Capítulo 3

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Ao terminar de falar sobre os horários do café, almoço e janta, o rapaz iria se retirar, pedi para que esperasse e entrei.

Pus o rosto na brecha da porta e perguntei quanto deveria ser pago pela estadia. Ele disse oitocentas e setenta libras, pois meu alojamento era o único que sobrava e esse era o preço do mesmo.

Eu não fazia ideia de como as libras se viam, mas desejei e logo estavam em minhas mãos, essa merda de magia deveria ter se feito presente na minha época original!

Saí do alojamento que ainda nem havia olhado e o entreguei o dinheiro.

Toquei a maçaneta, novamente abrindo a porta do espaço que me abrigaria nos próximos dias.

A decoração era rústica. Uma sala algo pequena, mas aconchegante, acredito que para visitas ou passar tempo? Puxei minha mala para dentro e tranquei a porta atrás de mim.

Observei, havia dois sofás espaçosos e elegantes, eram de estofado preto e de uma madeira escura, assim como as paredes estavam forradas da mesma madeira.

Não sou rica em descrição, não conheço muita coisa. Chorem.

No centro dos sofás habitava uma mesinha simples.

Nas paredes não tinha muita coisa: perto da porta ganchos para casacos eu suponho. Um relógio e algumas pequenas coisas polidas, quais não dei atenção.

Acredito que esses espaços são previamente decorados por quem vai se estabelecer ali. Por isso não tem muitas coisas.

Sigo em rumo à uma porta quase camuflada por ser do mesmo tom de madeira e estar no mesmo padrão das paredes só percebi que era uma porta pela maçaneta preta, gostei.

Ao abri-la me deparo com o quarto. Havia ali uma enorme cama de casal, e ao seu lado uma mesinha com abajur.

Na parede ao lado havia um pequeno armário que deve ser um guarda-roupas e ao lado do mesmo um enorme espelho.

Meu reflexo me mostrou o quão acabada eu estava, meu cabelo castanho escuro, preso em um coque bem bagunçado. Meu olhos com seu tom claro de castanho quase âmbar se mostravam cansados. E meu largo moletom amarrotado: acabada.

Continuei com observação do ambiente:

Ao lado da porta por qual entrei se encontrava uma mesa embutida na parede com uma pequena luminária e um assento uma escrivaninha.

Tinha uma pequena porta na outra parede ali também, deixei minha mala perto da cama e fui explorá-la.

Era um banheiro médio e todo branco. Uma banheira algo espaçosa facilmente aconchegaria dois homens grandes. Havia também um chuveiro, vaso e pia, é claro.

E foi ali que eu me estabeleci, retirei minha roupa e deixei no canto ao chão.

Estava com preguiça e cansada, resolvi usar o chuveiro, a água era quentinha, perfeição!

Imaginei um kit para me lavar, e direcionei meu pulso para o chão, logo estavam lá: sabonete, shampoo e condicionador e uma máscara capilar.

Eu não fazia ideia de quê marcas eram aquelas, mas pelo cheiro perfeito que os produtos tinham, eu não me importei.

Lavei meus longos cabelos castanhos, tão escuros que se assemelhavam ao preto.

Meu cabelo alcançava meus quadris e era bem ondulado.

A última vez que os cortei, a perda do peso os permitiu formar cachos, eu amei. Mas os deixei crescer novamente e os cachinhos se foram.

Terminei meu banho, escovei os dentes e pensei, o quê raios irei vestir? Eu tinha um corpo que lutei muito pra deixar como eu queria, soa engraçado, já que realmente lutei, minhas aulas de artes marciais contribuíram muito pro meu físico, mas também tinha a academia que eu frequento antes do horário da faculdade. Todo corpo firme, cintura fina e definida, quadril largo, os seios algo grandes, coxas grossas e bunda de acordo. Bom, vamos lá:

As mulheres desta época usam apenas vestidos se bem me recordo. O uso de calças para nos se iniciou em 1920, acredito eu.

Imaginei luvas pretas bem justas e que alcancem acima do cotovelo. Um vestido azul escuro longo a frente dele alcançava bem abaixo do meu joelho e a parte de trás do calcanhar, decote canoa e cintura justa porém folgado depois do quadril. Imaginei um salto cubano também preto.

Eu não tinha o senso de moda nem da minha época original, quem dirá daqui. Mas tentei.

Imaginei um pente de madeira e pus as mãos à obra, desbarassei meu cabelo.

Imaginei um gloss e brincos pequenos de diamante - qual é! Eu vou abusar dessa magia louca - , não sei se seria boa ideia colocar os piercings, não lembro como era nesta época.

Estava pronta, a única coisa que maculava minha pele eram algumas sardas e pintinhas perdidas. Não havia motivos para maquiagem.

Decidi sair do meu novo quarto. Confesso estar algo assustada. Mas eu preciso me situar.

Independente de que Titanic seja esse, eu preciso evitar que ele vá de americanas, ou evitar que eu vá com ele.

Me olho no espelho e está tudo bem já que eu vejo uma grande e linda gostosa, nem tão grande já que carrego comigo meus 1,58. Mas isso não é barreira para nada.

Toco a maçaneta me preparando pra sair, respiro fundo e abro a porta.

★: Então conheceram um pouco sobre a aparência da Florest, a partir de agora, ela terá muitas interações. Ainda estou pensando o quê farei com o maldito iceberg. Porém a trajetória da pequena Florest não vai terminar ali.

- Titanic! Tá Zoando!? Onde histórias criam vida. Descubra agora