I hate myself because I love you

Capítulo 41

POV ON EMMALINNE

Eu chorava. Admito que chorava muito depois de ouvir as palavras do Harry durante aquele telefonema. Sentia o meu coração partido em mil pedaços que seriam impossíveis de apanhar. Ele estava terrivelmente chateado comigo e eu não o censurava, de maneira nenhuma, visto que até eu estava chateada comigo própria. Tê-lo enganado tinha sido uma impulsiva estupidez e centenas de lágrimas corriam pela minha cara baixo só de pensar nisso. As suas frases longas mas brutas ecoavam na minha mente enquanto eu abraçava a minha almofada de fronha branca com muita força. A sua voz estava grave e rude, de maneiras que, eu senti que ele estava a ser verdadeiro quando falava dos seus sentimentos. A minha mania de controlar tudo, mais uma vez, tinha estragado a minha relação e eu não conseguia suportar essa dor. Eu estava a levar as coisas à minha maneira e sem pedir a sua opinião . Sentia-me muito mal por isso, mas sentia-me ainda pior porque só agora é que notara o quanto gostava dele. Depois de ele me mandar ir para um sitio não muito educado, senti como uma facada na barriga que me fez largar o telemóvel e levar as mãos à cara. Senti que ele perdera todo o amor que alguma vez gerara por mim e isso doía muito. Eu merecia, mas ao mesmo tempo, não me queria magoar. Acabei por o magoar a ele.

A porta do meu quarto abriu e eu vi o meu irmão a espreitar, o que me fez limpar as lágrimas com rapidez.

- Sabes que não basta limpares a cara. Eu percebo perfeitamente quando choras, Emma.

Ele sentou-se na minha cama e, num movimento continuo, puxou-me para a sua beira. Não disse mais nada, mas eu sabia que as outras pessoas certamente que estavam a achar estranha a minha demora. Mal sentira o telemóvel a vibrar no meu bolso das calças, comecei a afastar-me lentamente das pessoas que estavam a falar alegremente na sala de estar. Vi no ecrã que era o Harry quem me telefonara e atendi com receio. Quando ele começou a falar, cada vez mais agressivo, eu subi as escadas e, sem ninguém notar, estava no meu quarto lavada em lágrimas translúcidas.

- Foi ele não foi? -o meu irmão perguntou simplesmente depois de me dar um beijo na testa.

Acendi com a cabeça enquanto apertava a minha mão que se encontrava no peito dele.

- Eu fiz uma grande asneira, Zayn. Talvez ele não me perdoe.

Doía pensar que podia nunca mais ver o Harry a preparar o seu pequeno almoço, enquanto reclamava que as coisas deviam ser comandadas telepaticamente, pois tudo se tornava mais fácil. Que podia nunca mais ver o Harry sentado ao meu lado esquerdo enquanto conduzia o seu suave Audi e eu dizia para ele ir mais rápido apenas para o provocar. Que podia nunca mais ouvir um "És linda" que me arrepia de cima a baixo e me fazia sentir realmente perfeita. Que podia nunca mais andar ao seu lado no Hyde Park, esquecendo-me por completo que podíamos ser apanhados a qualquer momento e bastava um som para nos fazer guinchar de medo. Que podia nunca mais sentir os seus olhos carinhosos postos em mim enquanto eu olhava para ele pelo canto do olho sem ele notar. Que podia nunca mais observa-lo enquanto dormia no sofá da minha sala parecendo um bebé grande. Que podia nunca mais olhar para aqueles olhos verde esmeralda com pequenas rugas enquanto sorria com alguma piada ou comentário engraçado meu. Que podia nunca mais ver o seu lindo sorriso antes de me puxar para um abraço depois de me ter chamado Emmalinne, pois ele sabe que eu odeio.

Tudo isto doía pois eu apercebi-me que gostava mais dele do que eu imaginava. Eu sabia que algo dentro de mim tinha mudado a partir do dia em que ele me abraçou naquele chão frio da entrada de minha casa, mas agora já não conseguia viver sem ele no meu dia a dia. Precisava de um rebolar de olhos, de um sorriso, de uma piada, de um comentário sarcástico, de uma gargalhada, de um aviso, algo... do Harry.