Prólogo
Calum
Um dos meus livros favoritos se chama "A arte da guerra", meu pai me obrigou a lê-lo quando ainda era criança, e como o bom menino que eu era, sempre obedecendo a suas ordens, querendo honrá-lo, li. Devo admitir que o curto livro me trouxe algumas lições importantes, e uma das minhas passagens favoritas dizia:
"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas..."
Sempre fiz o meu melhor para conhecer a todos, antecipar suas ações, estar sempre a um passo dos meus inimigos, conhecer bem aqueles a quem chamo de amigos, e acima de tudo, me conhecer bem o suficiente para não permitir que as palavras de ninguém me afetassem. Deve ter um ditado sobre isso em algum lugar, alguém falando sobre as palavras só se tornam veneno quando você as bebe.
Tudo sempre foi uma questão de controle na minha vida, eu sempre estive no controle de todas as minhas emoções, não permiti que ninguém visse minha dor quando perdi minha mãe; não demonstrei raiva quando descobri o que estava acontecendo com as mulheres da família.
Esperei que as investigações relacionassem meu pai com o que estava acontecendo, ele sempre foi tão próximo do pai do Lior, que foi uma surpresa enorme quando sua ficha voltou limpa. Nunca demonstrei que estava planejando como mata-lo, a máscara que uso, sempre esteve firmemente plantada.
Aqueles que me conhecem sabem muito bem que não devem se meter comigo, tentar me enganar e me passar para trás é um erro que poucos cometem, eles sabem que não sou bom em dar segundas chances.
— Já disse que esse acordo precisa ser revisto, não teste minha paciência ou tente me fazer de idiota, não vai gostar das consequências. — Aviso ao homem sentado do outro lado da mesa.
Ele tem agido como um idiota, fingindo que está mudando as cláusulas do contrato e sempre arrumando uma forma de se beneficiar, tentando me passar para trás.
— Erros acontecem. — Fala, um sorriso debochado de canto. Pego a faca na mesa e sem pensar duas vezes mergulho em sua mão, ele grita e geme de dor, mas não chora, demonstrando um pouco de autocontrole. — Está maluco?
Me inclino para frente.
— Acha que acredito em erros? Isso — aponto para a faca em sua mão — não foi um erro, assim como meter uma bala em sua cabeça também não será. Da próxima vez que tentar foder comigo, sabe muito bem o que vai acontecer.
Não dou chance para o babaca continuar com suas mentiras e desculpas esfarrapadas, elas não me interessam. Agora ele sabe exatamente o que tem que fazer, o que espero dele, e se não fizer, não verá o sol nascer.
Saio do restaurante, e na entrada esbarro com o advogado do meu pai, ele é um velho amigo da família, alguém que foi próximo da minha mãe. Ele acena em reconhecimento, mas não para conversar, o que sou grato.
Em frente ao restaurante os seguranças esperam por mim, e abrem a porta do carro quando notam que me aproximo. Estou mexendo no celular quando alguém bate em mim, fazendo o aparelho cair no chão.
— Me desculpe. — O som melodioso da voz é o suficiente para me congelar no lugar, me impedindo de me abaixar para recolher o objeto.
A mulher entra na minha visão, se inclinando e pegando o aparelho, ela olha para mim. Meu mundo congela, meu coração pula uma batida, um misto de sentimentos que nunca tive antes toma conta de mim, me deixando sem qualquer reação.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Secreta Obsessão - Obstinados Livro 3
RomanceAlina sempre foi apaixonada por Calum, mas esconde seus verdadeiros sentimentos, pois ele constantemente a maltrata, com medo de que ao revelar seus verdadeiros sentimentos, destrua a família que seu pai construiu. No entanto, tudo muda quando Calum...