Capítulo 70

32 0 0
                                    

Ao estar com as pernas a rodear o tronco do Harry, estava mesmo a jeito para ser pegada as cavalitas. Ergueu os nossos corpos em conjunto, num balanço desastrado, e começou aos saltos até ao seu quarto. Cada oscilação me fazia rir e rir... Ele conseguia tornar todos os momentos mais tensos em pura alegria, era quase como um dom do qual eu estava muito agradecida. Era relativamente fácil fazer-me sorrir, mas assim, com as cócegas que ele me fazia na barriga, já deitados na cama, era impossível não gargalhar.

- Pára, Harry! -eu abanei-me toda para me tentar ver livre dos seus dedos corriqueiros.

Ele, do alto do seu poder, ignorou o meu pedido e ajoelhou-se à minha frente, continuando com a tortura. Já estava num ponto de riso tal que já nenhum som saia da minha boca, apenas rebolava de um lado para o outro de olhos fechados. O Harry devia estar a divertir-se imenso com aquilo tudo, até eu começar a tentar vincar os meus pés no seu peito para o afastar de mim. Agora era eu que iria ganhar, pois eu tinha muita mais força nas pernas que ele nos braços. Obrigada, ballet! Exerci ligeiramente mais força na perna esquerda do que na direita de maneira a que o meu namorado caísse para o meu lado. Num movimento rápido, para não lhe dar hipóteses para se levantar, sentei-me em cima dele, com uma perna para cada lado, e prendi os seus punhos à altura da cabeça.
A minha pequena vitória tinha como troféu ver o Harry a morder o seu lábios cor de rosa e tentar rodar-nos na cama.

- Eu disse para parares... - eu sussurrei ao seu ouvido antes de lhe morder ao de leve o lóbulo da orelha e investir no seu pescoço já com algumas marcas.

Após, lá insistir durante um bocado, os meus braços cederam e foi a vez dele ficar entre as minhas pernas.

- Por incrível que pareça, tu consegues ser mais teimoso que eu. -voltei a dizer quanto ele me beijava o ombro pisado e me arrepiava de cima a baixo.

- Aprendi contigo. Tu eras deveras teimosa de cada vez que discutíamos, durante todos aqueles irónicos anos em que me odiavas... -ele olhou-me com um ar convencido enquanto me desapertava a camisa de flanela que eu tinha usado durante o dia. O quê que ele estava a fazer?

Ele olhava-me nos olhos, como se as suas mãos fossem comandadas por um robô e nem reparasse no que estava a fazer. Tentei parecer descontraída, dando de ombros, mas na verdade estava morta por perceber porquê que ele me estava a despir. Iríamos fazê-lo de novo?
Ele não voltou a falar, portanto concentrei-me no que ele rinha dito para lhe dar uma resposta decente. Eu não odiava, de maneira nenhuma, mas ele tão convencido quando estava à minha beira que até dava pena de olhar. Ele era infantil e dizia coisas que eu simplesmente não conseguia compreender. Mas não quer dizer que o odiasse. Mas isso agora não interessava! Ele estava a despir-me!

- O quê que achas que a Menina Perfeição iria achar disto?

Senti os seus lábios a darem beijos aleatórios pelo meu corpo mas algo mais prendeu a minha atenção. Ao ouvir "Menina Perfeição" sair da sua boca, eu fui automaticamente enviada para memórias de alguns episódios onde ele me chamava isso, principalmente nos tempos do X-Factor e no primeiro ano da banda. Aquilo irritava-me de tal forma que eu só conseguia berrar com ele ainda mais, mesmo não tendo razão. Era de loucos.

- Acho que ela iria berrar e ficar completamente doida! Mas, para te ser sincero, ela já era meia doida, mesmo que não quisesse admitir isso. Apesar de ninguém saber o quão irreverente podia ser, eu sabia que ela o era de cada vez que ela me falava alto. Foi só preciso espicaça-la um bocadinho de cada vez... Sabes que ela agora namora com esse puto convencido que ainda por cima era mal educado que tanto odiava? -ele brincou descontraidamente enquanto tirava a sua camisola puxando a parte de trás.

I hate myself because I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora