Cria da Rocinha

7 - Babi

No boteco tem umas escadas na entrada, e no topo já é o bar, com mesas nas laterais do estabelecimento e de frente no meio do boteco tem a roda de pagode. Quando entramos eu na sua frente ele de repente colocou a mão na minha cintura, olhei pra ele rapidamente que abriu um largo sorriso.

Então não me importei, não devo satisfação a ninguém, além da minha mãe.

Geral olhou pra gente, e ao perceber isso ele tirou a mão da minha cintura. E fomos lado a lado até a mesa onde estavam, minha mãe, Luana e TH.

BABI: IAI GALERAAA - Grito por causa do barulho alto.

Abraço a Lu e o Th, que me olham com um olhar cúmplice, de quem sabe o que tava rolando, só que não tava rolando nada.

Começo a beber faço alguns posts de bebida. Outros cantando com a Luana. E então uma música que eu adoro começou a tocar: Até conhecer você.

Não estou sofrendo por ninguém, mas esses pagodes acabam com meu coração calejado. Eu começo a cantar bem alto todas as músicas que tocam.

Umas 2 horas depois, eu já tô alterada por conta da bebida.

Minha mãe está conversando com um cara da idade dela em um canto, a Luana está só nos amassos com o TH, o sombra ta em outra mesa onde esta a ex dele e do TH, e eu estou aqui bebendo e roendo por alguém que não existe kkkkkkkk.

Olho entre as mesas e em uma delas está um negro alto e forte, que me faz chorar, mas não pelos olhos kkkkkkkk. Ele ainda não me viu, mas isso não é problema. Ele está de camisa branca por dentro e uma por fora preta, um boné marrom e uma calça preta com sapatenis marrom. Um tremendo gaaatoooo.

Tomo uma atitude, vou andando por entre as mesas disfarçando, finjo que estou dancando, até chegar na mesa que o negro mais gato dessa rocinha está. E esbarro nele, "sem querer".

BABI: Me desculpe, derramou algo em você? - Pergunto fingida.

MAYCON: Oi, não não sujou nada! Tudo bem. - ele abre um sorriso pra mim, e pults grila, eu tô apaixonada pelo nego.

BABI: Bárbara - estendo minha mão, e ele a pega e me surpreende com um abraço. - você não é daqui né?

MAYCON: Moro na lapa, e a propósito, me chamo Maycon. E esse é meu amigo Felipe. - Ele apresenta o loirinho que tava do lado dele.

FELIPE: Satisfação gatinha.

BABI: Igualmente! E o que vocês fazem perdidos por aqui?

MAYCON: Curtindo um pagodinho... o grupo é de um amigo meu, por isso estamos aqui.

BABI: Ah sim, entendi. Que legal!

MAYCON: Você mora aqui?

BABI: Sim, sou cria da rocinha

FELIPE: Pega o contato dela Maycon, pra gente combinar um baile qualquer dia desses. - Agora fiquei feliz ...

MAYCON: Vou fazer isso agora... - Ele para de falar olhando pra algo atrás de mim. Como sou curiosa, olho pra trás e vejo quem eu não esperava atrás de mim

SOMBRA: Quer meu contato também??

BABI: Oxi, e você tá fazendo o que aqui??

SOMBRA: Vim atrás de você, sumiu da nossa mesa.

MAYCON: Seu namorado?

BABI: Não! Ele é só um colega.. - olho pra o sombra sem entender a sua atitude.

Ele me olha com raiva, mas não me importo, eu não sou nada dele mesmo..

BABI: Vamo conversar lá fora Maycon?

MAYCON: Vamos sim!

Saímos do boteco com um sombra nos olhando enfurecido, mas continuamos plenos saindo de mãos dadas do bar até a praça onde tinha bastante gente bebendo e curtindo.

Minhas costas queimam com os olhares em minha direção. Mas eu não ligo, devo a ninguém daqui.