Logo cedo Minho passou na casa de Christopher para visitar seu marido e o bebê, tomou o desjejum com eles e então no final da manhã os deixou. O Lee caminhava pelo recanto distraidamente enquanto pensava em algumas coisas, lembrando do comandante ao passar na arena.
Sequer viu o horário que Jisung deixou o seu quarto de tão cedo que estava, ele parecia preocupado com algo e o Lee não conseguia entender. Observou uma movimentação diferente na arena, algumas pessoas saiam de lá com expressões cansadas e corpos suados.
O Lee subiu na arquibancada de madeira curioso, encarando o lugar vazio, visto que agora apenas o comandante estava lá. Jisung recolhia as lanças que usaram nos treinos distraído, mal notou que Minho o observava e tão pouco quando ele se aproximou.
Minho levantou as mãos em rendição quando o outro se virou para si de modo abrupto, apontando a lança em sua direção. Constatando que era o Lee ele a abaixou, suspirando.
— Você está tenso. — Minho comentou distraído, pegando uma das lanças do chão para ajudar o outro a recolher as armas. — Quer desabafar?
— O que eu ganho desabafando com você? — Jisung respondeu desinteressado. — Não é como se fosse resolver meus problemas.
— Posso não resolver, mas acredito que ao menos saberei lhe consolar. — O Lee falou breve, vendo o outro rir fraco e se aproximar um pouco mais.
— O tipo de consolo que eu quero você não está disposto a me dar. — Foi tudo o que o comandante respondeu antes de se virar e se afastar, deixando as lanças em um canto isolado da arena. — Coloque aqui e saia.
Minho se manteve no mesmo lugar com a lança nas mãos, encarando o rapaz em sua frente que parecia estar contrariado com algo desde madrugada passada.
— Por que não me chamou para o treino? — O Lee perguntou curioso. — Soube que procurou pessoas jovens com boa saúde.
— Você apenas atrapalharia o treino dos outros. — Jisung respondeu. — Vai me dizer que quer apreender a lutar?
— Eu gostaria de tentar.
Jisung riu da resposta do outro, se calando quando o Lee o puxou levemente em sua direção e o olhou sério como se o repreendesse.
— Para aprender a lutar você tem que aprender mais do que defesa pessoal, Minho. — Jisung falou breve. — Você precisa aprender a matar. Continue apenas observando de longe, sim? Eu protejo você.
— Eu sei me proteger, Jisung. — Minho resmungou. — Fui o melhor aluno das aulas de muay thai que participei quando adolescente.
Jisung ponderou um sorriso cínico, dando de ombros. Percebendo que o comandante não acreditou em si, o Lee ergueu os punhos e os bateu levemente, convidando o outro para lutar consigo.
O comandante o observou imóvel, sorrindo minimamente para o Lee que parecia querer se exibir um pouco.
— O que está inventando agora? — Questionou, cruzando os braços enquanto analisava o Lee.
— Lute comigo dessa vez, sim? Você vai ver que eu sei me defender e posso ser bom na luta igual você.
Jisung o analisou e então suspirou fracamente, negando com a cabeça logo depois.
— E quais são as consequências?
— Como assim? — O Lee questionou confuso, baixando a guarda.
— O que o vencedor ganha e qual a consequência para o perdedor? — Jisung falou calmamente. — No campo de batalha quem perde morre, mas obviamente não pretendo matar você. Escolha uma consequência.
— Precisamos mesmo disso? É apenas um treino. — Minho respondeu simplista.
— Não é apenas um treino, seria um duelo já que você me desafiou e eu particularmente adoro desafios. — Jisung respondeu convicto. — Você escolhe a consequência ou eu escolho?
— O vencedor pode pedir qualquer coisa ao outro. — Minho falou convicto, confiava em seus talentos de artes marciais e sabia que ganharia. Iria obrigar o comandante a falar tudo que o incomodava. — E consequentemente o perdedor tem que atender ao pedido sem protestar.
— Qualquer coisa? — Jisung falou, cruzando os braços enquanto sorria divertido com aquilo. — Tem certeza disso?
— Tenho. — Minho respondeu e novamente suspendeu a guarda. — Vamos lá.
Jisung concordou e se manteve imóvel, encarando atentamente os movimentos que o Lee fazia dando passos leves de um lado para o outro enquanto mantinha os punhos fechados erguidos. Vendo que o comandante não iria atacar, Minho avançou, se surpreendendo quando o Han se esquivou do ataque e o acertou na barriga.
Novamente o Lee o atacou, deixando que ele o acertasse novamente somente para que tivesse alcance o bastante de acertar o rosto do comandante e o nocautear, vendo-o cair no chão. Minho sorriu convencido e estendeu a mão para o ajudar a levantar, mas Jisung o deu uma rasteira o derrubando, subindo em cima do Lee e prendendo seus pulsos o imobilizando.
— Você perdeu. — O Han falou com a adaga próxima do pescoço do Lee enquanto o mantinha imobilizado com a outra mão.
— Isso foi jogo sujo. — Minho reclamou ouvindo o outro rir enquanto o olhava, sem soltar seus pulsos enquanto guardava a arma com a mão livre.
— E você acha que em um campo de batalha seu inimigo vai jogar limpo com você? Coitadinho. — O Han falou, inclinando um pouco mais o corpo para a frente. — O segredo é não baixar a guarda.
– Ah, entendi. — Minho resmungou e moveu as mãos, sentindo o Han afrouxar o aperto e lhe soltar vagarosamente.
Jisung ergueu o corpo, mas não saiu de cima do Lee. O rapaz apenas se afastou um pouco para prender o cabelo longo que havia bagunçado com sua queda. Estava terminando de ajeitar sua madeixa quando sentiu as mãos de Minho tocarem sua cintura, atraindo sua atenção para o moreno.
Completamente surpreso Jisung arregalou os olhos ao sentir o aperto em sua cintura o puxando para mais perto, quase lhe forçando a se inclinar. Minho olhou nos olhos do outro observando o comandante aproximar seus rostos e quando iria finalmente colar seus lábios o Lee em um movimento rápido os virou, imobilizando o terráqueo que ficou sem reação, sorrindo forçado ao ver a lamina de sua própria adaga apontada para seu rosto.
— Você baixou a guarda. — Minho cochichou.
— Isso foi impressionante, eu diria que excitante. — Jisung respondeu, erguendo um pouco o corpo com o auxílio dos cotovelos que se apoiaram no chão, aproximando seus rostos. — Mas você continua sendo o perdedor dessa vez.
— Eu aceito a derrota. — Minho deu de ombros. — O que você quer?
Jisung o olhou e então esticou um sorriso satisfeito, tocando o rosto do Lee com a mão tatuada.
— Eu quero você, Lee Minho. — Murmurou.
— Não pode pedir o que você já tem, Jisung.
— Então eu já tenho seus sentimentos também? Porque eu o quero de corpo e alma. — O comandante admitiu baixo, virando o rosto vagarosamente quando o Lee beijou o canto de seus lábios.
— Talvez tenha, eu me sinto estranhamente atraído por você. — Minho admitiu envergonhado. — O que é algo novo pra mim...
— Acredito que você já saiba o que irei pedir, certo? — Jisung o olhou nos olhos.
— Certo... — Minho respondeu em um resmungo, concordando. — Vou me deitar com você.
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Tears [MINSUNG]
FantasíaLee Minho e seu irmão Felix são dois astronautas que estavam em uma missão no espaço quando o mundo em que viviam foi bombardeado por uma radiação que matou milhares de pessoas. Depois de anos presos dentro de uma nave no espaço, os rapazes acabam s...