15. Viagem

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No dia seguinte o Lee acordou e não encontrou o corpo do comandante na cama, visto que dormiram juntos. Dividiram o colchão, entretanto cada um ficou do seu lado da cama e durante a noite não houve contato algum de nenhuma das partes.

Minho demorou bastante para dormir, ficou inquieto depois do beijo e das sensações que começou a sentir após o novo toque entre eles.

Levantou preguiçosamente e encheu a banheira para se banhar, trocando de roupa e saindo do quarto após ter terminado sua higiene matinal. Estava indo para a sala de jantar quando encontrou Christopher, parando para o cumprimentar o olhando confuso ao vê-lo com uma espécie de armadura de madeira.

— Pra que isso? — Resmungou a pergunta confuso, puxando uma cadeira para sentar, começando a se servir.

— Ficarei uns dias fora em uma missão. — O loiro respondeu. — Vê se não apronte na minha ausência.

— Aprontar o que, Chan? — Minho resmungou preguiçosamente. — Se eu tivesse que fugir seria antes do casamento.

O loiro riu e concordou, dando dois tapinhas leves no ombro do Lee. Ele iria se afastar, mas pareceu lembrar de algo e então voltou, aproximando-se novamente.

— Pode visitar minha casa em minha ausência? Tenho receio de que algo a aconteça a Seungmin enquanto estou fora. — O loiro pediu.

— Mas o recanto não é um lugar seguro? — Minho perguntou confuso.

— Ah, não falo referente a ataques. — Christopher respondeu, rindo fraco. — A saúde dele não é uma das melhores, ele se sente mal com frequência por isso estou sempre por perto para o ajudar. — O loiro explicou. — Tenho medo dele ter um mal estar e ninguém perceber, queria que fosse o visitar quando puder.

— Claro, não se preocupe. — Minho sorriu minimamente. — É bom que tenho companhia, Jisung disse que vai ficar ocupado. — Falou ao lembrar da frase dita pelo comandante antes de irem dormir.

— É, ele vai com a gente. — Christopher comentou distraído, percebendo que falou o que não podia, se praguejando logo depois ao ver a sobrancelha do Lee arqueada.

— Por que ele vai? Ele não me disse que pretendia ir.

— Não durante toda a viagem, vai nos escoltar até a margem do rio que é a divisa dos territórios. — O loiro murmurou. — Porém como Yoongi decidiu sair ao final do dia, imagino que ele consiga voltar somente amanhã cedo.

— Entendi. — Minho resmungou baixo, mordendo o pão caseiro.

— Eu vou indo, preciso terminar de arrumar as coisas...

— Tudo bem. Até mais, Chan.

— Até mais. — O loiro falou e então se retirou logo depois.

Minho se manteve em silêncio e completamente sozinho na sala de jantar, terminando de tomar seu desjejum com certo desânimo. Encarou as manchas em seu braço, suspirando pesadamente.

Não conseguia entender porque estava tão incomodado com a suposta viagem de Jisung, seria por que Yoongi iria também? Não fazia sentido para si. Não, na verdade o que incomodava era o fato dele não ter lhe falado nada.

Odiava saber coisas importantes como aquela por terceiros.

Se retirou da sala e saiu da torre, passeando pelo mercado e ficando sozinha durante o resto do dia. Não havia visto ou procurado por Jisung, e aparentemente o comandante também não o procurou.

Não sabia se aquilo era algo bom ou não. No fundo ficava feliz por não ter Jisung em seu pé ditando para onde tem que ir, porém ao mesmo tempo ficava irritado em cogitar que ele não o procurou apenas porque poderia estar se deleitando com Yoongi em algum lugar do recanto.

Estava distraído quando sentiu alguém cutucar seu ombro, se virando e encarando o Han que o olhou e lhe esticou um pequeno sorriso.

— Como está sendo o seu dia? — Jisung perguntou, ele parecia estranhamente mais simpático e Minho particularmente não entendia o motivo.

— Bom.

— Quer algumas moedas para comprar algo que gosta no mercado? Tem muitas opções. — O Han ofereceu, lhe entregando um pequeno saco com algumas moedas.

— Que bicho te mordeu? — Minho questionou desconfiado.

— O que?

— Você está sendo ridiculamente simpático, sendo que nunca me tratou tão bem assim desde que estou aqui. — O Lee falou soando quase rude.

Automaticamente Jisung ficou sério, encarando o Lee quase que desacreditado com o tom de voz que ele estava falando consigo por exatamente nenhum motivo aparente que poderia o irritar.

— Eu o trato bem, Minho.

— Perguntar como estou ou como está sendo meu dia não faz parte do seu vocabulário, muito menos falar comigo com esse tom de voz tão... doce. — Minho concluiu.

— Só porque não é um comportamento frequente não significa que eu não consiga o tratar desse jeito hora nenhuma. — Jisung se defendeu. — Não entendo porque se irritou tanto com tão pouco.

Minho deu de ombros e desviou o olhar, não sabia o que falar. Sabia que já estava ficando chato trazer sempre a tona seu desconforto por causa do Yoongi, talvez estivesse agindo daquela maneira somente para se proteger da situação.

Apesar de não ter casado com Jisung por sentimentos o respeitava e queria ser respeitado, não seria legal saber que o Han está se relacionando com outras pessoas sendo que tem um vínculo consigo. Aquela hipótese o incomodava como uma pedrinha no sapato.

— Irei acompanhar Yoongi e o grupo até a divisa, volto mais tarde. — Avisou. — Se precisar de alguma coisa pode falar com Hyejin, ela ficará por perto para servi-lo.

Minho não falou nada, apenas deu de ombros ao concordar. Jisung o olhou e suspirou, virando e se afastando na direção do grupo que o esperava para sair de Tears.

O Lee deu meia volta e visitou mais algumas barracas, resolvendo passar na casa de Christopher antes de voltar para a torre. Tocou a porta com leves batidas e depois de um tempo a madeira foi aberta, revelando um rapaz mais alto que si com um garotinho no colo.

— Oi... — Minho falou incerto. — Passei para ver como estava, o Chan pediu para passar o olho em vocês.

— Oi, Minho. — O Kim sorriu simpático. — Quer entrar?

— Eu acho que irei indo, está ficando tarde... — O moreno resmungou meio constrangido, era a primeira vez que via o marido de Chan tão de perto e ele o tratava como um amigo próximo.

— Entre um pouco e jante com a gente, não gosto de comer sozinho. — Seungmin falou ao puxa-lo para dentro, fechando a porta. — Christopher me falou bastante de você.

— Espero que coisas boas. — Minho comentou, rindo nervoso.

— Sim, claro. — O Kim respondeu rindo fraco, colocando o bebê no chão que começou a engatinhar para pegar um brinquedinho de madeira. — Eu só preciso terminar de preparar o jantar, pode passar o olho nele?

— Claro! — Minho respondeu. — Qual o nome dele?

— Taehyun. — O outro respondeu, a criança o olhou ao ouvir seu nome e riu gengival visto que os dentinhos ainda não cresceram.

Minho sorriu abertamente com a fofura do bebê, começando a brincar com ele na sala pequena enquanto Seungmin preparava alguma comida caseira na cozinha.

Felizmente ele fez amizade muito rápido com Taehyun, eles dois estava se dando bem. Brincaram até o jantar ficar pronto e o Kim os chamar, servindo-os.

Tears [MINSUNG]Onde histórias criam vida. Descubra agora