Capítulo 7

1.9K 196 101
                                    

Eu, que ainda segurava a maçaneta pronta para abrir a porta o encarava realmente pensativa, eu não acredito ser capaz de estar em um cômodo com ele sozinha sem surtar.

Abri a porta pronta para negá-lo e dizer não.

Mas fui impedida, quando ele enlaçou minha cintura com um de seus braços com tanta firmeza e velocidade que eu fiquei desorientada e confusa.

Logo sua mão livre se pos por cima da minha que ainda estava na maçaneta e foi tão rápido que eu mal poderia entender se não fosse por meus olhos treinados.

Ele girou ainda enlaçado à mim retirando minha mão da porta e meu puxando para dentro nos adentrando ao meu alojamento a maneira como ele nos girou, fez que eu parasse apoiando minhas costas na da porta assim que ela fechou.

Levantei o rosto para ver seus olhos, ele me olhou logo me soltando, sorriu observando os arredores da pequena sala de entrada.

E foi ali que eu percebi: ele sabia que me afetava. Ele tinha plena noção disso.

Não que eu soubesse esconder perfeitamente, mas como ele se deu conta que poderia me afetar tão facilmente?

Me encontrava incrédula, com vontade de rir e ao mesmo tempo lhe dar um tapa por usar isso tão bem ao seu favor.

Cocei a garganta ainda encostada na porta.

- Senhor Dawson. O quê pensa que está fazendo? - Perguntei com um tom arrogante, claramente falso. Mas ele não tinha que saber disso.

Ele olhou para a parede ao lado, logo para o teto parecia finalmente dizer o quê queria quando olhou diretamente nos meus olhos.

Ambas suas mãos estavam nos bolsos e sua postura completamente virada para mim.

- Eu tenho muitos desenhos da senhorita para traçar, não é mesmo? - Oh, porra! Eu não tinha estrutura mental.

- Me desenhar? - Eu o olhei com desentendimento, mas meu coração estava mil. Give me the Oscar.

Ele me olhou como se recordasse que eu não sabia sobre ele ser artista. Ah, anjo, eu sei. A senhorita Franer que não sabe.

- Ah, é verdade. A senhorita não sabe sobre as maravilhas que minhas mãos podem fazer. - diz com um duplo sentido, ou será coisa da minha cabeça?

-Sou um artista renomado em busca de sua musa, me daria a honra de lhe desenhar? - Ele disse criando um ar mais leve e fazendo uma reverência exagerada, um ato teatral.

- Oh, claro. Perdoe-me, estive na presença de alguém tão majestuoso e ainda sim fui tão ignorante, maestro. - Digo entrando na sua brincadeira. Logo querendo implicar com ele, digo:

- E aonde se encontram os materiais para que me desenhe?- Olhei com falsa inocencia para ele, como se procurasse por algo.

- Bom... havia certa senhorita querendo fugir da minha presença. Tive que tomar ações precipitadas antes que ela tornasse qualquer diálogo impossível. - Ele disse me olhando, analisando. Como se realmente quisesse me desenhar.

E foi quando tive outra reflexão.

Ele me olha desta maneira desde que nos conhecemos: ele gravava meus detalhes.

Ele realmente queria me desenhar, a desculpa foi uma brecha que ele calculou rapidamente pra ter a oportunidade.

- Entendo, bom eu tenho que tomar um banho. Imagino que o senhor também queira um. Como não pareces estar suscetível a se retirar. Conseguirei uma roupa e toalhas para o senhor se banhar depois de mim. - Digo indo em direção ao quarto, ao entrar eu tranco a porta e desejo um tapete grande o e macio que cobrisse todo chão ao lado da cama.

- Titanic! Tá Zoando!? Onde histórias criam vida. Descubra agora