Verdades sejam Ditas! 2

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Guilherme on🍃

- Caralho mano, ela precisava de muito mais atenção do que eu, fui muito burro de não ter percebido isso. O carinho que ela dava era o que ela queria receber.

Guilherme- Antes de você saber a verdade, eu preciso te contar a minha realidade. - Eu solto ela, mas continuo segurando a sua mão. - Você deve tá se perguntando porque eu entrei pra vida do tráfico de drogas, né?

Gabi- Isso é.

Guilherme- A minha situação é um pouco diferente da sua. Nasci pobre, minha família é simples, nunca tive muito dinheiro. Eu não conheci o meu pai. Ele morreu a muitos anos antes de eu nascer, e a minha mãe faz um tempo que eu não falo com ela, eu moro num bairro aqui do lado do seu, vim pra cá pra buscar uma oportunidade de trabalho assim como você. Mas eu era moleque novo, sem experiência, ninguém quis pegar. Foi a onde eu abandonei a escola pra ajudar dentro de casa, consegui entrar na favela pra vender drogas a troco de banana, porque o que eu já apanhei da polícia não tá escrito. Mas é vida fácil, é dinheiro fácil, por isso que tá sendo tão difícil de sair daqui, eu entrei mas não sei como sair. Eu tenho a conta do banco da minha mãe, e quando eu recebo a grana a primeira coisa que eu faço é depositar uma boa quantia na conta dela pra ela passar bem o mês, ela me criou sozinha, foi mãe solteira a vida toda. Devo a minha vida por ela e ainda é pouco. Ela sabe que eu tô aqui e o que eu faço, ela tem medo de acontecer alguma coisa comigo...

Gabi- E quem não tem? - Eu dou um sorriso ao ouvir isso.

Guilherme- Porém, eu me sentia muito sozinho, quando eu saia do trampo, eu ia em festas que havia por aqui, eu bebia e me drogava a noite inteira. Conheci a Manoela e aí foi onde tudo piorou em minha vida. Ela bagunçou a minha mente. Eu quis ficar com ela pra ver se esse vazio dentro de mim ia embora. Mas esse espaço você foi a única que conseguiu e graças a você eu parei de usar droga. Eu só discutia com ela, e com você eu sempre conversava. Você acha que com você foi diferente? Quando eu te vi nervosa pedindo desculpa pela bolsa dela, meu coração se apertou. E vi que a Manoela não era pra mim. Você me conquistou desde o momento que olhou pra mim. No dia seguinte da festa eu passei muito mal e deitei na calçada e pedi para o Biel buscar alguns remédios pra mim, foi quando eu olhei pro lado e te vi passando na rua. Quando você e a Amanda nos ajudaram com os machucados eu fiquei muito agradecido por ter feito aquilo e você não tinha obrigação nenhuma, a Manoela nunca que faria uma coisa dessas por mim, sem você me conhecer por inteiro me estendeu a mão e me segurou quando eu mais precisei, abriu a porta da sua casa pra mim e não teve medo de colocar um "estranho" aqui dentro. A nossa relação é muito boa, mas tem uma coisa que você não sabe.

Gabi- O que? - Ela me olha com um olhar doce.

Guilherme- Depois que eu te conheci, eu quis me aproximar de você porque contigo eu me sentia bem, eu amo estar com você. Você trouxe o brilho que eu havia perdido a muito tempo. Hoje na favela, eu terminei com a Manoela e dispensei a amiga dela porque é você quem eu amo de verdade. É com você que eu quero ficar, namorar, casar, ser o pai dos seus filhos... Sempre tentei deixar isso muito claro pra você, mas você sempre achava um jeito de escapar do óbvio, e eu não sabia o que se passava com você, agora eu entendo porque tentava fugir de mim quase sempre. Agora você sabe que desde o começo eu te amo, e não é mais um amor proibido, agora eu sou livre e desempedido pra ficar contigo. Quando ficamos no banheiro, pensei que fosse rolar mesmo o nosso primeiro beijo, mas sempre tem alguém pra atrapalhar. Mas foi bom não ter acontecido antes porque o melhor a gente deixou pra agora. - Eu dou um sorriso. Me aproximo dela, pego ela no colo e coloco ela sentada em cima da pia da cozinha.

Gabi- Sabe, você já tinha esquecido a Manoela e agora eu percebi que quem não tirava ela da cabeça era eu.

Guilherme- Mas esse pesadelo acabou agora. - Eu coloco as minhas mãos na perna dela e puxo ela para mais perto de mim, então eu fico muito perto dela e sinto sua respiração ofegante e quente, ela passa a mão no meu rosto e logo coloca elas no meu pescoço, e finalmente eu beijo ela, e mano, que beijo gostoso, era doce, molhado, sabor morango, saia até faísca, pensa num beijo bom. Cara esse momento demorou pra acontecer, mas tá sendo melhor do que eu esperava. Ela é a mulher da minha vida e eu sou o homem mais feliz do mundo. Eu não queria parar de beijar ela, então ficamos ali por mais uns minutinhos, entre sorrisos e beijos eu continuo. - Namora comigo?

Gabi- Sim! - Nós encostamos nossas cabeças um no outro e sorrimos. Finalmente eu vou ser feliz. - Eu te amo.

Guilherme- Essa vai ser uma guerra infinita, porque eu te amo mais. - Ela sorri. - Agora eu não vou mais te chamar de Gabi.

Gabi- E vai me chamar do que?

Guilherme- Amor da minha vida, meu amor, amor, mor, mô, princesa, gatinha, vida. Mas lembrando que você é só minha. Eu te amo.

Gabi- E você é só meu. Você vai pra sempre ser o meu amor, vou te chamar de bebê. Eu te amo. - Ela sorri e eu beijo ela novamente, era um beijo calmo, mas que tinha muita necessidade, muita pressa, o toque dela era delicado e suave. Mano, agora eu tenho a certeza de que eu escolhi a pessoa certa pra minha vida.

Guilherme- Agora que a gente namora, as nossas brigas seram resolvidas dentro do quarto. Só vai ser eu e você. - Ela sorri.

Gabi- Bobo. Mas eu topo. - Ela desce no chão e faz cara de "safada", acho que ela tava se segurando no começo, gostei de saber disso. Mas logo eu abraço ela forte. - Você não tem que voltar pra favela?

Guilherme- Minha prioridade agora é você. Eu tô contigo e nada mais importa. - Ela sorri novamente e eu pego ela no colo, com cuidado eu levo ela pro quarto, e lá conversamos por horas e horas.

Te amo, mas é um Amor Proibido!!Onde histórias criam vida. Descubra agora