Cria da Rocinha

49 - Babi

3 anos depois:

BABI: EU VOU ENLOUQUECEEEEEER!

Estamos em plena véspera de Natal, preparando o raio desse jantar, que coisa mais dificil, soubesse que seria assim, eu tinha comprado pronto, estamos eu a mamãe e a nova namorada do TH, a Andreia. Esse num para quieto com uma mulher só, Deus me livre!

Mas espero do coração que ele continue com essa, além de ser linda, ela é um amor de pessoa, totalmente diferente das outras, ela trabalha na minha loja, é super responsável e quer um futuro pra vida dela. Não é como as outras que só pensam em festa e luxo as custas dos outros.

Nós três estamos organizando ou pelo menos tentando organizar o jantar. Minha vontade é gritar, jogar tudo pra cima, literalmente, e depois assar umas carnes pra comer. Por que além do estresse de arrumar a casa e fazer comida, ainda tem as crianças, minha mini creche. Por sorte estão no parquinho perto da boca com as meninas que me ajudam a cuidar deles.

Os homens estão na boca só de vida boa, só vão chegar mas tarde, por que pra folgar amanhã eles precisam trabalhar hoje. Mas eles são os chefes, não precisavam ir. De repente a Andreia para e olha pra mim com pesar nos olhos.

BABI: O que foi Andréia?

ANDRÉIA: Eu acho que tô grávida... - ela abaixa a cabeça e começa a chorar. E eu posso imaginar o que se passa na mente dela.

BABI: Porque você acha isso?

ANDRÉIA: Sei que só tem 6 meses que eu e o Thiago estamos ficando - me espanto, o TH nunca diz o nome dele pra ninguém, além da gente daqui de casa. - Eu tomo remédio e tudo, mas minha menstruação esse mês no veio.

BABI: Você sabe o nome dele? - Interrompo ela sem querer querendo. Desculpe gente, tô espantada kkkkkk

HELENA: Foi só isso que você conseguiu ouvir Bárbara? - Mamãe chama minha atenção.

BABI: Me desculpe! Foi o espanto do momento rsrs

ANDRÉIA: Tudo bem Babi, eu entendo. - ela fala com ar de riso - TH não é um vulgo tão difícil de se descobrir. - Parando agora pra pensar, é verdade, não é um vulgo difícil de descobrir.

HELENA: Então, você já fez algum teste, ou algo do tipo? - Perguntou minha mãe.

ANDRÉIA: Ainda não tive coragem, e se ele não quiser? E se eu não for uma boa mãe?

HELENA: Só vai saber se disser a ele, e se ele não quiser esse bebê, é um problema dele. Você terá a nós.

BABI: É verdade, se quiser, eu vou rapidinho na farmácia e compro um teste pra você.

ANDRÉIA: Eu agradeço muito Babi. E Helena também, por me aconselhar! Eu não tenho mãe, nem família e nem ninguém que possa me dar um conselho e um ombro amigo.

Eu nem posso imaginar o que ela vive. É uma ótima menina, mas é sozinha. Filha única e quando tinha 16 anos os pais morreram, deixaram ela com um salário mínimo mas mesmo assim ela ainda trabalha e é muito esforçada.

BABI: Vou lá na farmácia e já volto.

Pego as chaves do carro e saio de casa rumo a farmácia que fica perto aqui de casa, dirijo pelas ruas super movimentadas, são 16hs e muitas pessoas já estão voltando para suas casas para se preparar para a ceia.

Estaciono o carro e entro buscando algumas coisas que estamos precisando em casa e já coloco 3 testes de gravidez diferentes. Aproveito e peço a atendente as vitaminas das crianças. Me dirijo ao caixa e a menina me olha assustada ao ver os testes.

Ela deve estar pensando que são para mim, dou um meio sorriso, agradecendo a Deus por dessa vez não ser para mim, pago a conta e volto para casa, ao chegar conto para mamãe e para Andreia, que riem da situação.