombrava uma garotinha.
_Rey?_ Finn lhe chamava, alto mas ainda distante. Seus passos se aproximaram e já estava do outro lado da porta. _Está aqui?_ Ela apertou os olhos com força, infelizmente teria que responder.
_Sim, eu só…Não me sentia muito bem, tomei um banho e vim deitar._ Simulou uma voz mais frágil.
_Se quiser eu posso ver como você está…_
_Não!_ Falou mais alto. _Não precisa, eu só tenho que dormir, deve ser um resfriado!_ Finalizou tossindo duas vezes.
_Está bem, qualquer coisa me chama, ou a Rose._ Os seus passos de afastaram e Rey suspirou alto. Aquilo era patético.
[...]
Ao despertar com o som da nave que depois de tanto tempo finalmente estava funcionando, ou seja, Kylo estava mais próximo de sua prisão do que o desejado. Não via sua amante em sua cama, isso não o aborreceu, tonto era por pensar que ela poderia estar ali. Se levantou vestindo suas roupas que estavam espalhadas pela cela. Foi nesse momento que percebeu estar sendo observado. Rose Tico, ela o observava e quando percebeu que suas mãos estavam livres, começou a correr como uma criança.
Sabia que aquilo o daria problemas, mas não era quem teria que resolver. Se sentou na cama, apoiando suas mãos atrás, e aguardando ele continuou olhando para porta, eles voltariam.
_Não acredito._ A voz de Finn se fez presente. _Como você as retirou? Por acaso está recuperando sua Força._
_Eu não fiz isso sozinho, foi Rey quem me soltou._ Se mantia sério, era a verdade, embora quisesse exigir seu sorriso sínico.
_Rey nunca fazia isso._ Finn se encontrava mais irritado que o formal.
_Pergunte a ela._ O confrontou.
_Ela não se encontra bem, ela esta fechada em seu quarto. Por isso eu digo que não foi ela._ Kylo se levantou com urgência, se aproximando de Finn que deu um passo para trás.
_O que ela sente? Ela disse?_ Saber que Rey não se sentia bem o fez sentir culpa, ele havia a machucado de alguma forma? Ou ter a magoado? Ou ela teria se arrependido?
Não conseguiu esconder seu olhar preocupado, e o novo capitão Finn não tinha gostado daquela reação, porque diabos Kylo se importava.
_O que isso importa pra você? É melhor você não fazer nenhuma merda, logo irei deixa-lo morrer de fome!_ A única reação de ele teve foi socar a porta assim que Finn virou as costas, era ele que merecia aquele soco. Entendia por que ele o odiava, quase o matou várias vezes, e o faria se fosse necessário.
Caminhou de um lado para o outro, naquele quarto, ou cela, cativeiro, não saberia definir, mas era minúsculo. Como uma de suas infinitas tentativas, ele sentiu no chão, retirando os sapatos, cruzando as pernas e fechou os olhos. Lembrar do treinamento de seu falecido Tio Luke era doloroso, tudo o que tinha acontecido, e como, todos aqueles anos, aqueles olhares. Deveria se livrar disso por alguns minutos.
Já havia perdido as horas, sentia como se uma nuvem negra estivesse encima de sua cabeça, não queria aceitar que a Força estaria esvaindo, nunca soube disso antes, gostava da sensação, do poder, de não depender de ninguém, de fazer o que bem entendesse, desde de garoto soube do poder que tinha, todos sabiam e por isso tinham medo.
As memórias de seu treinamento Jedi começaram a fluir naturalmente em sua mente, como se estivesse vivendo aquilo naquele exato momento, vivido como a realidade, lembrando dos outros padawans, do seu primeiro sabre de luz, dos cochichos de seu tio com seus pais, das vozes de Snoke em sua mente.
Quando finalmente abriu seus olhos, ouviu o som da Nave mais uma vez, bem alto, e como se algo estivesse se chocado nela. Ele sentiu, como tantas vezes, mas agora depois de tanto tempo, o ar dobrando, a Força no ar, o cercando, intocável, ela o manipulava, o conduzia.
Se levantou, guiado por aquele instinto primitivo, o silêncio no ar, colocando a mão enfrente a força. Seus olhos se fecharam e ele se concentrou, tanto como a primeira vez em que fez uma pedra levitar. Ela abriu, a porta estava completamente aberta. Sua felicidade era tanta que sorriu tão abertamente que qualquer outra pessoa que visse a cena o acharia louco. Timidamente colocou a cabeça para fora, não tinha ninguém o vigiando.
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My Monster - Kylo Ren e Rey (Reylo)
FanfictionKylo Ren sobrevive. Com a nova República sendo restaurada na galáxia Rey tem o dever de ser a guardiã de seu inimigo. Porém o tempo em que terão que coexistir será capaz de revelar sentimentos e vontades antes reprimidos. Kylo Ren odeia tudo e todos...