Capítulo 32

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                          SANSA

Seus pés não faziam barulho quando ela pisou levemente na terra coberta de neve, enquanto o vento agitava suavemente as árvores ao seu redor.

Ela fixou os olhos no cervo que estava parado a uma curta distância de seu rebanho, enquanto ele farejava o chão antes de começar a procurar algo para comer que não tivesse sido morto pela nova nevasca.

Seu irmão estava ao lado dela, esperando que ela fizesse sua jogada.

Ela se aproximou, mantendo os olhos firmemente no animal com chifres diante dela, então, quando ela tinha certeza de que não poderia chegar mais perto sem deixar o cervo ciente de sua presença, ela atacou.

O sangue fluiu em sua boca antes que o cervo tivesse a chance de fazer qualquer coisa, exceto levantar a cabeça. Sua boca estava presa na garganta do animal enquanto suas garras cavavam e rasgavam sua carne.

Enquanto o cervo gritava, ela podia sentir seu irmão bater na grande fera que ela havia começado a derrubar, e ela podia ouvir os outros animais correrem para salvar suas vidas, ao invés de tentar combatê-los.

Ela mordeu com mais força antes de rasgar sua garganta, fazendo o sangue espirrar no chão coberto de neve. Então ela soltou o animal, mas a fera já estava morrendo quando caiu de lado, chutando descontroladamente no ar, como se estivesse tentando desesperadamente fugir deles.

À medida que os chutes se tornavam cada vez mais fracos a cada momento que passava, ela olhou para seu irmão cinza que ainda se elevava sobre ela.

Ele a encarou, esperando que ela desse a primeira mordida. Ela sentiu orgulho de si mesma por ter derrubado uma criatura tão grande e poderosa, sem que ela soubesse o que estava acontecendo até que tudo acabasse.

Ela foi até a criatura caída e, pouco antes de dar a primeira mordida, foi puxada para trás com uma força agora familiar.

Ela olhou ao seu redor e levou um momento para se orientar. O gosto de sangue ainda persistia em sua língua, quando ela percebeu que não era mais uma loba, mas uma mulher.

Quando ela voltou a si, ela sentiu a bile subir em sua garganta e saiu correndo da cama que agora dividia com Rickon e Shireen para pegar seu penico e vomitar todo o conteúdo de seu estômago.

O suor se formou em sua testa enquanto ela vomitava no penico e, quando finalmente terminou, ela se apoiou na lateral da cama, recuperando o fôlego. "Sansa?"

Seus olhos procuraram a voz pequena e familiar, e se depararam com olhos azuis que pertenciam a Shireen, olhando para ela com preocupação.

Sansa deu um sorriso fraco para a garota. "Está tudo bem querida, está perfeitamente bem." Meistre Wolkan havia assegurado a ela que era normal para ela ter problemas para segurar o conteúdo de seu estômago nesta fase de sua gravidez, e ela se lembrava de sua própria mãe tendo problemas também quando estava grávida de Rickon.

E ela sabia que certos cheiros e gostos podiam deixá-la enjoada, e era por isso que ela odiava quando sonhava com a caça no Gelo e no Verão, já que o gosto acobreado do sangue sempre conseguia deixá-la excitada, e ela começou a evitar comendo o máximo de carne vermelha que podia.

Uma caneca foi colocada em suas mãos e Sansa bebeu a água morna com avidez. "Obrigado, Shireen."

"De nada. Você está se sentindo melhor?" A preocupação em seus olhos era reconfortante, fazendo Sansa sorrir apesar do desconforto que sentia.

"Estou muito melhor graças a você." Sansa empurrou o penico para longe dela, não querendo olhar para o seu conteúdo, sabendo que isso a faria sentir náuseas novamente.

Pai De Dragões (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora