11. Tentar

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No dia seguinte o Lee resolveu sair bem cedo, andando pelo mercado sem rumo. Naquela noite ele havia ido dormir no quarto que antes ficava e ainda não tinha coragem de ver o comandante, não conseguiu esquecer suas palavras.

Talvez por causa da ''cerimônia'' de casamento, todas as pessoas que passavam por ele o cumprimentava. Minho estava se sentindo completamente deslocado. Encontrou Christopher e um outro garoto na frente de uma casa, eles estavam abraçados e o loiro se despediu com um beijo antes de se afastar do rapaz.

Minho os observou por alguns segundos e rapidamente se lembrou de Jisung. Amar é uma fraqueza? Então o seu braço direito era uma pessoa fraca?

Estava viajando em questionamentos quando o loiro se aproximou de si, o abraçando de lado enquanto andavam.

— Veio visitar o mercado logo cedo? — Christopher murmurou.

— Aquele lugar me sufoca. — Minho falou sem pensar duas vezes, ouvindo a risada alheia. — Seu namorado?

— Somos casados. — O loiro falou orgulhoso. — Acabamos de ter nosso primeiro bebê.

— Sério? — Minho o olhou surpreso e então sorriu. — Parabéns pela família.

— Obrigado. Logo você e Jisung terá uma família também. — O loiro falou e sorriu.

Minho gargalhou e então negou, deixando o mais velho confuso. Christopher se afastou e então o encarou.

— Para ele amar é uma fraqueza e eu não vou ter nenhum tipo de envolvimento carnal com ele sem sentir nada. — Minho falou francamente. Será que era muito tarde para fugir?

— Olha Minho ele é bem complicado as vezes, mas tente entende-lo.

— O problema está aí. — Minho falou e se virou de abrupto, afastando o braço do mais velho que estava em volta do seu pescoço. — Vocês me sequestraram e mesmo assim sempre tentei entender o lado de vocês e seus costumes estupidos, aceitei até mesmo me casar com um lunático somente para ajudar seu povo. — Minho falava sem parar, parecia desabafar. — Entretanto ninguém me escuta, ninguém me entende. Vocês querem que eu colabore e respeite seus costumes, mas por que ninguém tentar me escutar e respeitar os meus?!

— Porque não se escuta as ladainhas de um estúpido. — A voz de Jisung soou e os outros dois se viraram para ele, Minho o olhou ainda mais irritado. — Pare de choramingar, ninguém o obrigou a ficar.

— O que disse? — O Lee riu desacreditado. — A todo instante você me ameaçou dizendo que me mataria!

— Silêncio! Venha comigo.

Minho iria negar, mas o menor agarrou seu pulso e saiu o arrastando para os fundos do recanto. O Lee reconheceu o lugar, deixando-se ser levado em completo silêncio enquanto sentia sua irritação se esvair aos poucos.

Não conseguia entender o que diabos estava acontecendo com seus sentimentos, parecia uma garotinha na tpm com mudanças de humor constantes.

Voltaram para a cachoeira e na metade do caminho, Jisung que estava em silêncio, começou a falar.

— Desculpe por ontem. — Pediu baixinho. — Não é porque eu não acredito mais no amor que você tem que parar de acreditar.

— E você demorou uma noite para entender isso?

— Eu não quero que se machuque, Minho. — Jisung o largou e se virou ficando de frente para o Lee. — E se você acabar gostando muito de mim ao ponto de fazer besteiras? Se arriscar? Você já parou para pensar que vai se machucar ao perceber que eu não sinto o mesmo? Isso tudo vai ser ruim apenas para você.

— É só você se permitir sentir. — Minho falou em um murmúrio. — Não estou dizendo que você precisa gostar de mim imediatamente ou algo do tipo, mas durante a convivência se você acabar sentindo algo não reprima ou esconda isso.

— Eu não quero sentir, nem por você nem por ninguém.

— E como pretende ter uma família assim? Acha que para manter a linhagem é apenas gerar uma criança e trazê-la para o mundo?! — Minho falou levemente irritado. — Não é assim, Jisung!

— O meu povo é a minha família. — O Han respondeu. — Uma vez me permiti sentir e fui traído.

— Eu não irei trair você.

Jisung o olhou e negou rapidamente, virando de costas para o Lee enquanto encarava o caminho estreito que levava a cachoeira.

— Eu não consigo acreditar em você. — O Han retrucou. — Já que não se sente bem em se deitar comigo sem sentir nada não irei obriga-lo.

— Você não conseguiria confiar em mim como eu confiei em você? — Minho perguntou baixo. — Você me sequestrou, me ameaçou e mesmo assim confiei em você referente a profecia e me casei.

— Olha Minho-

— Independente dos motivos, é necessário que haja confiança em um casamento. — O Lee o cortou, segurando seu braço. — Acho que você deveria tentar me conhecer melhor e quem sabe se conhecer melhor, assim como estou tentando.

Jisung o analisou em silêncio e então desvencilhou o toque da mão alheia de seu pulso com cuidado, afastando-se do Lee que o observava em silêncio.

— Eu não sei se é uma boa ideia. — Jisung falou. — Eu tenho muito a perder, já você...

— Nem eu nem você iremos perder nada, Jisung. — Minho falou convicto. — Será que podemos tentar? Caso você perceba que não vai dar certo e de alguma forma vai prejudicar seu povo ou até mesmo você a gente para.

— Por que quer tanto isso? — Jisung questionou curioso, não conseguia entender os motivos do Lee.

— Eu sinceramente não sei, mas já que chegamos onde estamos acho que é justo tentar. — Minho falou franco. — Eu sempre tive vontade de casar com alguém que eu amasse e criar minha família com a pessoa.

— Eu entendo que você tinha essa vontade, mas acha que é possível em um mundo desses? E logo comigo?

— Insegurança não combina com você. — Minho sorriu fechado. — Eu não acho ser possível, tenho a certeza de que é.

——

Olá! Desculpe atualizar tão tarde, infelizmente tive o tempo cheio e o único momento livre que encontrei foi as nove. Xoxoxo.

Tears [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora