I hate myself because I love you

Capítulo 69

Este tinha sido o pequeno almoço/almoço mais calórico que eu alguma vez tinha comido em toda a minha vida! Não sentiria fome até 2017, certamente. O Harry tinha feito o maior banquete de sempre, com direito a panquecas e waffles, ovos, torradas e compotas, ovos, fruta e sumos e, já disse ovos? Repeti tantas vezes que aquilo era demasiado que estava quase a gravar um disco para não cansar a minha voz! Perguntava-me mentalmente se ele estaria a planear fazer uma greve de fome brevemente e estava a tentar fazer como os esquilos e armazenar aquilo tudo nas bochechas. Sim, provavelmente sim.

- Acho que exageramos um bocadinho de nada nas doses... -o meu namorado suspirou depois de se atirar para o sofá como se de uma piscina se trassasse, só ligeiramente mais trapalhão.

- Achas? Assim já ficamos com refeições adiantadas, pode não me apetecer almoçar e jantar durante os próximos anos... -sentei-me à beira dele com mais cuidado, sabe-se lá se aquela comida toda ia ficar na minha barriga durante muito tempo.- Parece que estou grávida de 3 meses. -toquei na minha barriga e, seria mais ou menos assim que eu ficaria se estivesse grávida. Que não estou, graças a Deus. É só comida!

- Não digas isso nem a brincar, porra... -os seus olhos esbugalhados prendiam a minha atenção.- Não é que eu não queria ser pai, não me interpretes mal, mas ainda é cedo. -as palavras saiam a voar da sua boca.

- Concordo a 100%, não te preocupes. -eu coloquei o braço em cima do seu ombro, porque ele parecia ter-se arrependido por rogar pragas tão rapidamente ao meu comentário irrealista.

Eu só tinha 21 anos e o Harry 20 acabadinhos de fazer, estávamos no pico da nossa carreira profissional e juntos à pouco mais de 1 mês. Acidentes podiam acontecer, mas ainda era muito cedo para tal. Uma gravidez indesejada seria terrível, neste momento. E escusado seria dizer que eu queria algo planeado... Não que as crianças não planeadas fossem menos que as outras, nada disso, mas a gravidez era uma montanha russa emocional e eu queria estar segura de tudo. E eu nem sabia se queria ser mãe... Nada que me merecesse a minha preocupação de momento. Havia outra coisa a ocupar os meus pensamentos menos bons. Na estante imediatamente a cima do grande plasma que transmitia um filme qualquer, havia uma fileira de molduras todas iguais, retangulares de um preto matizado e suave ao toque, com diferentes momentos da vida do meu namorado. A destacar-se estava a mais recente e maior, que tinha sido capturada por um fotógrafo profissional na sexta-feira anterior, na festa do dono da casa. Estava um ambiente escuro, pois tinha sido tirada no momento imediatamente a seguir à música dos parabéns, apenas com pequenos detalhes desfocados de pequenas luzes atrás da multidão. Nesta, podiam-se encontrar os rapazes da banda com as suas respectivas namoradas e o Ed e a Gemma, todos com expressões de felicidade e a baterem palmas efusivamente. Mais à frente eu encontrava-me a dar um beijo na covinha do meu namorado e este encontrava-se, evidentemente, a sorrir. Ele estava com a expressão de pura felicidade na cara e isso refletia-se em mim também.

- Em que estás a pensar? -ouvi-o perguntar baixinho, mas o que me fez prestar atenção foi o queixo dele sobre a minha cabeça.

- Na tua prenda de anos. -fui sincera.

- É linda, Em. -recebi um sorriso. Ele não estava a entender.

- Não é suficientemente boa, Harry. Tu levaste-me a ver Bolshoi, que sempre foi o meu sonho, e deste-me um colar lindo. -os meus olhos brilharam só de pensar naquela noite cheia de emoções- A única coisa que eu fiz foi arranjar uma moldura para colocar a fotografia e arranjar-te o pass para os bastidores antes da estreia do espetáculo. Mas nada disso se compara com o que me deste...

Confesso que este tipo de coisas me deixava triste. Eu pensara no que lhe haveria de oferecer durante imenso tempo. A minha busca intensiva foi completamente em vão, porque o que se pode dar a uma pessoa que tem tudo o que deseja? A maior parte das coisas que ele quer, ele compras-as ou consegue, de alguma maneira obtê-las; as que não consegue devido à falta de dinheiro, não vou ser eu que lhe vou comprar, até porque uma ilha não é barata! Graças a Deus, não lhe falta nada que ele possa pensar...