Te amo, mas é um Amor Proibido!!

Encrenca!

Gabi on🍃

- Hoje é sábado. Mais duas semanas se passaram, cada vez mais perto da nossa viagem. Tô muito feliz, o Gui tá com medo dos meus pais não gostarem dele, pelo fato de não ter dinheiro, vender droga e ser cheio de tatuagem. Mas eu vou te contar, eu me amarro nas tatuagens que ele tem no pescoço. Sem contar que o Gui vai sair da favela. Ele só não falou com o Chefe ainda. Ele já foi para a favela, ele entrou mais cedo hoje. Eu já estava pronta, tecnicamente calça jeans e blusa preta, se tornou meu uniforme. Quando eu estava quase chegando na favela, percebi alguém atrás de mim, então acelerei o passo, na entrada eu nem cumprimentei o Dom, percebi que era um cara, logo que o Gui me viu, ele se levantou, ele estava sentado na calçada. Quando olho para trás disfarçadamente, vejo o Dom atrás de mim e do cara que estava me seguindo. Ele faz algum tipo de sinal que não consegui entender para os meninos da 10. O Gui manda eu passar reto, ele entra na frente do cara.

Guilherme- Pois não amigo, posso ajudar? - O Dom apontou a espingarda de dois cano na cara dele e o Biel o revólver e puxou o gatilho.

Estranho- Pode sim. Claro que pode.

Biel- Fala logo maluco o que você quer aqui? Tava fazendo o que atrás da garota??? - O Natan ficou comigo do outro lado da rua. O Guilherme fechou a mão e fixou os olhos no cara.

Estranho- Abaixem as armas, pra que isso??? - Vi o Guilherme tirar a aliança do dedo e colocar no bolso.

Guilherme- Tô perdendo a paciência com você. Fala logo o que você quer e vaza daqui.

Estranho- Eu quero aquela ali, a de cabelo cacheado. - Eu fiquei surpresa. Como assim gente. Ao ouvir isso o Guilherme agarrou a camisa dele e deu um soco no nariz dele, fazendo-o cair no chão. Ele deu um pisão na garganta do cara.

Gabi- Pelo amor de Deus Gui, não faz isso.

Natan- Calma.

Guilherme- Aquela ali é minha seu filho da puta, encosta nela pra você ver, eu mato você, acabo com a tua raça. - Biel e o Dom apontam as armas para ele no chão. Com o nariz todo ensaguentado ele levanta.

Estranho- Pra que essa grosseria? Ela é gatinha, mas não combinada nada com você. Prefiro ela comigo. - Ele faz uma cara de safado. E de novo o Guilherme bate nele, dessa vez fazendo ele desmaiar.

Guilherme- Levem esse filho da puta daqui, que se ele ficar, eu vou matar ele. - O Biel quarda o revólver na cintura e sai arrastando o cara, o Dom coloca a espingarda nas costas e sai ajudando o Biel. O Guilherme vem até mim com a mão inchada e vermelha.

Gabi- Amor! Você tá bem???? Não precisa se arriscar tanto por minha causa.

Guilherme- Ele fez alguma coisa com você?

Gabi- Não.

Guilherme- Conhece ele?

Gabi- Não. Eu tava vindo pra cá como de costume, do nada ele apareceu e começou a me seguir, nunca senti tanto medo na vida como agora.

Guilherme- Eu vou ficar de olho nesse maluco. O certo agora é você não andar mais sozinha.

Gabi- Relaxa. Vai ficar tudo bem.

Guilherme- Agora eu tenho outra preocupação agora!

Gabi- O que? - Ele cochicha no meu ouvido.

Guilherme- Desceu?

Gabi- Sim. - Ele suspira aliviado.

Guilherme- Uma preocupação a menos.

Gabi- Vamo comigo ali na loja, vou cuidar da sua mão. - Ele me acompanhou até lá, as meninas começaram a ficar nervosas com o que viram e começaram a fazer um monte de perguntas.

Amanda- Você brigou com os meninos?

Guilherme- Não!

Marianna- Caiu de moto?

Guilherme- Não.

Gabi- Calma gente! Um cara me seguiu até aqui, aí o Guilherme pegou ele, por isso a mão inchada.

Marianna- Gente, que isso. Cada dia uma novidade diferente nessa favela.

Amanda- Eu que o diga viu. Mas e aí? Cadê o cara?

Gabi- Os meninos tiraram ele daqui desmaiado. Arrastado, mas tiraram. - Eu termino de limpar a mão dele. Na loja tinha uma mini geladeira, então eu preparo uma bolsa de gelo para ele e lhe dou um remédio.

Guilherme- Essa cena me fez lembrar da primeira vez que conversamos. - Eu dou um sorriso.

Gabi- Verdade. Mas agora é sério. Para  de se meter em encrenca.

Guilherme- Por você eu enfrento qualquer coisa. Mas tem um probleminha.

Gabi- Qual?

Guilherme- Mão direita inchada e infaxada, não tem como usar a aliança.

Gabi- Não seje por isso. - Eu pego uma caneta permanente e escrevo meu nome na faixa. - Probleminha resolvido.

Guilherme- Melhorou. Vou voltar pra 10. Qualquer coisa me liga.

Gabi- Pode deixar. - Ele sai com o gelo na mão.

Amanda- Tadinho.

Gabi- Foi assustador isso sim viu.

Marianna- Vocês ainda vão pra Minas?

Gabi- Sim!!!! Daqui duas semanas.

Amanda- Que legal. Nunca sai do estado de São Paulo.

Marianna- Nem eu.

Gabi- Eu só saí do meu estado porque eu vim pra cá. Se não eu taria em Minas até hoje.

Amanda- E não teria conhecido a gente.

Marianna- Nem o Gui.

Amanda- Desde que nos conhecemos só nos metemos em encrenca. Mas até hoje, nos divertimos como nunca.

- Verdade.

Gabi- Tomara que as confusões pare por aqui. Não aguento mais problemas. Ainda mais envolvendo os meninos.

Amanda- É que você não tá acostumada. Quem escolheu essa vida é assim mesmo, é difícil lidar. - Misericórdia. Como ela pode pensar assim?

Marianna- Mas vamos trabalhar, né? Chega de papo furado. - Ela diz isso porque percebeu a minha cara. É melhor trabalhar mesmo. Mas o meu menino nem vai ficar mais aqui, então nem vou me preocupar com isso. Não agora!