Capítulo 30

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- Não sei como há pessoas que gostam de acordar com a luz do sol a bater na cara... - resmungei comigo mesma caminhando do meu quarto para a cozinha

Tinha dormido pessimamente. Primeiro, adormeci no sofá numa posição não muito confortável. Depois, quando o Harry me pegou ao colo para me deitar na cama, eu acordei, mexi-me toda e acabamos por cair os dois à beira das escadas. Portanto, dores de costas em dose dupla. Entretanto, depois de me deitar não consegui dormir. O nome do Harry estava bem fixo na minha mente e não conseguia desligar para dormir. Eram 6:30h quando adormeci. Acordei com dores de costas, uma mancha enorme de sangue nos lençóis mesmo por baixo das minhas partes íntimas e luz do sol mesmo direta nos olhos. 

Seria um dia "Não".

Já na cozinha, peguei numa tigela branca e enchi-a de leite magro. Pus no microondas e esperei, apoiada na banca, durante 2 minutos. Ao tirar o recipiente, senti uma onda de calor, como uma queimadura, a percorrer-me a mão e, acidentalmente, deixei a tigela cair ao chão espalhando leite por todo o lado.  

- Emma, está tudo bem? -perguntou um dos rapazes que mora cá em casa. Não percebi que quem era a voz pois estava demasiado preocupada a sentir a minha cara e as mãos a serem queimadas.

- Parece-te que está? -perguntei com raiva enquanto passava água na cara e na mão na tentativa de aliviar o ardor. 

Já mais calma e apenas com uma mancha vermelha na mão, olho para trás, vendo a minha cozinha. Parecia que tinha explodido uma bomba de leite, no sentido mais puro da expressão. 

Entretanto, vejo o Harry entrar na cozinha com um balde e uma esfregona. Ele pede para me afastar do lava-loiça e enche o balde com água fria. Enquanto esperava, ele beija-me a testa, mesmo no sitio onde eu me tinha queimado. 

- Beijinho curativo -disse ele e sorriu. 

Eu ri-me porque ele tinha ficado extremamente adorável ao fazer aquilo. 

Passado um pouco, ele eleva o balde, e pousa-o no chão, começando a limpar os vestígios de leite.

A sua meiguice, ótima visão para o seu corpo semi-nu e ouvir a sua voz ainda mais rouca que o normal  acabaram por tornar melhor a minha manhã.

Senti-me mal por o rapaz estar a limpar aquilo que eu sujei por isso, peguei num pano molhado para ir limpando outras coisas. Ia em direção ao microondas, quando o Harry me pára pondo o seu braço à minha frente.

- Não venhas para aqui descalça, podes-te cortar, sem quer.

Olhei para os meus pés descalços e dei de ombros. Já não haviam vestígios de acrilico no chão, logo não faria mal pisar o solo.

- Emma... -avisou o rapaz com o cabelo encaracolado todo despenteado

Talvez fissesse mal eu estar descalça, pois dei dois passos em direção ao microondas, contrariando a vontade do Harry, e senti algo fino a perfurar o meu pé esquerdo.

- Oh, merda!! -disse baixinho levantando o pé magoado do chão.

O Harry pousou a esfregona e pós o seu braço esquerdo à volta da minha cintura, ajudando-me a restabelecer o equilíbrio.

- Fogo, Emma! Eu disse-te que te ias magoar. -disse o Harry num tom de voz alto- Mas porque raio é que tu nunca confias em mim? Carago, é assim tão difícil?

Sem pensar duas vezes tirei o seu braço da minha volta. Se ele pensava que lá por ter tido razão podia falar naquele tom de voz comigo, estava muito enganado.

- Não se trata de confiar ou não, Harry. Eu, simplesmente, achava que não tinha vidros no chão. Achas que se soubesse, ia por lá o pé? -falei num tom de voz mais baixo para lhe mostrar que sou superior. Não adianta combater fogo com fogo.

I hate myself because I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora